Ally e Ryan

Ally e Ryan

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

RAIS, Relação Anual de Informações Sociais 2011.



Em 2011, um total de 325.291 pessoas com deficiência estavam empregadas no mercado de trabalho formal, segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS). De acordo com o documento foram 19.278 novas vagas ocupadas por pessoas com deficiência, uma alta de 6,30% em relação a 2010.
O ensino médio completo concentrou o maior número de vínculos empregatícios de todas as modalidades, com 136.077 vagas ocupadas, sendo 77,7 mil destes vínculos de pessoas com deficiência Física; 27,9 mil Auditiva; 9,8 mil Visual; 5 mil Intelectual; e 1,4 mil Múltipla.
No ensino superior completo foi um total de 39.651 vínculos registrados, sendo sua maior parte, referentes à deficiência Física; no Ensino Fundamental Completo, 38.139 vínculos; do 6º ao 9º ano Incompleto do Ensino Fundamental, 34.143 vínculos; 5º ano Completo do Ensino Fundamental, 16.697 vínculos; até o 5º ano Incompleto do Ensino Fundamental, 16.298 vínculos; Educação Superior Incompleta, 14.208 vínculos; e Analfabetos, 2.560 vínculos.
Em 2011, os rendimentos médios das pessoas com deficiência foram de R$ 1.891,16. Por gênero, o homem auferiu rendimentos superiores aos das mulheres em todas as modalidades, com variações entre 58,34% para as pessoas com deficiência Auditiva a 90,17% para as pessoas com deficiência Intelectual (Mental). Por Grau de Instrução, os maiores rendimentos foram registrados no nível Superior Completo, sendo R$ 5.900,70 na modalidade deficiência Visual, e R$ 5.860,54 na Auditiva. Em contrapartida, os menores salários ocorreram nos tipos Intelectual, R$ 2.959,05; Reabilitado, R$ 3.609,45; deficiência Múltipla, R$ 3.825,56 e Física, R$ 4.251,13.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Mara Gabrilli
 
Na sexta-feira, 21, celebramos o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, um marco de 45,6 milhões de pessoas com deficiência que vivem hoje em nosso país.
Embora a última década represente importantes avanços, ainda nos deparamos com atrasos latentes no que diz respeito à acessibilidade no dia a dia de muitos cidadãos com deficiência. O Brasil possui uma das mais completas legislações que preconiza os nossos direitos, mas, ainda assim, tem gente que não pode sair de casa.
A falta de acesso ainda fere a dignidade de muitos moradores com deficiência das nossas cidades. A ausência de planejamento em mobilidade urbana dos nossos municípios impede muita gente de sair de casa, utilizar transporte público, frequentar pontos de lazer da cidade, ir à escola, trabalhar, cuidar da saúde. Ter autonomia. Dignidade.
Se em São Paulo, a mais importante cidade do Brasil, a pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida ainda passa por dificuldades de acesso – principalmente nas periferias, o que esperar de lugares mais longínquos, que pouco (ou nada) se investe em calçadas acessíveis ou transporte adaptado? Como estão os moradores com deficiência destes lugares? Que acesso têm para sair às ruas hoje e gritar pelo seu dia?
Atualmente, grande parte da população com deficiência já participa de ações na sociedade. Essas pessoas estão dispostas a lutar por seus direitos em entidades, grupos formados na internet e mesmo na política – como esta que vós fala – mas a falta de acessibilidade ainda é um impeditivo para que estas pessoas se estimulem a produzir cada vez mais.
Uma nação que adota políticas públicas que abraçam a diversidade humana não está beneficiando apenas um grupo, está contemplando o respeito às diferenças. O valor da igualdade de direitos.
Uma cidade projetada para atender cadeirantes e cegos é apta para receber idosos. Um ônibus acessível para obesos será para uma pessoa com mobilidade reduzida. A criança que convive com outra com deficiência será no futuro um adulto mais consciente e saberá não só respeitar, como valorizar a diversidade humana.
É este ciclo que hoje faz parte de metrópoles desenvolvidas. O do cidadão com deficiência estimulando o respeito às antigas gerações, sem deixar de se preocupar em atender bem as futuras. Londres, sede dos jogos paralímpicos, já fulgurava entre uma das cidades mais acessíveis do mundo, hoje, criou um legado de respeito à diversidade humana, que, inevitavelmente, fará parte do olhar e pensamento dos londrinos. E nós também teremos esse desafio a enfrentar.
O Brasil terá de planejar cidades acessíveis para sediar a Copa, as Olimpíadas e as Paralimpíadas, quando receberá centenas de turistas e atletas com deficiência. Será a nossa chance de criar nosso legado de respeito e cidadania.
A diferença entre uma nação desenvolvida está exatamente neste olhar. Neste Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, vamos praticar nosso olhar para o ser humano e suas diferentes necessidades e belezas. Olhe para as pessoas, para nossas cidades e pense em como integrá-las. Os resultados também afetarão você, tornando–o um cidadão muito mais consciente e humano.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Estudo do TCU aponta pouca acessibilidade em prédios públicos


TCU quer criar Plano Nacional de Acesso e selo nacional de acessibilidade.
No Amazonas, mais de 790 mil sofrem de algum tipo de deficiência.

Dados apresentados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) revelaram que menos de 2% dos prédios e serviços públicos federais oferecem condições de acesso adequadas a pessoas com deficiência. Na região Norte, a parcela da população com algum tipo de deficiência ultrapassa os R$ 3 milhões.

A pesquisa foi feita nas principais unidades dos órgãos públicos que mais atendem a população pessoalmente. Os dados foram coletados em 11.069 unidades.

O levantamento, elaborado em agosto desse ano, apontou que pelo menos seis prédios públicos apresentam pouca acessibilidade e não oferecem condições adequadas para pessoas que possuem deficiência física. Entre as principais barreiras listadas pelo TCu estão: a falta de pisos táteis, rampas e portas acessíveis.

Dados do Censo 2010 revelam que no Brasil existem quase 46 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência. Só na região Norte são cerca de 3,7 milhões estão nessa situação.

O Pará é o estado que apresenta o maior número de pessoas com deficiência, quase 2 milhões (1.790,289). O Amazonas vem logo em seguida com mais de 790 mil (790,647), seguido de Rondônia (345,580); Tocantins (307,449); Acre (165,892); Amapá (158,770) e Roraima (95,510).

Diante desse quadro, o Tribunal de Contas da União determinou que até fevereiro de 2013 a secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República adote um plano nacional que garanta o pleno acesso a repartições públicas e crie o selo nacional de acessibilidade

terça-feira, 4 de setembro de 2012

A inclusão de profissionais com deficiência no mercado de trabalho: um panorama positivo para uma mudança necessária


* autoria de Jaques Haber

É indiscutível a importância das contratações de profissionais com deficiência para a economia do Brasil. Além da geração de emprego, a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho contribui para trazer dignidade a essas pessoas. Ao inclui-las, não estamos apenas ofertando um salário, mas também a oportunidade de se reabilitar socialmente e psicologicamente.
É sabido que o exercício profissional traz consigo a interação com outras pessoas, o sentimento de cidadão produtivo, a possibilidade de fazer amigos, de encontrar um amor, de pertencer a um grupo social. Até o status adquirido junto à própria família muda para melhor. Sem contar que a presença de pessoas com deficiência no mercado de trabalho contribui para humanizar mais a empresa e enriquecer o ambiente corporativo com visões e experiências diversificadas.
Ao incluir pessoas com deficiência no mercado de trabalho, configura-se um novo grupo de consumidores, até então excluído da economia. Com a geração de renda, esse grupo passa a consumir avidamente, já que possui muitas carências, desde elementos essenciais, como o acesso a questões de saúde, até a concretização de desejos não tão de primeira ordem, como a compra de tablets e smartphones, por exemplo. Com a renda, as pessoas com deficiência passam a circular mais, e isto enseja maior convivência com pessoas sem deficiência, o que desperta a atenção para oportunidades de se criar mais produtos, serviços e ambientes que atendam às necessidades específicas dessa parcela da população.
Nessa perspectiva, a inclusão de profissionais com deficiência no ambiente de trabalho cria oportunidades também para as empresas gerarem mais negócios. Uma pessoa que está acostumada a enfrentar desafios diários por falta de acessibilidade ou sensibilização da população em geral, se adapta melhor ao mundo do trabalho. Uma pessoa com deficiência está mais preparada para lidar com situações críticas e a resolver problemas, além de trazer uma visão diferente, o que contribui para o processo de criação ou tomada de decisões.
Em relação à qualificação das pessoas com deficiência, podemos afirmar que segue basicamente o mesmo padrão da população brasileira sem deficiência. É um falacioso generalizar a falta de qualificação das pessoas com deficiência. Por questões de exclusão histórica, a maioria das pessoas com deficiência é pouco qualificada, mas, essa baixa qualificação também incide na população em geral. Mas, isto não significa que não existam pessoas com deficiência qualificadas. Por exemplo: no banco de currículos da i.Social , mais de 80% dos 30.000 profissionais cadastrados possuem ao menos ensino médio completo, chegando até a mestrado e doutorado.
Na esteira, observamos que o maior empecilho para a inclusão de profissionais com deficiência ainda é cultural. Ou seja, as relações interpessoais ainda estão muito calcadas em estereótipos e preconceitos. Além disso, as vagas que são oferecidas às pessoas com deficiência ainda são muito operacionais e pouco atrativas. Os líderes e gestores das empresas ainda não consideram incluir profissionais com deficiência em cargos mais estratégicos, pois tendem a achar que estes profissionais são menos produtivos ou geram mais custos com acessibilidade, o que não é verdade. Dessa forma, não é exagero afirmar que a questão cultural ainda é o maior desafio. A falta de acessibilidade é reflexo da falta de cultura inclusiva. Enquanto não transformarmos a mentalidade antiga de que as pessoas com deficiência são menos qualificadas, menos produtivas e que exigem muitos investimentos, não daremos um salto de qualidade no processo de inclusão.
Por isso, os treinamentos devem ser constantes para preparar principalmente os gestores que são as pessoas responsáveis por aprovar os candidatos. O departamento de RH pode até estar sensibilizado e aberto para a contratação de um funcionário com deficiência, mas se o gestor, que é o “dono” da vaga, não estiver informado e pronto para gerenciar a diversidade, nada será feito e o candidato com deficiência continuará preterido.
O mesmo raciocínio aplica-se se a alta liderança não aprovar vagas mais estratégicas para os profissionais com deficiência: o RH fica atado apenas às vagas operacionais, que são menos atrativas e só atraem pessoas menos qualificadas, reforçando a percepção de que pessoas com deficiência não possuem perfil necessário para posições melhores.
É por isso que sempre afirmamos que o processo de inclusão deve ser abraçado por todos os funcionários de uma empresa e todos os cidadão do Brasil.
* Jaques Haber, diretor da i.Social.

http://vidamaislivre.com.br/colunas/post.php?id=5678&%2Fa_inclusao_de_profissionais_com_deficiencia_no_mercado_de_trabalho_um_panorama_positivo_para_uma_mudanca_necessaria