Ally e Ryan

Ally e Ryan

domingo, 5 de maio de 2013

Porque evitar apressar o ensino da leitura e da criança na escola

Li hoje o texto abaixo e achei muito interessante.

Descrição da imagem: criança deitada segurando um lápis rabiscando um papel.


Porque causa tanto dano na criança aprender a ler escrever antes da segunda dentição? Esta pergunta toca um dos mais importantes problemas que existem nesta idade.
Porque nada é mais danoso para a criança que a pressa de ensinar-lhe a ler e escrever prematuramente.
Nos primeiros sete anos funciona a força vital, a força construtora no físico, formando e modelando desde a cabeça; penetra no fígado, pulmões, coração, etc, estabelecendo sua força devida e estrutura correta. Deste modo se adquire a base física sadia para toda a vida. Mais tarde haverá somente um crescimento do formato; a forma básica não modificará jamais. Daí se pode compreender facilmente que a criança necessita de todas as forças construtivas para conseguir sua mais completa formação orgânica antes da troca dos dentes, troca com que a mesma  natureza indica que terminou a estrutura básica.
Se parte das ditas forças são minadas por ser dedicadas a outras atividades, a força modeladora diminui de modo que a formação orgânica não pode levar-se a cabo em sua totalidade.
Cada letra, cada palavra com que se ensina a criança a ler ou escrever nesta idade, diminui a dita força vital cuja missão é construir. Debilita-se a base orgânica para a vida, pois é levada para outra direção, e diversifica-se a atividade da formação orgânica produzindo mais tarde uma debilidade ou enfermidade em alguma parte do ser humano.
Numa palavra, toda influência prematura pode conduzir eventualmente a uma posterior enfermidade na vida adulta.
Se pode impelir a criança a que aprenda a ler e escrever um pouco antes do normal, mas este esforço se pagará caro  mais tarde acelerando a dissecação (secamento) e rigidez dos membros. Além disso, esta pressa e aflição empurra criança para uma maturidade física prematura, angústia e restrição da alma e espírito, formando assim pessoas mais voltadas para o materialismo que para viver com plenitude pessoal. Devemos deter a criança em seu desejo de avançar apressadamente e aprender antes de seu devido tempo qualquer matéria escolar, para seu próprio bem no futuro.
Toda criança tem certo desejo de aprender as letras, é normal, pois deseja imitar os adultos também nisso.
Igualmente deseja conhecer os números, mas esse aspecto da imitação deve ser restringido e controlado. Ajudamos mais a criança se desviamos temporariamente suas ânsias de aprender, pois assim ela guardará fresca sua força vital e será capaz de desenvolver-se melhor durante o resto de sua vida.
As forças construtivas normalmente terminam a primeira fase de seu trabalho com a segunda dentição, ficando livres para dedicar-se inteiramente a sua próxima tarefa construtiva no intelecto e na memória. Tudo foi promovido e previsto por uma sabedoria muito elevada e devemos melhor respaldá-la e honrá-la no lugar de tratar de mudar “algo” ao nosso desejo. Não é muito tarde para começar o aprendizado da leitura e escrita aos sete anos, pois só quando as forças formadoras estão livres é que podem dedicar-se ao aprendizado no seu curso normal, e a criança pode plenamente gozar de tal aprendizado. Devemos evitar que as crianças se lancem prematuramente a atividades para as quais não estão preparadas ainda pois temos de cuidar que seus corpos cresçam e se formem sem danos e entregar à sociedade homens íntegros, sinceros, positivos e verdadeiros, os quais sendo adultos, possuam um corpo sadio e apto, dotado de um espírito e uma alma que com prazer receberá o devido conteúdo de sua sorte.
Texto de Nora von Baditz, do livro: “Que es necessário a el niño”.  (Retirado do grupo Pedagogia Waldorf para a Família, no Facebook).

2 comentários:

  1. Então como proceder nos 1º anos do ensino fundamental em que as crianças (em sua maioria) têm 6 anos (muitas vezes incompletos) e já entram em contato com a leitura e a escrita?

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  2. Olá Sara, concordo com sua colocação e infelizmente a autora não abordou essa fase, pelo menos aqui no Brasil.

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