Meu nome é Ari Vieira, sou especializado em educação para pessoas com deficiência pela PUCSP. Quero ajudar os docentes a debater o tema inclusão das pessoas com deficiência e/ou mobilidade reduzida nas escolas.
O blog será também uma importante ferramenta de consulta para quem for implantar a temática da inclusão na mobilidade urbana.
Daniela Alonso,
especialistaem Educação Inclusivae selecionadora do Prêmio Victor
Civita Educador Nota 10
Isac Oliveira Souza
aprendendo ler na lousa braile, na sala de recursos da EE Dom Jayme de Barros
No
Brasil, a regulamentação mais recente que norteia a organização do sistema
educacional é o Plano
Nacional de Educação (PNE 2011-2020). Esse documento, entre outras metas e
propostas inclusivas, estabelece a
nova função da Educação especial como modalidade de ensino que perpassa
todos os segmentos da escolarização (da Educação Infantil ao ensino
superior); realiza o
atendimento educacional especializado (AEE); disponibiliza os serviços e recursos
próprios do AEE e orienta
os alunos e seus professores quanto à sua utilização nas turmas
comuns do ensino regular.
O
PNE considera público alvo da Educação especial na perspectiva da Educação
inclusiva, educandos com deficiência (intelectual, física, auditiva, visual e
múltipla), transtorno global do desenvolvimento (TGD) e altas habilidades.
Se
o aluno apresentar necessidade específica, decorrente de suas características
ou condições, poderá requerer, além dos princípios comuns da Educação na diversidade,
recursos diferenciados identificados como
necessidades educacionais especiais (NEE). O estudante poderá
beneficiar-se dos apoios de caráter especializado, como o ensino de linguagens
e códigos específicos de comunicação e sinalização, no caso da deficiência visual e auditiva;
mediação para o desenvolvimento de estratégias de pensamento, no caso da deficiência intelectual;
adaptações do material e do ambiente físico, no caso da deficiência física;
estratégias diferenciadas para adaptação e regulação do comportamento, no caso
do transtorno global;
ampliação dos recursos educacionais e/ou aceleração de conteúdos para altas habilidades.
A
Educação inclusiva tem sido um caminho importante para abranger a diversidade
mediante a construção de uma escola que ofereça uma proposta ao grupo (como um
todo) ao mesmo tempo em que atenda às necessidades de cada um, principalmente
àqueles que correm risco de exclusão em termos de aprendizagem e participação
na sala de aula.
Além
de ser um direito, a Educação inclusiva é uma resposta inteligente às demandas
do mundo contemporâneo. Incentiva uma pedagogia não homogeneizadora e
desenvolve competências interpessoais. A sala de aula deveria espelhar a
diversidade humana, não escondê-la. Claro que isso gera novas tensões e
conflitos, mas também estimula as habilidades morais para a convivência
democrática. O resultado final, desfocado pela miopia de alguns, é uma Educação
melhor para todos. (MENDES, 2012).
Para fazer a inclusão de verdade e garantir a
aprendizagem de todos os alunos na escola regular é preciso fortalecer a
formação dos professores e criar uma boa rede de apoio entre alunos, docentes,
gestores escolares, famílias e profissionais de saúde que atendem as crianças
com Necessidades Educacionais Especiais
Daniela Alonso
1. Inclusão no Brasil e Educação especial na escola regular
João Guilherme dos Santos, aluno com deficiência física, com seus colegas da Unidade Integrada Alberico Silva, em São Luís.
O
esforço pela inclusão social e escolar de pessoas com necessidades especiais no
Brasil é a resposta para uma situação que perpetuava a segregação dessas
pessoas e cerceava o seu pleno desenvolvimento. Até o início do século 21, o
sistema educacional brasileiro abrigava dois tipos de serviços: a escola regular e a escola especial - ou o
aluno frequentava uma, ou a outra. Na última década, nosso sistema escolar
modificou-se com a proposta inclusiva e um único tipo de escola foi adotado: a
regular, que acolhe todos os alunos, apresenta meios e recursos adequados e
oferece apoio àqueles que encontram barreiras para a aprendizagem.
A
Educação inclusiva compreende
a Educação especial dentro da escola regular e transforma a escola em um espaço
para todos. Ela favorece a diversidade na medida em que considera que todos os
alunos podem ter necessidades especiais em algum momento de sua vida escolar.
Há,
entretanto, necessidades que interferem de maneira significativa no processo de
aprendizagem e que exigem uma atitude educativa específica da escola como, por
exemplo, a utilização de recursos e apoio especializados para garantir a
aprendizagem de todos os alunos.
A
Educação é um direito de todos e deve ser orientada no sentido do pleno
desenvolvimento e do fortalecimento da personalidade. O respeito aos direitos e
liberdades humanas, primeiro passo para a construção da cidadania, deve ser
incentivado.
Educação
inclusiva, portanto, significa educar todas as crianças em um mesmo contexto
escolar. A opção por este tipo de Educação não significa negar as dificuldades
dos estudantes. Pelo contrário. Com a inclusão, as diferenças não são vistas
como problemas, mas como diversidade.
É essa variedade, a partir da realidade social, que pode ampliar a visão de
mundo e desenvolver oportunidades de convivência a todas as crianças.
Preservar
a diversidade apresentada na escola, encontrada na realidade social, representa
oportunidade para o atendimento das necessidades educacionais com ênfase nas
competências, capacidades e potencialidades do educando.
Ao refletir sobre a abrangência do sentido e do significado do
processo de Educação inclusiva, estamos considerando a diversidade de
aprendizes e seu direito à equidade. Trata-se de equiparar oportunidades,
garantindo-se a todos - inclusive às pessoas em situação de deficiência e aos
de altas habilidades/superdotados, o direito de aprender a aprender, aprender a
fazer, aprender a ser e aprender a conviver. (CARVALHO, 2005).
Daniela Alonso,
especialista em Educação Inclusiva e selecionadora do Prêmio Victor
Civita Educador Nota 10
A Síndrome de
Asperger é um Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD), resultante de uma
desordem genética, e que apresenta muitas semelhanças com relação ao autismo.
Ao contrário do que
ocorre no autismo, contudo, crianças com Asperger não apresentam grandes
atrasos no desenvolvimento da fala e nem sofrem com comprometimento cognitivo
grave. Esses alunos costumam escolher temas de interesse, que podem ser únicos
por longos períodos de tempo - quando gostam do tema "dinossauros",
por exemplo, falam repetidamente nesse assunto. Habilidades incomuns, como
memorização de sequências matemáticas ou de mapas, são bastante presentes em
pessoas com essa síndrome.
Na infância, essas
crianças apresentam déficits no desenvolvimento motor e podem ter dificuldades
para segurar o lápis para escrever. Estruturam seu pensamento de forma bastante
concreta e não conseguem interpretar metáforas e ironias - o que interfere no
processo de comunicação. Além disso, não sabem como usar os movimentos
corporais e os gestos na comunicação não-verbal e se apegam a rituais, tendo
dificuldades para realizar atividades que fogem à rotina.
Como lidar com a Síndrome
de Asperger na escola?
As recomendações são semelhantes às do autismo.
Respeite o tempo de aprendizagem do aluno e estimule a comunicação com os
colegas. Converse com ele de maneira clara e objetiva e apresente as atividades
visualmente, para evitar ruídos na compreensão do que deve ser feito.
Também é aconselhável
explorar os temas de interesse do aluno para abordar novos assuntos, ligados às
expectativas de aprendizagem. Se ele tem uma coleção de carrinhos, por exemplo,
utilize-a para introduzir o sistema de numeração. Ações que escapam à rotina
devem ser comunicadas antecipadamente.
O Ministério da
Saúde lançou em 2012 uma cartilha para orientar o atendimento no Sistema Único
de Saúde (SUS) a pessoas com síndrome de
Down, que atinge atualmente 300 mil brasileiros.
O objetivo,
segundo o ministro Alexandre Padilha, é qualificar e humanizar os serviços
oferecidos às famílias e aos pacientes já nos primeiros dias de vida deles.
A intenção é
alertar sobre as doenças que têm maior prevalência nessa fase e os principais
cuidados necessários, para garantir um desenvolvimento saudável das crianças.
feita em parceria com jovens que têm síndrome de Down, para que a linguagem
ficasse mais acessível a esse público.
O texto traz instruções sobre como
identificar visualmente a síndrome, causada por um distúrbio genético
decorrente de um cromossomo extra, o 21.
Entre as características físicas, estão: pregas
das pálpebras oblíquas e para cima, base do nariz plana, rosto aplanado, língua
saliente e cabelo fino. Se algum desses atributos aparecer de forma isolada,
não confirma o diagnóstico – que pode se valer ainda de um exame genético, para
identificar a presença do cromossomo a mais.
Ariel Goldenberg conseguiu realizar o sonho de ser ator. Agora só falta outro: conhecer Sean Penn
A Web do Bem
traz esta semana a história de Ariel Goldenberg, que tem síndrome de Down, um
distúrbio genético causado pela presença de um cromossomo 21 extra. O sonho
dele, desde criança, é ser ator de cinema. Ariel cresceu e, após figurar em
novelas e peças de teatro, conseguiu seu grande objetivo: protagonizar um
filme.
”Colegas”, filme dirigido por Marcelo
Galvão, foi produzido em 2012 e estreia no dia 1º de março deste ano. Com
grandes atores no elenco, como Lima Duarte e Juliana Didone, a obra mostra a
história de três amigos com síndrome de Down (Ariel e os atores Rita Pokk e
Breno Viola) que vão superar suas limitações para correr atrás de seus maiores
sonhos.
O filme recebeu o Kikito de Melhor
Filme, uma das maiores premiações do cinema nacional, que acontece no Festival
de Gramado. “Eu quero mostrar esse Kikito aqui não só para mim mãe, mas sim ao
mundo”, disse Ariel após receber o prêmio.
Só que os sonhos de Ariel não param
por aí. Ele, que é fã do ator Sean Penn, quer que o astro dos filmes “Milk” e
“Sobre Meninos e Lobos” venha ao Brasil prestigiar a grande estreia de
“Colegas”. O ator chegou a economizar dinheiro e comprou passagens para os
Estados Unidos para conhecer Sean Penn, mas esqueceu de tirar o visto
americano.
Com esse imprevisto, amigos de Ariel
e produtores do filme “Colegas” se uniram e lançaram um vídeo no YouTube para
que a história desse grande sonhador chegue ao conhecimento de Sean Penn.
No vídeo, a história da vida de Ariel
é contada através imagens de grandes filmes, como “Forrest Gump”. Com mais de
600 mil visualizações em dois dias, a campanha #VEMSEANPENN viralizou e, de
acordo com alguns produtores e críticos de Hollywood, os agentes de Sean Penn
já sabem da história.
Mas, enquanto o próprio Sean Penn não
vem ao Brasil, não custa nada compartilhar o vídeo nas redes sociais para que o
mundo veja a linda história de Ariel e seu sonho, não é mesmo? Como o próprio
narrador diz no vídeo, “se todos nós compartilharmos, mais cedo ou mais tarde o
Sean Penn vai acabar vendo”.
Governo lança projeto Praia sem Barreiras no arquipélago pernambucano.
O banho de mar nas águas transparentes e mornas da Praia do Sueste, localizada no arquipélago pernambucano, tornou-se mais democrático, graças à estreia hoje do projeto Praia sem Barreiras, idealizado e executado pela Secretaria de Turismo de Pernambuco (Setur/PE), através da Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur). A partir de agora o acesso de cadeirantes à paradisíaca baía da ilha será possível através de uma esteira antiderrapante, que conduz o banhista por 30 metros até quatro cadeiras de rodas anfíbias, desenvolvidas com tecnologia da Nasa e cujo material não esquenta sob a ação do inclemente sol nordestino.
De lá, os banhistas são acompanhados por oito profissionais da EcoNoronha devidamente qualificados para o banho assistido, que poderá ser desfrutado todos os dias, das 8h às 18h. Oinvestimento total da implantação do projeto foi de R$ 37 mil. As cadeiras anfíbias são fabricadas pela Ortomix, em Aparecida do Goiás (GO), e custam R$ 5.415 cada uma.
A recifense Yoko Farias Sujimoto, 29 anos, e o cadeirante suíço Michel Peneveyre, presidente da ONG Rodas da Liberdade, que vive em Porto de Galinhas, foram os escolhidos para estrear o serviço da equipe e a curtir as delícias do mar de Noronha.
Estou muito feliz de estar aqui. Esse é um sonho de muitas pessoas em minha condição. Sei que muitos virão depois de nós dois”, diz emocionada Yoko. Já para o quase pernambucano Michel, a palavra que melhor define a experiência de ontem é felicidade. Tanto que este foi o nome que ele deu à tartaruga encontrada no mar naquela manhã pela equipe do Projeto Tamar. A recifense preferiu pegar emprestada a sugestão do rapaz que a assistia no banho de mar e batizou o animal marinho de Nó, em homenagem à ilha. Surgia naquele instante a mascote da dupla especial de banhistas.
Para o secretário de Turismo de Pernambuco, Alberto Feitosa, a implantação do equipamento é de grande importância para o turismo do Estado, que tem na acessibilidade um dos seus grandes focos. “Essa é uma das minhas grandes missões. E hoje é um dia feliz, histórico. Muito tenho a agradecer à coordenadora do Programa Turismo Acessível, Morgana Cavalcanti, que dá o exemplo e nos serviu de inspiração. Ontem (30), por coincidência, fez dez anos que ela ficou impossibilitada de andar”, pontuou o secretário, complementando que a próxima cidade a receber o projeto Praia sem Barreiras será o Recife. A data foi escolhida a dedo, acontecerá no dia 12, quando se comemora o aniversário da capital pernambucana. “Vamos dar esse presente ao Recife”, festeja.
Para definir onde implantar o novo serviço em Boa Viagem, a Empetur contou com a ajuda de um dos parceiros no projeto, o Instituto Oceanário da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), que realizou pesquisa sobre ataques de tubarão na orla recifense. “Não podemos correr riscos”, diz Mosana, ao informar que o Praia sem Barreiras será instalado em frente à Rua Bruno Veloso porque lá, segundo o estudo, é a área que menos registros possui de ataques de tubarões.
“Ao contrário de São Paulo, do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul, nosso ponto de acessibilidade será sempre no mesmo local”, ressalta a coordenadora da Empetur, complementando que isso ajudará ainda mais as pessoas com dificuldade física como ela. Mosana ficou impossibilitada de andar depois de ser atingida por um tiro durante um assalto nas proximidades do Edifício Califórnia, na Avenida Boa Viagem, em 2003.
Participaram ainda do evento de lançamento do Praia sem Barreiras o administrador do arquipélago, Romeu Baptista, o secretário nacional de promoção dos Direitos Humanos, o pernambucano de Garanhuns, Antonio José Ferreira, o chefe do ICMBio, Ricardo Araújo, Pablo Móbis, gerente do Eco Noronha, todos parceiros na ação de acessibilidade num dos destinos mais cobiçados Brasil afora.
ACESSIBILIDADE – Não foi à toa que o arquipélago Fernando de Noronha foi escolhido para a estreia do Praia sem Barreiras. A empresa Eco Noronha tem investido forte em acessibilidade na ilha no último ano, quando o acesso ao Mirante dos Golfinhos é possível graças à trilha suspensa, construída com madeira biossintética.
O Mirante do Sancho, onde é possível observar o belo cenário da praia que leva o mesme do ponto de observação, tammbém é totalmente acessível. O caminho até o Mirante Dois Irmãos, o principal ícone da ilha, é outra trilha construída para dar acesso ao ir e vir de todos. Ambas dispõem de acessibilidade assistida e foram construídas pela EcoNoronha. Falta entregar ainda a trilha da Praia do Leão, prevista para ser entregue até o fim deste ano.
Assista o vídeo:
Fonte: Jornal do Comércio
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