Meu nome é Ari Vieira, sou especializado em educação para pessoas com deficiência pela PUCSP. Quero ajudar os docentes a debater o tema inclusão das pessoas com deficiência e/ou mobilidade reduzida nas escolas. O blog será também uma importante ferramenta de consulta para quem for implantar a temática da inclusão na mobilidade urbana.
Ally e Ryan
sexta-feira, 21 de agosto de 2015
quarta-feira, 20 de maio de 2015
As diferenças entre Transtornos de Aprendizagem, Dificuldades de aprendizagem e Distúrbios de Aprendizagem...
Sabemos que muitos alunos apresentam
dificuldades de aprendizagem, mas, é importante que saibamos se os mesmos de
fato apresentam dificuldades em aprender ou se existe algum transtorno ou quem
sabe, distúrbio... Mas,qual é a diferença entre os três?
Transtorno: Disfunção na região frontal do cérebro, portanto, de origem INTERNA
(comprometimento neurológico), ou seja, independe do desejo que a pessoa possa
ter de desempenhar atividades da forma que a família, a escola ou a sociedade
esperam dela. A mesma precisa, portanto, de ajuda especializada, para atingir
os objetivos de desempenho social e acadêmico satisfatório. O termo Transtorno
é usado para indicar a existência de um conjunto de sintomas ou comportamentos
clinicamente reconhecível associado, na maioria dos casos, a sofrimento e
interferência com funções pessoais.
Distúrbio: O distúrbio é uma disfunção no processo natural da aquisição de
aprendizagem, ou seja, na seleção do estímulo, no processamento e no
armazenamento da informação e, consequentemente, o problema aparece na emissão
da resposta. É uma disfunção na região parietal (lateral) do cérebro, com falha
na atenção sustentada, no processamento do estímulo e na resposta que é dada a
ele, causando lentidão no processamento cognitivo e na leitura, sem
comprometimento comportamental aparente, ou seja, o distúrbio está mais
vinculado ao aluno, na medida em que sugere a existência de comprometimento
neurológico, sendo mais utilizado pela perspectiva clínica ou remediativa.
Resumindo, o termo “distúrbio” está mais vinculado ao aluno, na medida em que
sugere a existência de comprometimento neurológicos em funções corticais
específicas.
As dificuldades de aprendizagem podem ter inúmeras origens que diferem dos
transtornos e distúrbios que se originam numa disfunção cerebral, ou seja, de
origem orgânica. A criança com dificuldades pode apresentar este quadro devido
a:
- Os atrasos no desempenho acadêmico por falta de interesse
- Perturbação emocional
- Inadequação metodológica
- Mudança no padrão de exigência da escola.
Trocando em miúdos, o termo “dificuldade” está mais relacionado a problemas de
ordem psicopedagógica e/ou sócio - culturais, ou seja, o problema não está
centrado apenas no aluno.
Observação: Distúrbios e transtornos de aprendizagem requerem uma equipe
multidisciplinar, enquanto as dificuldades escolares pedem acompanhamento
psicopedagógico, que possa minimizar as interferências EXTERNAS que prejudicam
a aprendizagem.
É importante enfatizar que Distúrbios e Transtornos não estão diretamente
ligados à deficiência Intelectual. A criança pode apresentar Transtornos,
distúrbios e dificuldades de aprendizagem e não apresentar deficiência
intelectual e o contrário também pode ocorrer já que se um aluno consegue
realizar todas as atividades dentro de suas limitações, não necessariamente
apresenta dificuldades de aprendizagem, uma vez que aprende TUDO dentro de suas
possibilidades.
Priscilla Amaral - Pedagoga
Livro da minha amiga Priscilla Amaral, que tive a honra de prefaciar.
Este é outro livro de Priscilla Amaral
segunda-feira, 18 de maio de 2015
Apenas 357 mil das 45 milhões de pessoas com deficiência têm trabalho formal no Brasil
Setor de serviços e indústria de
transformação são os maiores empregadores desse tipo de mão de obra.
Por Elaine Freires
Num mercado de trabalho tão competitivo como o dos dias atuais,
conseguir uma colocação não é fácil. Além do Ensino Superior, o conhecimento de
outros idiomas é essencial. Para realizar o sonho de fazer o que gosta,
Gabrielle Silva Carvalho, de 33 anos, que nasceu com paralisia cerebral, correu
atrás de seus objetivos. Deixou a casa da família em Jandira, na Grande São
Paulo, e morou no campus universitário de uma das maiores instituições de
ensino do país para concluir os estudos. Hoje é formada em biblioteconomia pela
USP e trabalha no Memorial da Inclusão, na Barra Funda, Zona Oeste da capital
paulista. 'Mesmo com as dificuldades, é preciso viver e aproveitar a vida, não
utilizando a deficiência como desculpa.'
O otimismo de Gabrielle é exceção entre as pessoas com algum tipo de
deficiência. O Brasil tem 45 milhões de pessoas com alguma restrição, mas
apenas 357 mil trabalham formalmente. O setor de serviços e a indústria de
transformação são os maiores empregadores desse tipo de mão de obra.
Para Gabrielle, a maioria das empresas ainda olha para a deficiência de
cada um e não para a qualificação profissional na hora de contratar um
funcionário. 'Muita empresas só querem preencher as vagas.'
No Brasil, a Lei de Cotas para pessoas com deficiência prevê que toda empresa com cem
ou mais funcionários deve destinar de 2% a 5% dos postos de trabalho a pessoas
com alguma deficiência. Na Zona Sul de São Paulo, uma ONG luta para que a norma
seja cumprida. Fomos conhecer em Santo Amaro, o Nurap (Aprendizagem
Profissional e Assistência Social). Há mais de 27 anos, são oferecidos cursos
de capacitação. A entidade funciona como uma ponte entre essas pessoas e as
empresas. A gerente de inclusão, Rosemeire Andrade, ressalta que o mercado de
trabalho é ainda mais difícil para quem tem alguma restrição. 'Ainda falta
muito. As empresas querem apenas cumprir a Lei de Cotas.'
De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, os homens ocupam 65%
das vagas destinadas a pessoas com alguma deficiência, enquanto as mulheres
preenchem o restante. Os dados de Instrução do governo federal revelam que o
Ensino Médio completo concentra o maior número de vínculos empregatícios.
O revisor de livros em braile Edson Pereira do Rosário, de 35 anos,
perdeu totalmente a visão aos 12, depois de sofrer complicações com a retina do
olho direito e desenvolver glaucoma. De origem humilde, ele serviu de exemplo
para a família ao fazer o magistério no ensino médio e concluir a faculdade de
pedagogia.
A superação de Edson é percebida em cada passo que ele avança diariamente.
Agora, faz planos para iniciar uma especialização em educação especial e fazer
um curso de inglês ou espanhol.
Mas, seguir exemplos como os de Edson, deficiente visual, e de Gabriele,
que é cadeirante, não é fácil. A instrutora de orientação e mobilidade do
Instituto Dorina Nowill para cegos, Carolina Canavezzi, enfatiza a necessidade
dessas pessoas assumirem suas limitações para lutarem por seus direitos.
Um levantamento da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência
mostrou que, no estado de São Paulo, os crimes contra a liberdade individual,
como ameaças e constrangimento ilegal, são os mais comuns. Desde junho do ano
passado, uma delegacia especializada atende esse público, sendo que até abril
foram registrados 11 mil casos de violência. A unidade está localizada na Rua
Brigadeiro Tobias, número 527, no Centro da capital paulista. De acordo com o
secretário adjunto Cid Torquato, o local oferece atendimento especializado para
atender a demanda. 'A ideia é que essa delegacia sirva de exemplo para as
demais.'
Atualmente, se uma pessoa precisa da elaboração de um boletim de
ocorrência em braile ou de um intérprete da Língua Brasileira de Sinais,
conhecida por Libras, as delegacias do estado de São Paulo podem solicitar um
profissional na Delegacia de Polícia da Pessoa com Deficiência.
Edson do Rosário e Gabrielle Carvalho enfrentaram diversos obstáculos para conseguir um emprego
(Crédito: Elaine Freires/CBN)
Leia mais: http://cbn.globoradio.globo.com/series/a-margem-da-acessibilidade/2015/05/14/APENAS-357-MIL-DAS-45-MILHOES-DE-PESSOAS-COM-DEFICIENCIA-TEM-TRABALHO-FORMAL-NO-BRASIL.htm#ixzz3aW2sK4GC
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