Ally e Ryan

Ally e Ryan

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

O que o Plano Nacional de Educação diz sobre a Educação inclusiva

Daniela Alonso, especialista  em Educação Inclusiva  e selecionadora do Prêmio Victor
Civita Educador Nota 10
Isac Oliveira Souza aprendendo ler na lousa braile, na sala de recursos da EE Dom Jayme de Barros
 
No Brasil, a regulamentação mais recente que norteia a organização do sistema educacional é o Plano Nacional de Educação (PNE 2011-2020). Esse documento, entre outras metas e propostas inclusivas, estabelece a nova função da Educação especial como modalidade de ensino que perpassa todos os segmentos da escolarização (da Educação Infantil ao ensino superior); realiza o atendimento educacional especializado (AEE); disponibiliza os serviços e recursos próprios do AEE e orienta os alunos e seus professores quanto à sua utilização nas turmas comuns do ensino regular.
 
O PNE considera público alvo da Educação especial na perspectiva da Educação inclusiva, educandos com deficiência (intelectual, física, auditiva, visual e múltipla), transtorno global do desenvolvimento (TGD) e altas habilidades.
 
Se o aluno apresentar necessidade específica, decorrente de suas características ou condições, poderá requerer, além dos princípios comuns da Educação na diversidade, recursos diferenciados identificados como necessidades educacionais especiais (NEE). O estudante poderá beneficiar-se dos apoios de caráter especializado, como o ensino de linguagens e códigos específicos de comunicação e sinalização, no caso da deficiência visual e auditiva; mediação para o desenvolvimento de estratégias de pensamento, no caso da deficiência intelectual; adaptações do material e do ambiente físico, no caso da deficiência física; estratégias diferenciadas para adaptação e regulação do comportamento, no caso do transtorno global; ampliação dos recursos educacionais e/ou aceleração de conteúdos para altas habilidades.
 
A Educação inclusiva tem sido um caminho importante para abranger a diversidade mediante a construção de uma escola que ofereça uma proposta ao grupo (como um todo) ao mesmo tempo em que atenda às necessidades de cada um, principalmente àqueles que correm risco de exclusão em termos de aprendizagem e participação na sala de aula.
 
Além de ser um direito, a Educação inclusiva é uma resposta inteligente às demandas do mundo contemporâneo. Incentiva uma pedagogia não homogeneizadora e desenvolve competências interpessoais. A sala de aula deveria espelhar a diversidade humana, não escondê-la. Claro que isso gera novas tensões e conflitos, mas também estimula as habilidades morais para a convivência democrática. O resultado final, desfocado pela miopia de alguns, é uma Educação melhor para todos. (MENDES, 2012).
 
Revista Educação

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Os desafios da Educação inclusiva: foco nas redes de apoio


Matéria publicada na Revista Educação

Para fazer a inclusão de verdade e garantir a aprendizagem de todos os alunos na escola regular é preciso fortalecer a formação dos professores e criar uma boa rede de apoio entre alunos, docentes, gestores escolares, famílias e profissionais de saúde que atendem as crianças com Necessidades Educacionais Especiais
 
Daniela Alonso
1. Inclusão no Brasil e Educação especial na escola regular
 
João Guilherme dos Santos, aluno com deficiência física, com seus colegas da Unidade Integrada Alberico Silva, em São Luís.

O esforço pela inclusão social e escolar de pessoas com necessidades especiais no Brasil é a resposta para uma situação que perpetuava a segregação dessas pessoas e cerceava o seu pleno desenvolvimento. Até o início do século 21, o sistema educacional brasileiro abrigava dois tipos de serviços: a escola regular e a escola especial - ou o aluno frequentava uma, ou a outra. Na última década, nosso sistema escolar modificou-se com a proposta inclusiva e um único tipo de escola foi adotado: a regular, que acolhe todos os alunos, apresenta meios e recursos adequados e oferece apoio àqueles que encontram barreiras para a aprendizagem.
 
A Educação inclusiva compreende a Educação especial dentro da escola regular e transforma a escola em um espaço para todos. Ela favorece a diversidade na medida em que considera que todos os alunos podem ter necessidades especiais em algum momento de sua vida escolar.
 
Há, entretanto, necessidades que interferem de maneira significativa no processo de aprendizagem e que exigem uma atitude educativa específica da escola como, por exemplo, a utilização de recursos e apoio especializados para garantir a aprendizagem de todos os alunos.
 
A Educação é um direito de todos e deve ser orientada no sentido do pleno desenvolvimento e do fortalecimento da personalidade. O respeito aos direitos e liberdades humanas, primeiro passo para a construção da cidadania, deve ser incentivado.
 
Educação inclusiva, portanto, significa educar todas as crianças em um mesmo contexto escolar. A opção por este tipo de Educação não significa negar as dificuldades dos estudantes. Pelo contrário. Com a inclusão, as diferenças não são vistas como problemas, mas como diversidade. É essa variedade, a partir da realidade social, que pode ampliar a visão de mundo e desenvolver oportunidades de convivência a todas as crianças.
 
Preservar a diversidade apresentada na escola, encontrada na realidade social, representa oportunidade para o atendimento das necessidades educacionais com ênfase nas competências, capacidades e potencialidades do educando.
 
Ao refletir sobre a abrangência do sentido e do significado do processo de Educação inclusiva, estamos considerando a diversidade de aprendizes e seu direito à equidade. Trata-se de equiparar oportunidades, garantindo-se a todos - inclusive às pessoas em situação de deficiência e aos de altas habilidades/superdotados, o direito de aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a ser e aprender a conviver. (CARVALHO, 2005).
 
 
Daniela Alonso, especialista  em Educação Inclusiva  e selecionadora do Prêmio Victor
Civita Educador Nota 10

sábado, 23 de fevereiro de 2013

O que é a Síndrome de Asperger?


A Síndrome de Asperger é um Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD), resultante de uma desordem genética, e que apresenta muitas semelhanças com relação ao autismo.
Ao contrário do que ocorre no autismo, contudo, crianças com Asperger não apresentam grandes atrasos no desenvolvimento da fala e nem sofrem com comprometimento cognitivo grave. Esses alunos costumam escolher temas de interesse, que podem ser únicos por longos períodos de tempo - quando gostam do tema "dinossauros", por exemplo, falam repetidamente nesse assunto. Habilidades incomuns, como memorização de sequências matemáticas ou de mapas, são bastante presentes em pessoas com essa síndrome.
Na infância, essas crianças apresentam déficits no desenvolvimento motor e podem ter dificuldades para segurar o lápis para escrever. Estruturam seu pensamento de forma bastante concreta e não conseguem interpretar metáforas e ironias - o que interfere no processo de comunicação. Além disso, não sabem como usar os movimentos corporais e os gestos na comunicação não-verbal e se apegam a rituais, tendo dificuldades para realizar atividades que fogem à rotina.
Como lidar com a Síndrome de Asperger na escola?
As recomendações são semelhantes às do autismo. Respeite o tempo de aprendizagem do aluno e estimule a comunicação com os colegas. Converse com ele de maneira clara e objetiva e apresente as atividades visualmente, para evitar ruídos na compreensão do que deve ser feito.
Também é aconselhável explorar os temas de interesse do aluno para abordar novos assuntos, ligados às expectativas de aprendizagem. Se ele tem uma coleção de carrinhos, por exemplo, utilize-a para introduzir o sistema de numeração. Ações que escapam à rotina devem ser comunicadas antecipadamente.
Revista Educação

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

CARTILHA DE CUIDADOS DE SAÚDE ÀS PESSOAS COM SÍNDROME DE DOWN


O Ministério da Saúde lançou em 2012 uma cartilha para orientar o atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS) a pessoas com  síndrome de Down, que atinge atualmente 300 mil brasileiros.

O objetivo, segundo o ministro Alexandre Padilha, é qualificar e humanizar os serviços oferecidos às famílias e aos pacientes já nos primeiros dias de vida deles.

A intenção é alertar sobre as doenças que têm maior prevalência nessa fase e os principais cuidados necessários, para garantir um desenvolvimento saudável das crianças.

O  documento

(http://estaticog1.globo.com/2012/09/27/CuidadosSaudePessoasSindromeDown.pdf )

foi formulado durante cinco meses, com a colaboração de especialistas e entidades. Também há uma versão mais simples

(http://estaticog1.globo.com/2012/09/27/DiretrizesCuidadosSindromeDown.pdf ),

feita em parceria com jovens que têm síndrome de Down, para que a linguagem ficasse mais acessível a esse público.

O texto traz instruções sobre como identificar visualmente a síndrome, causada por um distúrbio genético decorrente de um cromossomo extra, o 21.

Entre as características físicas, estão: pregas das pálpebras oblíquas e para cima, base do nariz plana, rosto aplanado, língua saliente e cabelo fino. Se algum desses atributos aparecer de forma isolada, não confirma o diagnóstico – que pode se valer ainda de um exame genético, para identificar a presença do cromossomo a mais.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

#VEMSEANPENN

Colegas - O Filme




Ator com síndrome de Down encabeça a ação.
Por André Roedel


Ariel Goldenberg conseguiu realizar o sonho de ser ator. Agora só falta outro: conhecer Sean Penn

A Web do Bem traz esta semana a história de Ariel Goldenberg, que tem síndrome de Down, um distúrbio genético causado pela presença de um cromossomo 21 extra. O sonho dele, desde criança, é ser ator de cinema. Ariel cresceu e, após figurar em novelas e peças de teatro, conseguiu seu grande objetivo: protagonizar um filme.

”Colegas”, filme dirigido por Marcelo Galvão, foi produzido em 2012 e estreia no dia 1º de março deste ano. Com grandes atores no elenco, como Lima Duarte e Juliana Didone, a obra mostra a história de três amigos com síndrome de Down (Ariel e os atores Rita Pokk e Breno Viola) que vão superar suas limitações para correr atrás de seus maiores sonhos.

O filme recebeu o Kikito de Melhor Filme, uma das maiores premiações do cinema nacional, que acontece no Festival de Gramado. “Eu quero mostrar esse Kikito aqui não só para mim mãe, mas sim ao mundo”, disse Ariel após receber o prêmio.

Só que os sonhos de Ariel não param por aí. Ele, que é fã do ator Sean Penn, quer que o astro dos filmes “Milk” e “Sobre Meninos e Lobos” venha ao Brasil prestigiar a grande estreia de “Colegas”. O ator chegou a economizar dinheiro e comprou passagens para os Estados Unidos para conhecer Sean Penn, mas esqueceu de tirar o visto americano.

Com esse imprevisto, amigos de Ariel e produtores do filme “Colegas” se uniram e lançaram um vídeo no YouTube para que a história desse grande sonhador chegue ao conhecimento de Sean Penn.

No vídeo, a história da vida de Ariel é contada através imagens de grandes filmes, como “Forrest Gump”. Com mais de 600 mil visualizações em dois dias, a campanha #VEMSEANPENN viralizou e, de acordo com alguns produtores e críticos de Hollywood, os agentes de Sean Penn já sabem da história.

Mas, enquanto o próprio Sean Penn não vem ao Brasil, não custa nada compartilhar o vídeo nas redes sociais para que o mundo veja a linda história de Ariel e seu sonho, não é mesmo? Como o próprio narrador diz no vídeo, “se todos nós compartilharmos, mais cedo ou mais tarde o Sean Penn vai acabar vendo”.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Fernando de Noronha faz mudanças para ser acessível a turistas com deficiência

Governo lança projeto Praia sem Barreiras no arquipélago pernambucano.

O banho de mar nas águas transparentes e mornas da Praia do Sueste, localizada no arquipélago pernambucano, tornou-se mais democrático, graças à estreia hoje do projeto Praia sem Barreiras, idealizado e executado pela Secretaria de Turismo de Pernambuco (Setur/PE), através da Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur). A partir de agora o acesso de cadeirantes à paradisíaca baía da ilha será possível através de uma esteira antiderrapante, que conduz o banhista por 30 metros até quatro cadeiras de rodas anfíbias, desenvolvidas com tecnologia da Nasa e cujo material não esquenta sob a ação do inclemente sol nordestino.

De lá, os banhistas são acompanhados por oito profissionais da EcoNoronha devidamente qualificados para o banho assistido, que poderá ser desfrutado todos os dias, das 8h às 18h. Oinvestimento total da implantação do projeto foi de R$ 37 mil. As cadeiras anfíbias são fabricadas pela Ortomix, em Aparecida do Goiás (GO), e custam R$ 5.415 cada uma.

A recifense Yoko Farias Sujimoto, 29 anos, e o cadeirante suíço Michel Peneveyre, presidente da ONG Rodas da Liberdade, que vive em Porto de Galinhas, foram os escolhidos para estrear o serviço da equipe e a curtir as delícias do mar de Noronha.

Estou muito feliz de estar aqui. Esse é um sonho de muitas pessoas em minha condição. Sei que muitos virão depois de nós dois”, diz emocionada Yoko. Já para o quase pernambucano Michel, a palavra que melhor define a experiência de ontem é felicidade. Tanto que este foi o nome que ele deu à tartaruga encontrada no mar naquela manhã pela equipe do Projeto Tamar. A recifense preferiu pegar emprestada a sugestão do rapaz que a assistia no banho de mar e batizou o animal marinho de Nó, em homenagem à ilha. Surgia naquele instante a mascote da dupla especial de banhistas.

Para o secretário de Turismo de Pernambuco, Alberto Feitosa, a implantação do equipamento é de grande importância para o turismo do Estado, que tem na acessibilidade um dos seus grandes focos. “Essa é uma das minhas grandes missões. E hoje é um dia feliz, histórico. Muito tenho a agradecer à coordenadora do Programa Turismo Acessível, Morgana Cavalcanti, que dá o exemplo e nos serviu de inspiração. Ontem (30), por coincidência, fez dez anos que ela ficou impossibilitada de andar”, pontuou o secretário, complementando que a próxima cidade a receber o projeto Praia sem Barreiras será o Recife. A data foi escolhida a dedo, acontecerá no dia 12, quando se comemora o aniversário da capital pernambucana. “Vamos dar esse presente ao Recife”, festeja.

Para definir onde implantar o novo serviço em Boa Viagem, a Empetur contou com a ajuda de um dos parceiros no projeto, o Instituto Oceanário da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), que realizou pesquisa sobre ataques de tubarão na orla recifense. “Não podemos correr riscos”, diz Mosana, ao informar que o Praia sem Barreiras será instalado em frente à Rua Bruno Veloso porque lá, segundo o estudo, é a área que menos registros possui de ataques de tubarões.
“Ao contrário de São Paulo, do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul, nosso ponto de acessibilidade será sempre no mesmo local”, ressalta a coordenadora da Empetur, complementando que isso ajudará ainda mais as pessoas com dificuldade física como ela. Mosana ficou impossibilitada de andar depois de ser atingida por um tiro durante um assalto nas proximidades do Edifício Califórnia, na Avenida Boa Viagem, em 2003.

Participaram ainda do evento de lançamento do Praia sem Barreiras o administrador do arquipélago, Romeu Baptista, o secretário nacional de promoção dos Direitos Humanos, o pernambucano de Garanhuns, Antonio José Ferreira, o chefe do ICMBio, Ricardo Araújo, Pablo Móbis, gerente do Eco Noronha, todos parceiros na ação de acessibilidade num dos destinos mais cobiçados Brasil afora.

ACESSIBILIDADE – Não foi à toa que o arquipélago Fernando de Noronha foi escolhido para a estreia do Praia sem Barreiras. A empresa Eco Noronha tem investido forte em acessibilidade na ilha no último ano, quando o acesso ao Mirante dos Golfinhos é possível graças à trilha suspensa, construída com madeira biossintética.

O Mirante do Sancho, onde é possível observar o belo cenário da praia que leva o mesme do ponto de observação, tammbém é totalmente acessível. O caminho até o Mirante Dois Irmãos, o principal ícone da ilha, é outra trilha construída para dar acesso ao ir e vir de todos. Ambas dispõem de acessibilidade assistida e foram construídas pela EcoNoronha. Falta entregar ainda a trilha da Praia do Leão, prevista para ser entregue até o fim deste ano.
Assista o vídeo:




Fonte: Jornal do Comércio

Link alternativo para a matéria:


ABAIXO ALGUMAS IMAGENS PUBLICADAS NA FOLHA-UOL



Cadeirantes na trilha para o Mirante do Morro Dois Irmãos, em Fernando de Noronha, em Pernambuco


A tetraplégica Yoko Farias, 28, utiliza as esteiras acessíveis e cadeiras anfíbias na praia do Sueste, em PE


Michel Beneveyle e Yoko Farias, 28, utilizam as esteiras acessíveis e cadeiras anfíbias na praia do Sueste


Tetraplégica Yoko Farias toma banho de mar na praia do Sueste, em Fernando de Noronha, em Pernambuco 


Michel Beneveyle e Yoko Farias, 28, utilizam as esteiras acessíveis e cadeiras anfíbias na praia do Sueste


Tetraplégica Yoko Farias toma banho de mar e toca tartaruga na praia do Sueste, em Fernando de Noronha

Imagens: Apu Gomes/Folhapress