Ensinar uma criança autista a
fazer perguntas e declarações é o primeiro passo para que elas desenvolvam suas
habilidades para iniciar e manter uma conversa, além de trocar de temas durante
uma mesma conversa e até resgatar o interesse da outra pessoa durante a mesma
conversa. Estas são consideradas habilidades avançadas de conversação, e podem
ser exercitadas por pais, familiares, amigos, professores e terapeutas.
O
primeiro passo é ensinar à criança que uma conversa é marcada pela ida e volta
de falas: ao perguntar ou declarar algo, portanto, ela deve entender que haverá
uma resposta verbal da outra pessoa, mesmo que seja para dizer “Não sei”. Da
mesma forma, é preciso mostrar a ela que as outras pessoas esperam respostas
verbais durante uma conversa. Isso pode ser ensinado por meio de exercícios
práticos, desenhos ou objetos, como fantoches ou bonecos.
É
importante também explicar à criança o valor das conversas para o
desenvolvimento das relações afetivas e sociais. E, acima de tudo, a criança
com autismo deve ter oportunidade de praticar a conversação com o maior número
de pessoas, para que entre em contato com opiniões e reações diferentes. Os
comportamentos agressivos ou relutantes que algumas crianças apresentam diante
de pessoas novas podem ser amenizados com a prática social.
Uma
conversa é feita também de sinais não-verbais, e isso também deve ser ensinado
à criança. Mostrar a ela que muitas pessoas costumam ficar inquietas ou olhar
ao redor quando não estão interessadas em uma conversa é uma boa maneira de
treinar o resgate da conversa. Pode-se, por exemplo, ensinar a ela que nessas
situações é possível fazer uma pergunta para que a pessoa volte sua atenção à
conversa.
Texto
escrito por Silvana Schultze, do blog meunomenai. Baseado no artigo “Conversational
development for autismo”, disponível no
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