Ally e Ryan

Ally e Ryan

quarta-feira, 30 de junho de 2010

MARIA TERESA EGLÉR MANTOAN - como a escola se adapta à inclusão


Maria Teresa Mantoan orienta a forma como escola precisa se adaptar para a inclusão:

“Além de fazer adaptações físicas, a escola precisa oferecer atendimento educacional especializado paralelamente às aulas regulares, de preferência no mesmo local. Assim, uma criança cega, por exemplo, assiste às aulas com os colegas que enxergam e, no contraturno, treina mobilidade, locomoção, uso da linguagem braile e de instrumentos como o soroban, para fazer contas. Tudo isso ajuda na sua integração dentro e fora da escola”.

A dúvida fica sempre naquela questão, como garantir atendimento especializado se a escola não oferece condições?
Para isso, a professora nos ensina que “a escola pública que não recebe apoio pedagógico ou verba tem como opção fazer parcerias com entidades de educação especial, disponíveis na maioria das redes.
Enquanto isso, a direção tem que continuar exigindo dos dirigentes o apoio previsto em lei. Na particular, o serviço especializado também pode vir por meio de parcerias e deve ser oferecido sem ônus para os pais”.

Evidentemente que estudantes com deficiência intelectual severa é o grande desafio para estudar em uma classe regular, e para isso vale observar sua abordagem:

“Sem dúvida. A inclusão não admite qualquer tipo de discriminação, e os mais excluídos sempre são os que têm deficiências graves. No Canadá, vi um garoto que ia de maca para a escola e, apesar do raciocínio comprometido, era respeitado pelos colegas, integrado à turma e participativo. Há casos, no entanto, em que a criança não consegue interagir porque está em surto e precisa ser tratada. Para que o professor saiba o momento adequado de encaminhá-la a um tratamento, é importante manter vínculos com os atendimentos clínico e especializado”.

terça-feira, 29 de junho de 2010

MARIA TERESA EGLÉR MANTOAN


Dando sequência aos estudos da professora Maria Teresa Eglér Mantoan, hoje vamos abordar outras questões relativas a inclusão:

De acordo com seu pensamento para que uma escola se torne inclusiva é necessário em primeiro lugar, um bom projeto pedagógico, que começa pela reflexão.

E não apenas isso, ela acrescenta que “diferentemente do que muitos possam pensar, inclusão é mais do que ter rampas e banheiros adaptados. A equipe da escola inclusiva deve discutir o motivo de tanta repetência e indisciplina, de os professores não darem conta do recado e de os pais não participarem. Um bom projeto valoriza a cultura, a história e as experiências anteriores da turma. As práticas pedagógicas também precisam ser revistas. Como as atividades são selecionadas e planejadas para que todos aprendam? Atualmente, muitas escolas diversificam o programa, mas esperam que no fim das contas todos tenham os mesmos resultados. Os alunos precisam de liberdade para aprender do seu modo, de acordo com as suas condições. E isso vale para os estudantes com deficiência ou não.

Sobre a inclusão no Brasil ela afirma:

“Estamos caminhando devagar. O maior problema é que as redes de ensino e as escolas não cumprem a lei. A nossa Constituição garante desde 1988 o acesso de todos ao Ensino Fundamental, sendo que alunos com necessidades especiais devem receber atendimento especializado preferencialmente na escola , que não substitui o ensino regular. Há outra questão, um movimento de resistência que tenta impedir a inclusão de caminhar: a força corporativa de instituições especializadas, principalmente em deficiência intelectual. Muita gente continua acreditando que o melhor é excluir, manter as crianças em escolas especiais, que dão ensino adaptado. Mas já avançamos. Hoje todo mundo sabe que elas têm o direito de ir para a escola regular. Estamos num processo de conscientização”.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Blog - Assim como você

O blog do jornalista da Folha de São Paulo, Jairo Marques, fez uma menção hoje do meu trabalho em educação de trânsito para pessoas com deficiência, quem quiser ler basta acessar o link
http://assimcomovoce.folha.blog.uol.com.br/ , "Cuidado com a rua".
Valeu Jairo e obrigado. Ah a charge acima é ele em pessoa!!

MARIA TERESA EGLÉR MANTOAN - considerações iniciais

"Inclusão é o privilégio de conviver com as diferenças"

Para a educadora, na escola inclusiva professores e alunos aprendem uma lição que a vida dificilmente ensina: respeitar as diferenças. Esse é o primeiro passo para construir uma sociedade mais justa.

Para Maria Teresa Eglér Mantoan, inclusão “é a nossa capacidade de entender e reconhecer o outro e, assim, ter o privilégio de conviver e compartilhar com pessoas diferentes de nós. A educação inclusiva acolhe todas as pessoas, sem exceção. É para o estudante com deficiência física, para os que têm comprometimento intelectual, para os superdotados, para todas as minorias e para a criança que é discriminada por qualquer outro motivo. Costumo dizer que estar junto é se aglomerar no cinema, no ônibus e até na sala de aula com pessoas que não conhecemos. Já inclusão é estar com, é interagir com o outro.

Para ela a inclusão traz inúmeros benefícios para alunos e professores, conforme podemos observar a seguir de sua declaração sobre este assunto:
“A escola tem que ser o reflexo da vida do lado de fora. O grande ganho, para todos, é viver a experiência da diferença. Se os estudantes não passam por isso na infância, mais tarde terão muita dificuldade de vencer os preconceitos. A inclusão possibilita aos que são discriminados pela deficiência, pela classe social ou pela cor que, por direito, ocupem o seu espaço na sociedade. Se isso não ocorrer, essas pessoas serão sempre dependentes e terão uma vida cidadã pela metade. Você não pode ter um lugar no mundo sem considerar o do outro, valorizando o que ele é e o que ele pode ser. Além disso, para nós, professores, o maior ganho está em garantir a todos o direito à educação”.

sábado, 26 de junho de 2010

Maria Teresa Eglér Mantoan

A partir de hoje vamos estudar Maria Teresa Eglér Mantoan, professora da Universidade Estadual de Campinas, ela é um expoente na área da Educação Inclusiva. Vejam essa entrevista que ela concedeu à Revista Educação, na sua edição de número 100:

Qual o diagnóstico que você faz da educação básica no Brasil? Quais os principais problemas, avanços e retrocessos que a educação vive?

A educação básica está vivendo um grande desafio, que é o de resolver a equação qualidade de ensino X quantidade de alunos.
O direito de todos à educação precisa ser assegurado e a inclusão dos que estavam (estão) fora das escolas potencializa esse desafio.
Nossas políticas públicas não acompanham os avanços educacionais e neutralizam todas as perturbações que as diferenças, por exemplo, ocasionam nas salas de aula. A cultura escolar ainda vive dos mitos do aluno ideal, da sala de aula homogênea, da reprodução do conhecimento fragmentado em áreas, transmitido seqüencialmente, do mérito escolar medido por comparação de desempenhos nas áreas do conhecimento. O diagnóstico não é dos mais favoráveis às grandes mudanças que temos de empreender para que a escola básica brasileira corresponda aos nossos anseios de uma educação de qualidade, democrática e aberta a todos, sem discriminações, segregação, preconceitos.

Da forma como o ensino superior está sendo administrado atualmente, como você avalia a formação dos professores do ensino básico? Eles estão preparados para a sala de aula?

Avalio a formação do professor com muitas reservas. No meu ponto de vista é preciso aliar teoria a práticas educacionais, durante todo o percurso do aluno na universidade.
Precisamos garantir uma sólida formação do profissional de educação, calcada na discussão, no questionamento de situações vivenciadas no cotidiano escolar. Este é, a meu ver, o cenário mais adequado para a preparação desse profissional, na sua formação inicial e também na formação em serviço. Em uma palavra, seria ideal que os alunos/professores aprendessem fazendo e teorizando a própria prática educacional.

Existe hoje algum modelo no Brasil em ensino fundamental e médio?

De certo existem escolas públicas e particulares envolvidas em projetos interessantes de trabalho, mas prefiro não destacar modelos e sim a necessidade de cada escola elaborar, autonomamente, seus projetos político-pedagógicos, para que possam ministrar um ensino que atenda às necessidades de seus alunos e aos propósitos que definiram como seus alvos preferenciais de trabalho. Escola-modelo para mim é aquela que conseguiu ultrapassar o anonimato das propostas universalistas e encontrou sua identidade.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

O Mundo sem Som!

EMEE Helen Keller

Como se relacionar com um surdocego?


Pergunte como deve se comunicar com o surdocego ao seu guiaintérprete ou ao acompanhante. As formas são variadas e extremamente particulares.
Os surdocegos andam, normalmente, com um guia-intérprete ao seu lado para conseguir estabelecer a comunicação com outras pessoas. Quando chegar perto de um surdocego, toque-o levemente na mão para sinalizar que está ao seu lado. O guiaintérprete é quem vai guiar essa interação.

A comunicação com pessoas surdocegas

Os sistemas de comunicação usados pelas pessoas surdocegas são divididos em Alfabéticos e Não Alfabéticos. Vamos conhecê-los.

Sistemas Alfabéticos

Alfabeto Dactilológico: as letras do alfabeto se formam mediante diferentes posições dos dedos da mão;
Alfabeto de Escrita Manual: quando o dedo indicador da pessoa surdocega funciona como um lápis escrevendo o que quer sobre a outra mão;
Tablitas Alfabéticas: são tábuas que têm letras escritas em forma maiúscula ou impressas em Braille. Para a comunicação, o interlocutor
vai assinalando cada letra para formar uma palavra com o dedo da pessoa surdocega e ela responde fazendo o mesmo procedimento;
Meios Técnicos com Saída Braille: são máquinas utilizadas pelo surdocego que conhece o Braille.

Sistemas Não Alfabéticos

Libras: Língua Brasileira de Sinais utilizada pelas pessoas surdas.

Tadoma: consiste na percepção, por meio da mão da pessoa surdocega que repousa sobre a boca de quem fala para sentir a vibração das palavras.

Alguns surdocegos se comunicam colocando a mão em sua boca para sentir a vibração do som que você está emitindo.

Quando falamos em tadoma, estamos nos referindo ao método de vibração do ensino da fala. A criança que está sendo ensinada no tadoma tem que colocar uma e inicialmente as duas mãos na face da pessoa que está falando. Com bastante treino e prática a possibilidade de se comunicar através deste método tende a ser grande SISTEMA PICTOGRÁFICO.

Os símbolos de comunicação pictórica - Picture Communication Symbols (PCS) fazem parte de um Sistema de Comunicação Aumentativa (CAA) que refere-se ao recurso, estratégias e técnicas que complementam modos de comunicação existentes ou substituem as habilidades de comunicação existentes.

Em síntese, o sistema pictográfico consiste-se de símbolos, figuras, etc, que significam ações, objetos, atividades que entre outras características podem servir como símbolos comunicativos, tanto receptivamente quanto expressivamente.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Surdocegueira


É uma deficiência única que apresenta a perda da audição e da visão concomitantemente em diferentes graus, o que leva a pessoa surdocega a desenvolver diferentes formas de comunicação para entender e interagir com pessoas e meio ambiente.

Há tempos, essa deficiência era considerada como deficiência múltipla sensorial, mas suas particularidades comunicacionais estabeleceram a necessidade de uma designação e especificação de deficiência própria. A surdocegueira é a deficiência sensorial em sua plenitude, pois o contato com o mundo exterior pode ser totalmente cerceado.

Pessoas que têm surdocegueira podem apresentar diferentes níveis da deficiência.
Há surdocego que enxergue pouco e não ouça nada, bem como quem ouça um pouco e não enxergue nada. Há também quem não pode ouvir nem ver completamente nada. Segundo Censo do MEC (Ministério da Educação), no Brasil existem 1.250 pessoas com surdocegueira.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Nanismo


Os anões são pessoas com estatura reduzida, eles atingem entre 70 cm e 1,40 m na idade adulta. Por conta disso, os anões têm sérias dificuldades de locomoção em cidades planejadas para pessoas com média ou alta estatura. Essa observação - de que os anões também precisam de acessos - levou essa parcela da população a ser considerada como pessoas com deficiência pelo Decreto Federal 5.296/2004. Mas as dificuldades que os anões enfrentam não ficam apenas no campo arquitetônico.

Os anões sofrem bastante com o preconceito. Muitas pessoas têm medo deles ou, então, os tratam com infantilidade ou ridicularização.

Por causa da baixa estatura, os anões não conseguem acessar muitos ambientes, produtos e serviços de uso público, como balcões de atendimento, prateleiras em supermercados, degraus, transportes, caixas eletrônicos, mobiliário público e doméstico em geral (mesas, cadeiras, bancos, camas, estantes, armários etc.). Até quando fazem adaptações para pessoas com deficiência, não pensam no anão. Um caixa eletrônico, por exemplo. Tem casos em que o cadeirante consegue acessar um caixa eletrônico adaptado, mas mesmo este modelo - que é mais baixo - não serve para o acesso de um anão. Ele não consegue, por causa do comprimento dos seus braços, chegar nas teclas.

Orientá-los a transitar pelas ruas é função da educação para o trânsito. No entanto, o educador deverá levar em consideração as particularidades da cidade, não podemos orientar da mesma forma em que é orientada uma pessoa com estatura maior. Uma caçamba na via, uma banca de jornal já é um obstáculo para sua visão.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Paralisia Cerebral

SINAPSE PARALISIA CEREBRAL PC Patologia

Jovem com paralisia cerebral termina monografia

Paralisia Cerebral



Algumas pessoas têm paralisia cerebral, o que não quer dizer deficiência intelectual.
E por que colocamos este tópico no meio de deficiência física? Porque as pessoas que tem PC (abreviação muito usada) apresentam limitações físicas e motoras.

Vamos explicar isso melhor.

Devido a alguma lesão, o cérebro envia informações em desordem para a realização de movimentos físicos. Assim, uma pessoa com PC pode apresentar expressões estranhas no rosto, dificuldades na fala, gestos involuntários e dificuldades de locomoção, mas não se intimide com isso. Elas mantêm a inteligência absolutamente intacta. Portanto, não as subestimem: elas raciocinam como você. Tenha paciência em ouvi-las, compreendê-las e acompanhar seu ritmo.

Se a fala estiver muito enrolada, peça que repita. Se não conseguir compreender, pergunte. Procure sempre ter tempo para acompanhar essa pessoa, pois seu ritmo é bem mais lento. Agora, o mais importante: não a trate como uma criança. A dificuldade do corpo em compreender as ordens do cérebro já é imensa, portanto, procure facilitar a sua relação com essa pessoa não tratando-a com infantilidade. (Gabrilli, Mara - Manual de Convivência - Pessoas com Deficiência e Mobilidade Reduzida).

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Branco do CETET

o gerente Branco numa foto comigo em 2009

Conheci o gerente do CETET no dia 6 de outubro do ano passado. Quando fui apresentado ao gerente Branco, alcunha pela qual ele é conhecido na CET, não imaginei que ele seria diferente dos anteriores. Estava voltando de uma longa licença médica e confesso que não tinha nenhuma aspiração para continuar trabalhando, considerando que o trabalho de inclusão que fazia fora da CET era muito mais prazeroso e interessante para mim.

Entretanto, no primeiro contato com ele havia algo diferente. De início pensei que seria um gerente como foram os outros, omissos, falastrões e de poucas iniciativas. No decorrer da conversa o sentimento de mudança foi se tornando cada vez mais forte. Ele me propôs um projeto de inclusão direcionado aos educadores do próprio CETET e aos professores de modo amplo, visando melhor atender Pessoas com Deficiência e Mobilidade Reduzida no âmbito da educação para o trânsito. Respondi que elaboraria tal projeto (que foi feito com ajuda do Milton Roberto de Almeida), no entanto, um projeto assim exigiria do gerente uma mudança de postura, uma visão mais inclusiva das relações profissionais e vontade política para a execução do projeto. Branco afirmou que apoiaria todas as medidas que fossem necessárias para a implantação e execução do programa.

Como já havia passado por outras experiências semelhantes no CETET, achei que a fleuma seria uma medida adequada e prudente diante de outros acontecimentos. Veio o apoio da superintendente ao projeto e as etapas programadas foram sendo realizadas, mesmo depois das mudanças ocorridas no CETET, que o colocaram definitivamente no século XXI. Hoje algumas educadoras em contato comigo, disseram que vão fazer o curso de LIBRAS para melhor atender crianças com deficiência auditiva, com apoio da gerência, o que demonstra mais uma vez que o gerente tem um pensamento convergente quando a questão é inclusão e que vem cumprindo rigorosamente tudo que foi colocado no programa, no caso, capacitar os educadores para o atendimento de crianças com deficiência.

Meu blog é um espaço reservado para o tema inclusão, assim seu acesso vem crescendo diariamente e o número de seguidores também. Naturalmente que, medidas inclusivas devem ser divulgadas como exemplos para serem seguidos por outros gestores, outras pessoas, enfim, que sejam seguidos por todos, isso é inclusão. Portanto, aqui em nosso espaço homenageamos o gerente Luiz Carlos Mantovani Néspoli, ou simplesmente Branco, para que sua coragem e determinação sejam valores que possam ser seguidos por outros gestores da empresa e por todos de modo geral.

Tenho certeza absoluta que as mudanças ocorridas na estrutura do CETET concomitantemente com a temática da inclusão em suas atividades, estão colocando meu querido e bom CETET no caminho da modernidade e da diversidade.

Soroban ou Sorobã

Dorinha, personagem cega da Turma da Mônica

É um ábaco, assim como você provavelmente conheceu ainda criança, nos primórdios da sua educação, para aprender a contar. Mas é um ábaco japonês, diferente, com apenas cinco contas, ou pedrinhas (como preferir chamar agora) em cada ordem numérica.

O seu uso sofreu uma série de aperfeiçoamentos que geraram técnicas extremamente rápidas para executar qualquer cálculo: adição, subtração, multiplicação, divisão, raiz quadrada e outros.
A parte mais interessante e intrigante com certeza é o uso da mesma técnica para fazer cálculos mentais. Treinando as operações no Soroban, vai-se aos poucos adquirindo as mesmas habilidades para fazer cálculos mentalmente de algarismos enormes, para os padrões ensinados nas escolas.

Outras habilidades também são percebidas no uso do Soroban:

Melhora a concentração e memorização, sobretudo para números;
Visualização e inspiração apuradas;
Observação mais atenta;
Processamento de informações mais rapidamente;
Aumento da “velocidade auditiva”;
Cálculo mental.

O nome Soroban (com "N") foi trazido ao Brasil por imigrantes japoneses no começo do século XX. Originalmente Kambei Moori leva para o Japão o Suan Pan (ábaco chinês) e um pequeno manual, iniciando os seus estudos sozinho com este instrumento. Em 1622 publica o seu primeiro livro "Embrião do Soroban".

No Brasil, em 1949, Joaquim Lima de Moraes, adapta o Soroban para uso de cegos, após aprender a técnica ensinada por imigrantes japoneses, abrasileirando o termo para Sorobã.

Então temos dois modelos no Brasil:

Soroban: para videntes (como chamamos os dotados de visão);
Sorobã: o mesmo, mas adaptado para deficientes visuais.
Ambos podem ser utilizados, e os cálculos são praticamente realizados de forma igual nos dois modelos. A manipulação no Soroban (com "N") é mais rápida pois as contas correm livremente, diferentemente do Sorobã, onde as mesmas são presas, mas ambos geram uma aptdão em comum: o cálculo mental.

No Brasil, pelo Sorobã ter substituído o Cubarítmo nas aulas de cáculo, a mídia menciona o ábaco japonês, Soroban, como exclusividade para deficientes visuais. Pretendemos aqui deixar bem claro que trata-se de um instrumento extremamente útil para AMBOS, inclusive videntes.

O Soroban utiliza a base decimal para representar os números.
Antes de representá-los, precisamos entender sua estrutura:

sábado, 19 de junho de 2010

Acessibilidade na cidade de Uberlândia-MG

A cidade de Uberlândia em Minas Gerais dá um importante passo para a inclusão social das pessoas com deficiência na estrutura urbana da cidade. Vejam o vídeo abaixo e sigam essa ideia.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Entrevista Graciela Pozzobon - Programa do Jô - parte 01

Entrevista Graciela Pozzobon - Programa do Jô - parte 02

audiodescrição

O que é audiodescrição ?

O recurso consiste na descrição clara e objetiva de todas as informações que compreendemos visualmente e que não estão contidas nos diálogos, como, por exemplo, expressões faciais e corporais que comuniquem algo, informações sobre o ambiente, figurinos, efeitos especiais, mudanças de tempo e espaço, além da leitura de créditos, títulos e qualquer informação escrita na tela.
A audiodescrição permite que o usuário receba a informação contida na imagem ao mesmo tempo em que esta aparece, possibilitando que a pessoa desfrute integralmente da obra, seguindo a trama e captando a subjetividade da narrativa, da mesma forma que alguém que enxerga.
As descrições acontecem nos espaços entre os diálogos e nas pausas entre as informações sonoras do filme ou espetáculo, nunca se sobrepondo ao conteúdo sonoro relevante, de forma que a informação audiodescrita se harmoniza com os sons do filme.
A audiodescrição permite a inclusão de pessoas com deficiência visual em cinema, teatro e programas de televisão. No Brasil, segundo dados do IBGE, existem aproximadamente 16,5 milhões de pessoas com deficiência visual total e parcial, que encontram-se excluídos da experiência audiovisual e cênica.
A acessibilidade nos meios de comunicação é um tema que está em pauta no mundo todo. Os esforços neste sentido visam não apenas proporcionar o acesso a produtos culturais a uma parcela da população que se encontra excluída, como também estabelecer um novo patamar de igualdade baseado na valorização da diversidade.
“Dizem que uma imagem vale mais do que 1000 palavras, pois bem, a audiodescrição é muito mais que as tais 1000 palavras.”
Marco Antonio de Queiroz, cego, autor do site Bengalalegal, em entrevista sobre sua participação como jurado do Festival de Cinema Assim Vivemos 2007.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Marta Kohl - Vygotsky - Parte 6 (final)

Inclusão: a educação da pessoa com necessidades educativas especiais – velhos e novos paradigmas


Condições que facilitam a prática educativa em escolas inclusiva

 Atitudes positivas e favoráveis e acordo consensuado de toda a comunidade educativa. A condição mais importante para que a inclusão educativa e social seja possível é que a sociedade em geral e a comunidade educativa aceite a diversidade como um elemento en¬ri¬que¬cedor do desenvolvimento pessoal e da prática educativa.

 Legislação clara e precisa e planos de ação de educação para que todos promovam o desenvolvimento de escolas inclusivas.

 Projetos educativos institucionais que contemplam a diversidade como um eixo central em torno das decisões. A resposta à diversidade, como todo processo de inova¬ção, afeta a globalidade do centro e implica questionar a prática educativa tradicional e introduzir mudanças substanciais na mesma. Trata-se de um projeto da escola e não de professores isolados.

 Trabalho de colaboração entre todos os envolvidos no processo educativo. As escolas em que existe um bom nível de colaboração e de ajuda mútua, contribuem de maneira mais eficaz para o desenvolvimento dos alunos e são as que mais crescem como instituição.

 Currículo flexível, amplo e equilibrado e meios de acesso ao mesmo. O currículo comum com as adaptações necessárias há de ser a referência para a educação de todos os alunos.

 Estilo de ensino flexível. Os estilos de ensino que partem das necessidades, conhecimentos e interesses dos alunos, que utiliza a diversidade de estratégias meto¬do¬lógicas e procedimentos de avaliação facilitam a resposta à diversidade. Os professores têm que conhecer bem a todos os seus alunos e organizar experiências de aprendizagem nas quais todos possam participar e progredir na medida de suas possibilidades.

 Recursos de apoio humano e materiais. É indispensável contar com uma série de apoios e reforços de caráter especializado que possam conjuntamente com o professor de educação regular atender às necessidades das escolas.

 Formação adequada de todos os envolvidos no processo educativo. Todos os professores deveriam ter conhecimentos básicos sobre a forma de organizar o currículo e o ensino para responder às necessidades de todos os alunos. Uma estratégia que se tem mostrado eficaz é a formação centrada na escola como globalidade em função do seu projeto, problemática e necessidades concretas.

Para fins de reflexão a respeito do tema inclusão, que envolve a sociedade e as pessoas com deficiência, que inclui, os deficientes visuais, e as necessárias mudanças na formulação de projetos pedagógicos, convém considerar:
Uma modificação estrutural do sistema educacional brasileiro (Glat, 1998), que envolve uma análise séria e profunda do caráter político-ideológico deste sistema e sua influência na formulação dos quadros dos profissionais da educação e da saúde (grifo do autor).

 Desenvolver estudos e pesquisa, comunicar experiências sobre “inclusão” para se ter clareza de sua implementação no diversificado contexto da realidade sócio histórica ¬cultural brasileira.

Para essas postagens que se encerram hoje estudei o autor Hildemar Veríssimo, psicólogo voluntário do Instituto Benjamin Constant, professor titular de Psicologia do Instituto Brasileiro de Medicina de Reabilitação e Mestre em Educação pela UERJ

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Marta Kohl - Vygotsky - Parte 5

Inclusão: a educação da pessoa com necessidades educativas especiais – velhos e novos paradigmas



Da integração à inclusão

Seguindo tendência do século passado, este século continua vivendo um estágio de transição entre a integração e a inclusão.
Os dois termos são falados e escritos com diversos sentidos. Os conceitos de integração e inclusão na moderna terminologia de inclusão social.
- Integração – inserção da pessoa com deficiência preparada para conviver na sociedade.
- Inclusão – modificação da sociedade como pré-requisito para a pessoa com deficiência desenvolver-se e exercer a cidadania.

Modelo social da deficiência

Aqui a sociedade é que cria os problemas para as pessoas com deficiência . Desse modo, à sociedade cabe eliminar todas as barreiras físicas, programáticas e de atitudes para que as pessoas com deficiência possam ter acesso aos lugares, serviços e a bens necessários ao seu desenvolvimento pessoal, social, educacional e profissional. Este modelo social da deficiência focaliza os ambientes e barreiras incapacitantes da sociedade e não as pessoas com deficiência.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Marta Kohl - Vygotsky - Parte 4

Inclusão: a educação da pessoa com necessidades educativas especiais – velhos e novos paradigmas


Conceitos inclusivistas

Autonomia
É a condição de domínio do ambiente físico e social, preservando ao máximo a privacidade e a dignidade de quem a exerce. Daqui sai os conceitos de autonomia física e autonomia social. Exemplos: rampas nas calçadas, cadeira de rodas. O grau de autonomia resulta da relação entre o nível de prontidão físico-social da pessoa com deficiência e a realidade de um ambiente físico-social. (Sassaki, 1997)

Independência
Capacidade “de decidir sem depender de outras pessoas, tais como: membros da família ou profissionais especializados”. A pessoa deficiente pode ser mais independente ou menos independente, e isso vai depender da sua autodeterminação e/ou prontidão para tomar decisões numa situação. Ambas podem ser aprendidas e/ou desenvolvidas.

Empowerment
“Processo pelo qual uma pessoa, ou um grupo de pessoas, usa o seu poder pessoal inerente a sua condição” – por exemplo: deficiência, gênero, idade, cor – para fazer esco¬¬lhas e tomar decisões. O poder pessoal está em cada ser humano. A sociedade não tem consciência de que o portador de deficiência também possui esse poder pessoal, e aí a sociedade faz escolhas e toma as decisões por ele.

Equiparação de oportunidades

A Disabled Peoples lnternational, uma organização criada por pessoas com deficiência, não-governamental e sem fins lucrativos aprovou a sua Declaração de Princípios, em 1951. “Processo através do qual os sistemas gerais da sociedade – tais como o ambiente físico e cultural, a habitação e os transportes, os serviços sociais e de saúde, as oportunidades educacionais e de trabalho, a vida cultural e social, incluindo as instalações esportivas e recreativas – são feitos acessíveis para todos.” (United Nations, 1983, 12)

Inclusão Social

Processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir, em seus sistemas sociais gerais, pessoas com necessidades especiais e, simultaneamente, estas se preparam para assumir seus papéis na sociedade. Trata-se de um processo bilateral no qual as pessoas, ainda excluídas, e a sociedade buscam equa¬cionar problemas, decidir sobre soluções e efetivar a equiparação de oportunidades para todos.

Para incluir todas as pessoas, a sociedade deve ser modificada a partir da compreensão de que é ela que precisa ser capaz de atender às necessidades de seus membros.
A prática da inclusão social repousa nos seguintes princípios:

 aceitação das diferenças individuais;
 valorização de cada pessoa;
 a convivência dentro da diversidade humana;
 a aprendizagem através da cooperação.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Folha de São Paulo

TENDÊNCIAS/DEBATES

Atravessar o deserto

LINAMARA RIZZO BATTISTELLA


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Ainda faltam condições para que as pessoas com deficiência possam superar as limitações e participar de forma plena da sociedade
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Caravana. Palavra de origem persa que remete à travessia de um povo ou exército pelo deserto. Batalha similar é protagonizada pelas pessoas com deficiência, em busca de políticas públicas que atendam suas necessidades.
Pensando nos anseios daqueles que, por vezes, estão do outro lado do deserto, estamos iniciando, no Estado de São Paulo, as chamadas Caravanas da Inclusão, Acessibilidade e Cidadania, que percorrem o Estado debatendo e implantando políticas públicas regionais para atender as pessoas com deficiência.
As estatísticas apontam para elevado número de pessoas com deficiência no mundo atual, em decorrência de causas como doenças, acidentes, violência urbana etc., que, com avanços científicos, tiveram condição de sobrevivência.
Entretanto, as questões sociais e ambientais não evoluíram na mesma proporção, no sentido de oferecer condições para que as pessoas com deficiência possam superar as limitações e participar de forma plena e efetiva em todas as instâncias da sociedade.
Trazer para o centro do debate questões como educação para inclusão, reabilitação, empregabilidade e desporto, propor espaços e produtos acessíveis, derrubar barreiras e práticas discriminatórias é o propósito dessa caravana.
Articular o trabalho entre as diferentes esferas do governo, apontando a importância de inclusão da pessoa com deficiência para o avanço do processo civilizatório, é o principal objetivo do debate.
Nesse sentido, a Rede de Reabilitação Lucy Montoro, com hospitais e centros de reabilitação com enfoque exclusivo para o atendimento de deficiências físicas, oferece 50 mil atendimentos por mês, e, até o final de 2011, possibilitará, nas 18 unidades em regiões estratégicas do Estado, mais de 200 mil atendimentos por mês, além da oferta de órteses, próteses e meios auxiliares à locomoção.
O envolvimento das universidades e centros tecnológicos é vital para criar alternativas tecnológicas que garantam mais autonomia e independência. Com essa diretriz, o governo de São Paulo, desde 2008, adota o desenho universal nas moradias de interesse social.
Em 2010, a colaboração entre a CDHU e a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência permitirá reformar e adequar centros comunitários dos conjuntos habitacionais de 123 municípios para além da acessibilidade arquitetônica, garantindo inclusão digital.
Assim, observamos que a mobilização que vem ocorrendo está impactando a sociedade a partir da maior exposição e participação das pessoas com deficiência nos diversos contextos, inclusive no trabalho, fomentando discussões, popularizando o assunto e despertando o interesse social na mídia.
Discutir o trabalho e a deficiência permite refletir sobre a "humanidade do homem", tendo o trabalho como meio de existência e o mercado como alicerce da autonomia e independência, princípio fundamental de sociedade que respeita a liberdade, incorpora a diversidade e promove os direitos humanos.
Essa caravana é nossa e precisamos atravessar juntos esse deserto, transformando os direitos das pessoas com deficiência em soluções para toda a sociedade.

LINAMARA RIZZO BATTISTELLA, médica fisiatra, professora da Faculdade de Medicina da USP, é secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo.

Marta Kohl - Vygotsky - parte 3

Inclusão: a educação da pessoa com necessidades educativas especiais – velhos e novos paradigmas

Mainstreaming

O princípio de mainstreaming, termo que na maioria das vezes tem sido utilizado sem tradução, significa levar os alunos o mais possível para os serviços educacionais disponíveis na corrente principal da comunidade.

Mainstreaming se refere à integração temporal, instrucional e social do excepcional elegível com crianças sem deficiência, de forma progressiva, baseada em estudos e avaliações individuais, requer aceitação e responsabilidade administrativa entre o sistema regular de ensino e educação especial (Pereira, 1980).

Tanto o princípio da normalização como o processo de mainstreaming foram importantes elementos na aquisição de conhecimentos e experiências de integração para o surgimento do paradigma da inclusão. (Sassaki, 1997)

Atualmente a prática da integração social dá-se de três formas, segundo Sassaki (1997):

1) Pela inserção das pessoas com deficiência que conseguem utilizar os espaços físicos e sociais, os programas e serviços, sem nenhuma modificação da sociedade (escola comum, empresa, clube etc.);

2) Pela inserção das pessoas com deficiência que necessitam de alguma adaptação específica no espaço físico comum, no procedimento da atividade comum, a fim de só então, estudar, trabalhar, ter lazer, conviver com pessoas não-deficientes; e,

3) Pela inserção de pessoas com deficiência em ambientes separados dentro dos sistemas gerais. Exemplo: escola especial junto à comunidade.

Em suma: no modelo integrativo, a sociedade aceita receber as pessoas com deficiência desde que sejam capazes de:
 Moldar-se aos requisitos dos serviços especiais separados (classe especial, escola especial).
 Acompanhar os procedimentos tradicionais (trabalho, escolarização, convivência social etc.).
 Contornar obstáculos existentes no meio físico (espaço urbano, edifício).
 Lidar com atitudes discriminatórias da sociedade resultantes de estereótipos, preconceitos e estigmas: rotulagem verbal, discriminação, incapacidade e segregação (Amiralian, 1986).
 Desempenhar papéis sociais individuais com autonomia mas não necessariamente com independência.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Marta Kohl - Vygotsky - parte 2

Inclusão: a educação da pessoa com necessidades educativas especiais – velhos e novos paradigmas

Dorinha, personagem cega do Mauricio de Sousa
Vamos continuar a postagem de ontem:
Bases teóricas

Para analisar melhor programas, propostas curriculares, serviços, políticas sociais e outros indicadores educacionais, é importante dominar conceitos da linha inclusivista, até porque tal conceito ético procura evoluir na direção de uma sociedade inclusiva.

Por que são chamados inclusivistas? Por que abrangem valores que contemplam a inclusão.

Em Inclusão/Construindo uma sociedade para todos, Sassaki (1997) ao trabalhar os principais conceitos pré-inclusivistas enuncia um modelo médico da deficiência, em que os diferentes são declarados doentes, são considerados dependentes do cuidado de outras pessoas, incapazes de trabalhar, isentos de deveres morais, levando vidas inúteis, como está evidenciado na palavra inválido. Segundo Westmacoft (1996), o modelo médico da deficiência “tenta melhorar as pessoas com deficiência para adequá-las aos padrões da sociedade”.

Integração é um processo espontâneo e subje¬tivo, que envolve direta e pessoalmente o relacionamento entre seres humanos (GIat, 1991). Se não levarmos em conta o aspecto psi¬cos¬social, corre-se o risco de sermos redu¬cionistas.

A Integração Social surgiu como oposição à prática da exclusão social, em seu sentido total, eram consideradas inválidas, inúteis e incapazes para trabalhar. Nas últimas décadas tem sido o tema mais discutido no Brasil.

A Integração Escolar é um processo gradual e dinâmico que pode tomar distintas formas de acordo com as necessidades e habilidades dos alunos. A integração educativo-escolar refere-se ao processo de educar – ensinar, no mesmo gru¬po, a crianças com e sem necessidades edu¬cativas especiais, durante uma parte ou na totalidade do tempo de permanência na escola. (MEC, 1994)

O próprio conceito de integração escolar já está sendo por muitos considerado ultrapassado, e, a proposta mais “moderna” nos países ditos de Primeiro Mundo é a da escola inclusiva, dentro do movimento pela inclusão total. (Inclusion International, 1996)

A Normalização, segundo o MEC (1994), é um “princípio que representa a base filosófico-ideológica da integração. Não se trata de normalizar as pessoas, mas sim o contexto em que se desenvolvem, ou seja, oferecer, aos portadores de necessidades especiais, modos e condições de vida diária o mais semelhante possível às formas e condições de vida do resto da sociedade”. Segundo Mantoan (1997b, p.120) “a normalização visa tornar acessíveis às pessoas socialmente desvalorizadas condições e modelos de vida análogos aos que são disponíveis de um modo geral ao conjunto de pessoas de um dado meio ou sociedade”. Essa proposta de integração foi introduzida na Educação Especial por um grupo de profissionais da Escandinávia, na forma do chamado Principio da Normalização. (Wolfensberger, 1972)

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Mobiliza PSDB - Mobiliza entrevista Mara Gabrilli

Quero deixar claro que para presidente vou votar na Dilma, mas para deputado federal meu voto será da Mara Gabrilli

Marta Kohl - Vygotsky - Parte 1

Inclusão: a educação da pessoa com necessidades educativas especiais – velhos e novos paradigmas


Vamos continuar abordando a questão da deficiência dentro da órbita escolar. Vou postar ao longo dos dias algumas considerações do pesquisador Hildemar Veríssimo, psicólogo voluntário do Instituto Benjamin Constant, professor titular de Psicologia do Instituto Brasileiro de Medicina de Reabilitação e Mestre em Educação pela UERJ. Vou voltar em alguns conceitos porque tenho recebido emails de professores, principalmente do Rio de Janeiro, pedindo mais abordagens do tema inclusão em sala de aula.
Para essa reflexão recorri a algumas consultas (Sassaki, 1997; Glat, 1995; Carvalho, 1998; Skliar, 1997; Pereira, 1980; MEC, 1994; CORDE, 1994; Anais lII Congresso Ibero-Americano de Educação Especial, 1998), para discutir um te¬ma atualmente presente na Educação que envolve conceitos/categorias como diversidade, deficiência, integração e inclusão. Segundo Sassaki (1997), “os conceitos são fundamentais para o entendimento das práticas sociais”, a inclusão, enquanto novo paradigma, alavanca a escola, que com novas implicações educa¬ti¬vas, deverá acolher todas as crianças independentemente de suas condições físicas, in¬te¬lectuais, sociais, emocionais, linguísticas e culturais.

Segundo Blanco (1998), o desenvolvimento das escolas inclusivas implica modificações substanciais na prática educativa, desenvolvendo uma pedagogia centrada na criança e capaz de dar respostas às necessidades de todas as crianças, incluindo aquelas que apresentam uma incapacidade grave. Este é o princípio vetor da Declaração e Linha de Ação da Conferência Mundial Sobre Necessidades Educativas Especiais. (Salamanca, 1994)

Deste ponto de vista, o professor, na sua prá¬tica educacional tem relevância singular, uma vez que pela sua atividade docente, busca desenvolver no aluno o espírito crítico – reflexivo, ma¬xi¬mizar habilidades/competências (novos para¬digmas) e, “dominar a pesquisa, elabo¬¬rar projetos, questionar”, como pontua Pedro Demo, em recente entrevista (JB, 2000).

Avançando na discussão do papel da escola, da educação, e, sobretudo, da presença do professor, enquanto elo no processo ensino – aprendizagem, na direção de uma consciência de cidadania, a inclusão só terá êxito com seu total engajamento; pois “se o professor não é um incluído, como pode ajudar a promover a inclusão”?

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Lucas Braga Vaz, ESTUDANDO!!!

Os pais e o filho com deficiência

Geralmente a visão dos pais e da mãe em particular quando se depara com a deficiência do filho é de surpresa e susto. Afinal, no período de gestação ficamos fantasiando nossos filhos como alguém perfeito, pulando, correndo e tantas outras ações. De repente descobrimos que nosso filho é diferente, não corre, não pula, não fala, não ouve, não enxerga e tantas outras descobertas... Nesse momento, vamos ter que descobrir na criança outros valores, e vamos descobrir que por algum motivo Deus quis que o mundo fosse diferente. Lembro-me quando era criança, meus pais me levavam para todos os curandeiros da época, Dr. Fritz, Arigó, Marinheiro e sei lá mais quem. A cura não veio, evidente, ficou uma decepção embutida em mim, um sentimento de culpa tomou conta de mim por não ter obtido a curar para continuar vivendo. Mas, o tempo foi curando a doença do sentimento e abrindo espaço para outros valores que deveria investir. Mesmo em cadeira de rodas, fiz duas faculdades, casei-me, tenho dois filhos e dois netos lindos de mais... Evidente que olhando agora para o passado parece que tudo aconteceu sem traumas, porém, não foi assim, desespero, choro, tristeza, se fizeram presentes; a vitória e as conquistas foram acontecendo e hoje entendo que certos valores na vida aprendemos e adquirimos na medida em que vamos nos descobrindo por dentro.
Faço parte de um grupo de apoio a Amiotrofia, patologia que tenho. Nesse grupo temos os portadores, pais, médicos, fisioterapeutas e simpatizantes, no entanto, de todas as pessoas que o compõe tem uma mãe que sempre me chamou a atenção pela forma como ela luta pelo filho, a Fátima de Fortaleza, mãe do Lucas. A Fátima é dessas mães que dá uma vontade de ser filho dela ou ser protegido por ela. O Lucas também tem Amiotrofia, mas num grau mais severo. A Fátima jamais desistiu de coisa alguma, pesquisas em células-troncos, levar a escola para o filho, levá-lo para o lazer e tantas outras coisas que somente quem conhece a história de ambos pode testemunhar. Não sei com relação aos demais, mas a Fátima me passa uma segurança e proteção que mesmo de longe consigo senti-la. São essas pessoas que Deus nos coloca na frente para mostrar ao mundo e as pessoas que seus filhos são frutos do amor e do sentimento eterno. Fico imaginando um mundo sem a Fátima e o Lucas, realmente faltaria algo. Tenho 50 anos e confesso que às vezes eu gostaria de ser igual a maioria, sem deficiência, nesses momentos faço assim: acesso http://lucasamiotrofia.blogspot.com/ e fico lendo as histórias dele e da Fátima... passo horas lendo e relendo e em cada leitura aprendo alguma coisa mais. Vejo na Fátima a força que toda mãe deve ter, para nunca desistir do seu filho, e dá uma vontade de ser adotado por ela.
Recentemente li um texto sobre o assunto que abordei hoje e vou colocá-lo abaixo para reflexão:

BEM VINDO À HOLANDA
por Emily Perl Knisley

Frequentemente sou solicitada a descrever a experiência de dar à luz uma criança com deficiência. É uma tentativa de ajudar pessoas, que não tem com quem compartilhar essa experiência única, a entendê - la e imaginar como é vivenciá-la.
Seria como...
Ter um bebê é como planejar uma fabulosa viagem de férias para a Itália! Você compra montes de guias e faz planos maravilhosos! O Coliseu. O Davi de Michelangelo. As gôndolas em Veneza. Você pode até aprender algumas frases simples em italiano. É tudo muito excitante.
Após meses de antecipação, finalmente chega o grande dia! Você arruma suas malas e embarca. Algumas horas depois você aterrissa.
O comissário de bordo chega e diz: - “BEM VINDO À HOLANDA!”
“Holanda!? diz você, o que quer dizer Holanda?!? Eu escolhi a Itália! Eu devia ter chegado à Itália. Toda a minha vida eu sonhei em conhecer a Itália.” Mas houve uma mudança de plano de voo. Eles aterrissaram na Holanda e é lá que você deve ficar.
A coisa mais importante é que não te levaram a um lugar horrível, desagradável, cheio de pestilência, fome e doença. É apenas um lugar diferente.
Logo , você deve sair e comprar novos guias. Deve aprender uma nova linguagem. E você irá encontrar todo um novo grupo de pessoas que nunca encontrou antes.
É apenas um lugar diferente. É mais baixo e menos ensolarado que a Itália.
Mas, após alguns minutos, você pode respirar fundo e olhar ao redor... e começar a notar que a Holanda tem moinhos de vento, tulipas e até Rembrandts e Van Goghs.
Mas, todos que você conhece estão ocupados indo e vindo da Itália. .. e estão sempre comentando sobre o tempo maravilhoso que passaram lá. E por toda a sua vida, você dirá: “Sim, era onde eu deveria estar. Era tudo o que eu havia planejado.” E a dor que isso causa, nunca, nunca irá embora. Porque a perda desse sonho é extremamente significativa.
Porém... se você passar a sua vida toda remoendo o fato de não haver chegado a Itália, nunca estará livre para apreciar as coisas belas muito especiais... sobre a Holanda.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Praticando Vygotsky (parte I)

Reforma Ortográfica na Ponta dos Dedos

Apesar de ser vidente, minha deficiência é física estou fazendo um curso de Especialização no Sistema Braille, em outras palavras, estou sendo alfabetizado no Braille, assim vou poder me comunicar melhor uma pessoa cega ou de baixa visão. Minha professora é Luciene Molina, ela é cega e tem uma capacidade comunicacional extraordinária. Diante da reforma ortográfica da Língua Portuguesa e como este blog é constantemente acessado de Portugal, reproduzo abaixo o texto dela acerca do tema, vale a pena conferir:
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Reforma Ortográfica na Ponta dos Dedos
Seis anos separam 2002 de 2008, porém essas datas serão sempre lembradas e estarão vivas em nossa forma de grafar as palavras.

Foi em 26 de setembro de 2002 que a portaria ministerial nº. 2679 foi aprovada e estabeleceu a Nova Grafia Braille para a Língua Portuguesa, em vigor desde 1 de janeiro de 2003. E, agora, alguns anos depois, uma nova reforma, desta vez muito mais abrangente, a reforma ortográfica da língua portuguesa assinada pelo presidente Lula, em 29 de setembro de 2008, estabeleceu mudanças na forma escrita das palavras e que entraram em vigor a partir de 1 de janeiro de 2009.

Ambas tiveram como objetivo principal unificar o registro escrito nos países de Língua portuguesa, porém, cada uma das duas reformas tem suas particularidades.

Com a reforma na Grafia Braille, pretendeu-se normatizar os códigos e unificá-los segundo as necessidades de ajustar a simbologia Às novas representações gráficas, decorrentes do avanço científico e da informática, bem como garantir a qualidade na transcrição de materiais e facilitar o intercâmbio dos mesmos entre leitores dos países de Língua Portuguesa.

O Sistema Braille é um código universal de leitura tátil e escrita, utilizado por deficientes visuais de todo o mundo. Seus sinais são estruturados a partir de um arranjo combinatório. Cada símbolo é formado por uma combinação específica, entre 6 pontos distribuídos em duas colunas verticais, com 3 pontos cada, de modo que na primeira coluna, a esquerda, encontramos os pontos número 1, número 2 e número 3, de cima para baixo, e na coluna da direita, os pontos número 4, número 5 e número 6, também de cima para baixo.

Combinando esses pontos damos origem aos 64 sinais para representar o alfabeto, numerais, pontuação, simbologia de matemática, química, musicografia, informática, entre outros. O que mudou com essa Nova Grafia de 2003 foram alguns sinais.

O ponto final, por exemplo, continuou sendo ponto final na grafia convencional, mas sua representação em Braille passou a ser feita apenas pelo ponto número 3, último ponto da coluna da esquerda, enquanto que anterior a esse acordo, o ponto final era representado pela combinação entre os pontos número 2, da coluna da esquerda, número 5 e número 6 da coluna da direita.

Algumas alterações facilitaram na hora da escrita porque passamos a perfurar menos pontos para se representar alguns sinais. Porém, outras dificuldades para a leitura tátil persistem em decorrência da maneira utilizada para estabelecer o conhecimento tátil das letras e da simbologia.

Toda configuração tátil trazida pela leitura em Braille faz com que o usuário crie mecanismos de "mentalizar" o desenho que o relevo forma na superfície do papel e como esses signos são "vistos" pelo atrito da ponta dos dedos.

Com essas alterações, não foram modificadas as ortografias, a escrita das palavras em si, mas foram alterados alguns sinais específicos deste código utilizados para transcrever os sinais da escrita convencional.

Passamos por um período de transição, talvez pouco menos rigoroso tecnicamente, mas totalmente complexo, pois para quem lê com os dedos, não terá a experiência globalizante proporcionada pela visão e, por isso, compreende as informações de forma fragmentada, letra a letra.

Isso significa que, se alterarmos qualquer sinal dentro de uma palavra ou sentença, essa transformação será notada com mais intensidade e, como o arranjo do sinal muda, a configuração da palavra também sofre alteração à percepção tátil.

A Reforma ortográfica da Língua Portuguesa, diferentemente da unificação do Sistema Braille que eliminou e acrescentou novos sinais, traz alterações na Grafia, ou seja, na escrita das palavras, com modificações que vão desde a eliminação do trema, até alterações no uso do hífen e acentuação.

Desta forma, o usuário do Braille está vivendo um segundo momento de adaptação, agora não mais restrito a uma simbologia específica deste ou daquele alfabeto, mas a uma transformação que atinge as palavras grafadas em língua portuguesa, e que, quando transcritas para o alfabeto em relevo, também precisam obedecer criteriosamente as regras da escrita convencional.
Para quem lê nos moldes convencionais, em tinta, o diferencial será notado nos sinais gráficos de acentos, hífens, entre outros, o que não altera o desenho completo das letras, que continuam tendo as mesmas formas. Já para o alfabeto Braille, em que cada letra é representada por um sinal, toda a palavra perde sua configuração, como por exemplo, na ausência do acento agudo da palavra idéia, o "e" sem acento é um sinal diferente do que representa a letra "é".
Durante a leitura, a troca de sinais e a ausência de 4 dos 6 pontos originais, inicialmente, faz com que a palavra seja interpretada de maneira diferente, causando uma "falsa” sensação de que está grafada incorretamente. Isso acontece porque, ao modificar o símbolo, acrescentamos ou retiramos certa quantidade de "pontos" e isso interfere na "imagem mental" que já foi associada àquela determinada palavra.
Sendo assim, as Novas Regras trazidas pela Reforma Ortográfica da Língua Portuguesa não serão mais ou menos difíceis para quem lê e escreve Braille, mas exigirá um esforço, ainda maior desses usuários, na tentativa de adaptar as formas táteis da leitura a uma nova "imagem mental" das palavras que sofreram as alterações. As mudanças são as mesmas, tanto para quem enxerga e usa o alfabeto convencional, quanto para quem lê com a ponta dos dedos. E principalmente entre os usuários avançados deste Sistema, somente através de muita leitura essa "estranheza” será minimizada. Que os esforços sejam válidos e que, até 2012 nossos "dedos" consigam compreender e valorizar esse bem cultural: A Nossa língua Portuguesa.
Texto: Luciane Maria Molina Barbosa

OBSERVAÇÃO GERAL: a partir desta reforma não podemos desconsiderar tudo o que foi produzido até aqui. Os impressos em Braille, na sua grande maioria, foram produzidos antes mesmo da reforma ortográfica entrar em vigor. Muitos deles, também, foram produzidos antes da normatização do código Braille entre os países de Língua Portuguesa e conservam alguns sinais que já caíram em desuso. No entanto é importante conhecer as duas formas, já que não se pode descartar e fazer um novo acervo, totalmente adaptado às novas mudanças. É importante conhecer, aprender e ficar atento às alterações. Para este curso ainda utilizaremos as palavras acentuadas, conforme a antiga regra ortográfica, ou seja, para a palavra idéia, consideraremos o acento agudo.

Folha de São Paulo






O jornalista Jairo Marques foi tomar a vacina contra a gripe H1N1 num posto de saúde da Prefeitura de São Paulo e não havia acesso para cadeirantes e outras pessoas com deficiência, leiam a aventura dele publicada hoje no jornal Folha de São Paulo, onde ele é chefe de redação:

JAIRO MARQUES

Tô vacinado

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Minha amiga explicou a situação da falta de acesso e loguinho resolveram meu caso: ser imunizado na rua!
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COMO QUALQUER brasileiro na faixa etária acima dos 40 quilos -como diria dona Edith, do ator Luiz Miranda-, fui tomar minha dose de antídoto contra o danado do H1N1, em um posto de saúde da prefeitura aqui pertinho do trabalho, no centrão de São Paulo. Identidade na mão, uma amiga empurrando minha cadeira de rodas vermelha para me ajudar a vencer os buracos das calçadas, e lá fui eu.

Mentira se eu disser que tive uma surpresa quando cheguei ao local e lá havia dois degraus, assim, do tamanho do Himalaia, para serem vencidos e eu conseguir entrar na salinha de imunização. Tô vacinado contra essas armadilhas. Quem pensaria, afinal, que cadeirante iria querer se proteger da nova gripe?

Se eu tivesse ido desacompanhado ao posto, talvez não conseguisse ter o prazer de ter sido vacinado, pois foi necessário criar uma pequena logística de atendimento. Minha amiga entrou no posto, explicou a situação da falta de acesso e loguinho resolveram meu caso: ser imunizado na rua! Simples assim.

"Mas ele vai ter de esperar eu vencer toda a fila aqui dentro para ir atendê-lo lá fora", disse a enfermeira Madalena. "Mas ele está na fila também. Só que não conseguiu entrar aqui", retrucou minha amiga empurradora.

Dona Madalena, com cara de poucos amigos, levou a seringa com o elixir da salvação pra mim, na rua, e, em poucos segundos, sem dor, eu estava safo. Enquanto isso, uma mãe com carrinho de bebê matutava uma forma de transpor os dois degraus que me impediram de entrar. Idosos com mobilidade reduzida e deficientes visuais menos avisados também teriam problemas naquele lugar, isso é "di certeza".

Embora eu não tenha recebido todas as doses da Sabin, que imuniza contra a poliomielite -a paralisia infantil-, tomei muitas outras vacinas ao longo da vida.

Vacina contra padaria sem rampa: tomar cafezinhos com pão na chapa na calçada, acompanhado dos mendigos e bêbados. Vacina contra banco com porta estreita: entregar o cartão para o funcionário sacar meus dois cruzeiros da conta. Vacina contra boteco sem banheiro acessível: abraçar o garçom e torcer para não se apaixonar.

Costumo dizer que pessoas com deficiência vivem em um mundo paralelo, uma Matrix. Por isso, quem sabe, não são feitos acessos em todos os lugares, afinal, "eles nunca aparecem", "eles não estão na rua", "eles não vêm se vacinar".

Mas, pode acreditar, são milhares de pessoas querendo desfrutar da rua, da fazenda e das casinhas de sapê de pousadas gostosas, sobretudo agora, no inverno.

Imagino que seja básico pensar que, em um local de visitação pública, vai aparecer gente de todos os tipos: puxando cão-guia, com cadeira de rodas motorizada, sentadas em carriolas de pedreiro, sendo auxiliadas por muletas. Aqui no Brasil, porém, isso ainda não caiu no gosto de todos, apesar de já ter virado lei. Resultado? Toma vacina na rua.

Pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida estão em todos os lugares, inclusive trancadas em casa com medo da falta de acesso. Crer que elas não irão "se rebelar" e frequentar os lugares, a meu ver, é enfiá-las de vez na Matrix. O direito de ir e vir abrange a todos.

As fotos que ilustram a minha saga para tomar a vacina contra a nova gripe estão no blog (com a devida licença as publiquei aqui também).

FOLHA.com
Blog "Assim como Você"
assimcomovoce.folha.blog.uol.com.br

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Construtivismo

FINDES Romeu Sassaki Espaço Capixa 05052008

INCLUSÃO SOCIAL - PALESTRA ROMEU SASSAKI





Em julho de 2009, o professor Romeu Sassaki, especialista em inclusão proferiu uma palestra em Bauru, SP, mencionando que os anos pós 2010 como "dramatizantes e decisivos para a inclusão". O portal Terra o entrevistou e alguns trechos relacionei abaixo:

INCLUSÃO; CONSTRUINDO UMA SOCIEDADE PARA TODOS

"Os anos pós-2010 serão dramaticamente decisivos"
Sassaki: 40 anos de experiência em inclusão

O assistente social e consultor de inclusão Romeu Kazumi Sassaki esteve em Bauru no último mês de julho para falar sobre "inclusão: construindo uma sociedade para todos"- palestra homônima ao seu livro, publicado pela WVA Editora. Com mais de 40 anos de atuação na promoção e inclusão social de pessoas com deficiência, Sassaki tem especialização, nos Estados Unidos, em aconselhamento psicológico de reabilitação na área da deficiência e seus artigos têm esclarecido a mídia sobre as terminologias mais adequadas na era da inclusão.
Ele reconhece que, ao longo do tempo, cresceram os desafios inclusivistas, mas ressalta que o processo inclusivo, iniciado em 1991, foi implementado com sucesso. "Os anos pós-2010 serão dramaticamente decisivos para atingirmos todas as metas, iniciais e acrescentadas" , afirma em entrevista ao Em Foco. A seguir, confira o resultado de nosso bate-papo:

Por que, segundo o senhor, o conceito de inclusão social não é o inverso do conceito de exclusão social?

Em sua maioria, as propostas públicas e privadas que alegam defender a inclusão para acabar com a exclusão social trazem no seu bojo, talvez inadvertidamente, a ideia de que basta colocarmos, em programas ou projetos criados para grupos específicos, as pessoas excluídas. Em pouco tempo, estas pessoas serão empurradas novamente para a exclusão social. Por quê? Pelo simples motivo de que tais programas e projetos específicos não são acompanhados de um processo que busque adequar a sociedade como um todo, desenvolvendo acessibilidades de ordem arquitetônica, comunicacional, metodológica, instrumental, programática e atitudinal. Por este motivo, as pessoas trazidas da exclusão devem ajustar-se à falta de acessibilidade, ou seja, devem ser capazes de se encaixar na sociedade e, quando não o conseguem, são devolvidas à exclusão.
A Resolução 45/91, da ONU, recomendou a construção de uma sociedade para todos até 2010. Chegaremos em 2010 com a sociedade inclusiva construída ou estamos longe disso?
A ideia da ONU era a de incentivar os seus países-membros a iniciarem um esforço mundial pela adequação da sociedade durante 20 anos (1991-2010). Nenhum ano foi desperdiçado até agora pela maioria dos países. A sociedade mudou bastante nos últimos 16 anos: aumentou notavelmente o nível de consciência sobre a importância social de construirmos sociedades que acolham todas as pessoas, adequando as estruturas sociais, legais, materiais e outras para que estas atendam as necessidades e peculiaridades de qualquer ser humano. Os próximos quatro anos certamente serão insuficientes para concluirmos este monumental processo inclusivo porque, ao longo do tempo, aumentamos a quantidade de desafios inclusivistas. Fizemos muito mais que o proposto na Resolução. O importante é que o processo inclusivo, iniciado em 1991, foi implementado com sucesso, tornando irreversível o caminho percorrido. Os anos pós-2010 serão dramaticamente decisivos para atingirmos todas as metas, iniciais e acrescentadas.

O que a inclusão social defende: a igualdade ou as diferenças?
A inclusão social defende simultaneamente a igualdade e as diferenças, porém com o entendimento de que a igualdade se refere à dignidade e aos direitos e de que as diferenças se referem à singularidade de cada ser humano. Todas as pessoas são iguais em dignidade humana e direitos humanos. Nestes termos, ninguém é melhor que os outros. Assim, por exemplo, pessoas que não têm deficiência não são melhores ou mais importantes que as pessoas com deficiência. Por outro lado, não há duas pessoas iguais. Cada ser humano é único em termos psicológicos, emocionais, físicos, intelectuais, sociais, culturais etc. Esta singularidade implica que a sociedade tradicional, para ser justa, igualitária e inclusiva, deve ser modificada para acolher e contemplar as diferenças individuais.

Por que é importante a mídia tratar as pessoas com deficiência utilizando uma terminologia correta?
Pela razão de que cada termo foi adotado, no tempo e no espaço, pelo seu significado conceitual. Se os conceitos mudaram devido a novos valores e novas visões, então é necessário adotarmos novos termos. Por exemplo, antigamente, quando a visão da sociedade sobre indivíduos que tinham uma deficiência era a de que eles não valiam nada ou não poderiam contribuir para a sociedade, o termo dado a eles foi "inválidos" (ou seja, "sem valor"). Ao longo do tempo, com a mudança de conceitos, os termos adotados foram, por exemplo, "incapacitados" ("sem capacidade"), "excepcionais" ("abaixo da normalidade') , "deficientes" ("portadores de uma deficiência') e outros até chegarmos ao termo hoje aceito, que é "pessoas com deficiência".

As pessoas com deficiência são adequadamente ouvidas nas políticas que tratam da deficiência?
Numa perspectiva histórica, as pessoas com deficiência passaram de "nunca ouvidas" para "às vezes lembradas" (mas não necessariamente ouvidas, isto é, as políticas eram elaboradas para o bem delas, porém à sua revelia), "às vezes ouvidas" (ainda como uma benemerência por parte da sociedade), "às vezes ouvidas" (já como um direito), "cada vez mais ouvidas" (pelo empoderamento que passaram a exercer). Hoje, está se tornando cada vez mais natural a atitude da sociedade - pelo menos de boa parte dela - em ouvir respeitosamente a opinião das próprias pessoas com deficiência quando o assunto é políticas públicas sobre assuntos de deficiência.

Qual a importância da moção assinada pelas associações em Bauru? Há expectativa de avanços a partir dela?
A Moção de Reconhecimento Legal, assinada pela Rede Profis (www.redeprofis.com.br) em nome de todas as associações de pessoas com fissura labiopalatina e suas famílias, reflete o amadurecimento da sociedade brasileira no trato com a questão das seqüelas da fissura labiopalatina. Estas seqüelas configuram vários tipos de deficiência, já reconhecidos oficialmente, pois atingem a comunicação oral (deficiência da audiocomunicaçã o), a aparência física do rosto (deficiência física), o nível de audição (deficiência auditiva) e todas as implicações psicossociais resultantes. A moção reflete também o amplo apoio de profissionais de reabilitação, ativistas de inclusão social, autoridades diversas e outras pessoas. A partir deste documento, esperamos avançar significativamente rumo a maior inclusividade das pessoas com fissura labiopalatina na sociedade brasileira.

Autor: Reenviado por Charles Alencar

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Cecograma

Serviço Postal destinado aos deficientes visuais que utilizam o Braille para sua comunicação escrita

O que é?
Objeto de correspondência impresso em relevo pelo sistema cecográfico (BRAILLE).

São considerados, também, como Cecograma placas gravadas em relevo (clichês) e os registros sonoros expedidos por instituições de cegos, oficialmente reconhecidas, ou endereçados a elas.

Características

Quando da postagem, os objetos deverão ser apresentados abertos, para verificação das condições de aceitação;

Deverá ser aposta no canto inferior esquerdo do objeto a palavra "CECOGRAMA";

A correspondência deverá ter no máximo 7(sete) kg.;

A postagem poderá ser realizada em regime nacional e internacional.

Quanto custa?

O cliente é isento do pagamento do preço de franqueamento. No âmbito nacional, também, é isento do pagamento do preço dos serviços adicionais.

Método Paulo Freire

MODELO ECOLÓGICO FUNCIONAL - educandos


COOPERAÇÃO ENTRE EDUCANDOS

A maneira como o professor dinamiza a relação entre alunos na sala de aula é de grande importância. Johnson & Johnson (1981) definiram a situação de ensino cooperativa como aquela em que o professor estabelece um objetivo para o grupo e um sistema de avaliação que tem como referência o desempenho do mesmo. Segundo os mesmos autores, para o ensino cooperativo propiciar uma interação construtiva, os grupos devem ser heterogêneos, os alunos devem perceber que dependem uns dos outros e que ao mesmo tempo são individualmente responsáveis.

ALUNOS A QUEM SE DESTINA


Alunos que atendam aos critérios de entrada no Programa de 7 a 18 anos, podendo, depois desta idade, permanecer no programa por mais um ou dois anos, no máximo, caso seja recomendado pela equipe para término de aquisição de conhecimentos ou comportamentos que estejam sendo trabalhados.

OBJETIVO GERAL


Proporcionar oportunidades para o pleno desenvolvimento do aluno e sua integração e participação em seu grupo social (família, escola, comunidade).

OBJETIVOS ESPECÍFICOS


Oportunizar ao aluno:
1. MAIOR GRAU DE INDEPENDÊNCIA E AUTONOMIA EM SUAS ATIVIDADES:
a) da vida diária em seu lar:
cuidados pessoais, auto-gerenciamento e segurança;
cuidados com objetos, animais, plantas;
cuidados com a casa e atividades típicas do lar;
preparo de refeições;
dinâmica de vida em família;
comportamentos adequados em diferentes situações;
afetividade e interações com pessoas significativas.

b) ocupacionais:
arrumação e manutenção do local onde vive e/ou trabalha;
atitudes e responsabilidades perante o trabalho;
serviços e ocupações simples na escola;
serviços e ocupações simples em casa;
serviços e ocupações simples na comunidade;

c) comunitárias:
utilização de serviços e recursos da/na comunidade;
participação em atividades e/ou ambientes coletivos;
participação em eventos e/ou na comunidade;
locomoção na comunidade;
relacionamento social com vizinhos, conhecidos e pessoas desconhecidas da comunidade.

d) de lazer:
artes (música, artes plásticas e cênicas);
práticas esportivas;
jogos individuais ou coletivos;
jogos de mesa e/ou de salão;
utilização de recursos da comunidade.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Livro Inclusão

Jean Piaget - tendência cognitiva

MODELO ECOLÓGICO FUNCIONAL - outras considerações


PARTICIPAÇÃO DOS PAIS NO PROCESSO EDUCACIONAL

No planejamento do programa educacional os pais são necessários para o estabelecimento das habilidades a serem desenvolvidas. (Falvey, 1989) Benefícios deste envolvimento para o professor: maior compreensão das necessidades da criança e dos desejos dos pais; obtenção de dados para a seleção de situações educacionais para o aluno fora da escola; probabilidade de o trabalho ser desenvolvido na escola e ter continuidade fora dela; retorno das informações dos pais quanto aos avanços percebidos na criança.

INTERAÇÕES COM PARES NÃO-DEFICIENTES

Um aspecto importante dos currículos voltados para integração é o de proporcionar situações de ensino que permitam a interação de deficientes e não-deficientes, uma vez que são os colegas que proporcionam a entrada do jovem nas experiências normais de vida em seu grupo de idade. (Johnson & Johnson, 1981)

OPORTUNIDADE DE ESCOLHA

De acordo a literatura, oportunidades de fazer escolhas, tomar decisões e expressar preferências são aspectos bastante negligenciados em programas educacionais para as pessoas com limitações intelectuais. (Shevin & Klein, 1984; Gues et al., 1985; Falvey, 1989) Desta forma, três contextos de oportunidades de escolha devem ser considerados: atividades de classe planejadas para o desenvolvimento de habilidades específicas de escolha; integração das oportunidades de fazer escolhas durante o período escolar através das diferentes áreas curriculares; provisão de oportunidades dentro e fora da escola para o aluno vivenciar os benefícios e conseqüências das escolhas feitas. (Shevin & Klein, 1984)

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Curso sobre Aprendizagem Montessoriana

MODELO ECOLÓGICO FUNCIONAL


Todos os indivíduos com deficiência intelectual moderada ou profunda, têm pelo menos mais uma deficiência (auditiva, visual, paralisia, etc.).

"... as crianças com deficiência múltipla e graves são aquelas cujas principais necessidades educacionais são o estabelecimento e o desenvolvimento de habilidades básicas nas áreas social, de autoajuda e comunicação, ..." (Lontag, Smith e Sailor (1977)

APRESENTAÇÃO

Os programas educacionais para crianças com deficiências múltiplas ou deficiência mental grave são relativamente novos. Segundo Sontag, Smith e Sailor (1977), a ênfase educacional para esses grupos de crianças começou seriamente por volta de 1970. Hoje, cada tipo de deficiência é definido por condições especiais inerentes a cada indivíduo que interagem com as exigências específicas do ambiente. Surge daí, na educação de crianças portadoras de deficiência, o modelo ecológico funcional, que percebe a criança em interações complexas com as forças ambientais.

Até há alguns anos a criança com limitação intelectual, moderada ou severa era considerada incapaz de aprender, necessitando apenas de cuidado e proteção. A partir do momento em que o sistema educacional proporciona a oportunidade de crianças e adolescentes em idade escolar frequentarem a escola pública, esta se defronta com a questão do currículo a ser proposto, sem dúvida um desafio aos educadores que atuam junto a esta população. Ao delinearmos um currículo para esta clientela, em que o foco é o desenvolvimento das habilidades mais relevantes da vida diária do aluno, de forma a possibilitar que ele participe tão independentemente quanto possível na sua comunidade, devemos levar em conta alguns aspectos como:

1 - FUNCIONALIDADE

Currículo funcional é aquele que facilita o desenvolvimento de habilidades essenciais, a participação em uma grande variedades de ambientes integrados. (Falvey, 1989) As habilidades funcionais serão aquelas frequentemente exigidas nos ambientes domésticos e na comunidade. Para determinar se uma atividade curricular é funcional ou não, o professor deve se perguntar: caso o aluno não aprenda a desempenhar esta atividade, alguém terá que fazer isto para ele? Se a resposta for sim, a atividade muito provavelmente será funcional. (Falvey,1989) É importante que estes alunos adquiram e desempenhem outras atividades que não sejam funcionais, uma vez que elas irão melhorar a sua qualidade de vida. Habilidades de recreação e lazer são um bom exemplo. (Brown et al., 1986)

2 - ADEQUAÇÃO À IDADE CRONOLÓGICA

Os educadores terão a responsabilidade de selecionar e proporcionar atividades que permitam ao aluno apreciar eventos adequados a sua idade. (Albright et al., 1978)

3 - AMBIENTES NATURAIS

A importância da utilização destes espaços para a situação de ensino é que: eles facilitam a generalização das habilidades adquiridas; é neles que o professor irá buscar o seu conteúdo curricular; neles, o aluno é submetido às demandas naturais do ambiente. O ensino de habilidades funcionais requer ambiente natural ou a verificação de se as habilidades desenvolvidas na escola serão, de fato, desempenhadas nestes ambientes. (Brown et al., 1978) O ensino em ambientes naturais torna-se mais crítico à medida que o aluno chega à adolescência e à idade adulta, já que a escola não é o ambiente para o qual ele está sendo preparado. Neste caso, a tarefa da escola será identificar os ambientes nos quais o aluno irá atuar e assegurar que o tempo educacional e os recursos sejam nele investidos. A importância dos ambientes naturais é que os educadores necessitam utilizar o “princípio da participação parcial”. Este princípio é uma afirmação de que todos os alunos com limitação intelectual podem desenvolver habilidades que os permitam atuar pelo menos em parte, em uma grande variedade de ambientes e atividades menos restritas. (Falvey, 1986)