Meu nome é Ari Vieira, sou especializado em educação para pessoas com deficiência pela PUCSP. Quero ajudar os docentes a debater o tema inclusão das pessoas com deficiência e/ou mobilidade reduzida nas escolas. O blog será também uma importante ferramenta de consulta para quem for implantar a temática da inclusão na mobilidade urbana.
Ally e Ryan
quinta-feira, 31 de março de 2011
ASPECTOS INERENTES AO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA COM AUTISMO
quarta-feira, 30 de março de 2011
Estilos de Aprendizagem de Alunos com Autismo
terça-feira, 29 de março de 2011
Autismo
Conceito
Lorna Wing definiou o autismo como uma síndrome que apresenta comprometimentos em três importantes domínios do desenvolvimento humano: a comunicação, a sociabilização e a imaginação. A isto, ela deu o nome de tríade.
Desvios qualitativos da comunicação
Caracterizada pela dificuldade em utilizar com sentido todos os aspectos da comunicação verbal e não verbal. Isto inclui gestos, expressões faciais, linguagem corporal, ritmo e modulação na linguagem verbal.
Portanto, dentro da grande variação possível na severidade do autismo, poderemos encontrar uma criança sem linguagem verbal e com dificuldades na comunicação por qualquer outra via - isto inclui ausência de uso de gestos ou um uso muito precário dos mesmos; ausência de expressão facial ou expressão facial incompreensível para os outros e assim por diante - como podemos, igualmente encontrar crianças que apresentam linguagem verbal, porém esta é repetitiva e não comunicativa.
Muitas das crianças que apresentam linguagem verbal repetem simplesmente o que lhes foi dito. Este fenômeno é conhecido com ecolalia imediata. Outras crianças repetem frases ouvidas há horas, ou até mesmo dias antes (ecolalia tardia).
É comum que crianças com autismo e inteligência normal repitam frases ouvidas anteriormente e de forma perfeitamente adequada ao contexto, embora, geralmente nestes casos, o tom de voz soe estrando e pedante.
Desvios qualitativos na sociabilização
Este é o ponto crucial no autismo e o mais fácil de gerar falsas interpretações. Significa a dificuldade em relacionar-se com os outros, a incapacidade de compartilhar sentimentos, gostos e emoções e a dificuldade na discriminação entre diferentes pessoas.
Muitas vezes a criança que tem autismo aparenta ser muito afetiva, por aproximar-se das pessoas abraçando-as e mexendo, por exemplo, em seu cabelo ou mesmo beijando-as quando na verdade ela adota indiscriminadamente esta postura, sem diferenciar pessoas, lugares ou momentos. Esta aproximação usualmente segue um padrão repetitivo e não contém nenhum tipo de troca ou compartilhamento.
A dificuldade de sociabilização, que faz com que a pessoa que tem autismo tenha uma pobre consciência da outra pessoa, é responsável, em muitos casos, pela falta ou diminuição da capacidade de imitar, que é uns dos pré-requisitos cruciais para o aprendizado, e também pela dificuldade de se colocar no lugar de outro e de compreender os fatos a partir da perspectiva do outro.
Pesquisas mostraram que mesmo nos primeiros dias de vida um bebê típico prefere olhar para rostos do que para objetos. Através das informações obtidas pela observação do rosto dos pais, o bebê aprende e encontra motivação para aprender. Já o bebê com autismo dirige sua atenção indistintamente para pessoas e para objetos, e sua falha em perceber pessoas faz com que perca oportunidades de aprendizado, refletindo em um atraso do desenvolvimento.
Desvios qualitativos na imaginação
Se caracteriza por rigidez e inflexibilidade e se estende às várias áreas do pensamento, linguagem e comportamento da pessoa. Isto pode ser exemplificado por comportamentos obsessivos e ritualísticos, compreensão literal da linguagem, falta de aceitação das mudanças e dificuldades em processos criativos.
Esta dificuldade pode ser percebida por uma forma de brincar desprovida de criatividade e pela exploração peculiar de objetos e brinquedos. Uma criança que tem autismo pode passar horas a fio explorando a textura de um brinquedo. Em crianças que têm autismo e têm inteligência preservada, pode-se perceber a fixação em determinados assuntos, na maioria dos casos incomuns em crianças da mesma idade , como calendários ou animais pré-históricos, o que é confundido às vezes com nível de inteligência superior. As mudanças de rotina, como de casa, dos móveis, ou até mesmo de percurso, costumam perturbar bastante algumas dessas crianças.
Espectro do Autismo
O Autismo não é uma condição de "tudo ou nada"; ao contrário, é visto como um continuum que vai do grau leve ao severo. Existe uma grande associação entre autismo e retardo mental, desde o leve até o severo, sendo que considera-se que a gravidade do retardo mental não está necessariamente associada à gravidade do autismo.
A palavra autismo atualmente pode ser associada a diversas síndromes. Os sintomas variam amplamente, o que explica por que atualmente refere-se ao autismo como um espectro de transtornos.
Dentro deste espectro encontramos sempre a tríade de comprometimentos que confere uma característica comum a todos eles. Alguns são diagnosticados simplesmente como autismo, traços autísticos, etc, ou Síndrome de Asperger (considerado por muitos como o autismo com inteligência normal). Além destes, existem diversas síndromes identificáveis geneticamente ou que apresentam quadros diagnósticos característicos, que também estão englobadas no Espectro do Autismo.
Texto retirado do site http://www.ama.org.br/html/info_conc.php (Associação de Amigos do Autista)
segunda-feira, 28 de março de 2011
PLANO DE AEE E PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO EM TECNOLOGIA ASSISTIVA EM CADA ATIVIDADE
domingo, 27 de março de 2011
Braillu Mais
A CAA no AEE
sábado, 26 de março de 2011
A CAA E OS RECURSOS PEDAGÓGICOS DE ACESSIBILIDADE NA ESCOLA COMUM
OBJETIVO DOS RECURSOS NA ESCOLA COMUM
Os recursos de CAA e os demais recursos pedagógicos de acessibilidade serão eficientes se permitirem que a participação do aluno seu acesso à comunicação sejam garantidos, de modo que possa atuar em todas as atividades escolares, sem nenhum tipo de restrição.
UTILIZAÇÃO DE RECURSOS DE CAA NA ELABORAÇÃO DE ESTRATÉGIAS DE ENSINO E APRENDIZAGEM
Os recursos de CAA devem ser facilitadores na realização das tarefas escolares, nas salas de aula comum. São eles que vão eliminar as barreiras impostas pela deficiência e/ou pelo meio, para que os alunos possam participar de todas as atividades escolares em interação com seus colegas.
Não se trata de oferecer a esses alunos atividades diferentes, na sala de aula, mas recursos que permitam a realização das mesmas atividades realizadas pela turma.
Uma dúvida freqüente entre os professores das classes comuns diz respeito ao planejamento das tarefas que os alunos com deficiência realizarão na classe comum: quem deve planejar essas tarefas? Os professores comuns ou o professor do atendimento educacional especializado - AEE?
As atividades escolares são planejadas pelo professor da classe comum para todos os seus alunos e os professores do AEE identificarão as barreiras de participação, selecionarão, confeccionarão ou ajudarão na aquisição dos recursos que permitirão aos alunos com deficiência a plena participação nas aulas. Daí a importância do recurso de CAA e demais recursos de acessibilidade projetados e desenvolvidos em parceria entre o professor da classe comum e do AEE.
AVALIAÇÃO UTILIZANDO A CAA NA ESCOLA
A construção de uma avaliação democrática imersa numa pedagogia de inclusão implica necessariamente a substituição do padrão da homogeneidade ideal pelo padrão da heterogeneidade real. São os conhecimentos em construção e não os já consolidados que devem basear a seleção dos recursos e das estratégias pedagógicas. O erro deverá ser visto como um processo positivo na identificação e na construção do recurso porque dá pistas sobre o modo como cada um está representando e expressando o conhecimento.
Ao prepararmos ferramentas que apóiem o processo de avaliação do aluno deveremos ter o cuidado de oferecer recursos abertos que serão apoiados pelo conhecimento do professor que avalia, favorecendo que ele possa fazer intervenções para que perceba o caminho que está sendo percorrido por seu aluno na construção do conhecimento.
Uma avaliação que utiliza recursos de CAA pode ser feita para verificar memorização e reprodução de conteúdos recebidos pelo aluno. Ao invés de escrever ele terá alternativas de respostas em símbolos. Porém, se quisermos avaliar o caminho que este aluno está seguindo e o verdadeiro entendimento que construiu de determinado conceito, nosso trabalho será maior. Deveremos então associar alternativa de respostas com possibilidades de argumentação,
com possibilidades de o aluno questionar seu professor e também mostrar novos conhecimentos e sua aplicação.
A avaliação estará então ligada aos objetivos educacionais e a verificação do envolvimento do aluno em todas as etapas propostas para que sejam atingidos.
Fonte de estudo - Revista - A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar Recursos Pedagógicos Acessíveis e Comunicação Aumentativa e Alternativa
sexta-feira, 25 de março de 2011
O TRABALHO COM A CAA
Um trabalho de comunicação alternativa tem início logo que se manifesta uma defasagem entre a habilidade de uma pessoa em se comunicar e a necessidade imposta pelo meio e pelas relações que ela estabelece ou deseja estabelecer com os outros. A CAA contribui para ampliar uma comunicação já existente e limitada ou, ainda, como uma alternativa, quando a fala não existe.
O trabalho de comunicação alternativa tem uma característica interdisciplinar em função dos vários aspectos implicados nesta prática, como o desenvolvimento da linguagem, as aptidões sensoriais, cognitivas, emocionais e motoras (posicionamento e acesso). Por este motivo a CAA integra, em rede de trabalho, os professores a outros profissionais como fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, psicólogos e fisioterapeutas. A parceria com esses profissionais é fundamental para que os atendimentos sejam integrados, complementados e potencializados.
A família e o usuário da comunicação alternativa farão parte da equipe que planeja, elabora e executa intervenções para que a comunicação seja aprimorada entre todos.
O professor do AEE está focado, principalmente, na identificação de barreiras de comunicação oral e escrita que limitam o acesso de seu aluno ao conhecimento e a aprendizagem, no ambiente escolar. Assim como tudo o que acontece na escola, o trabalho da comunicação alternativa terá repercussão e envolverá também o contexto de vida real do aluno, apoiando seu desenvolvimento e preparo para a vida.
Os recursos de comunicação e recursos pedagógicos que utilizam estratégias da CAA são confeccionados pelo professor do Atendimento Educacional Especializado, que ensina o seu aluno a usar e a usufruir as ferramentas de CAA na escola e fora dela. O professor de AEE realiza seu trabalho em estreita parceria com o professor da escola comum, com a família e com outros profissionais, que atuam conjuntamente no caso.
Como devemos começar um trabalho de CAA? Como ensinar uma criança a utilizar a CAA?
Desde a primeira infância, a criança está envolvida em relações de comunicação. Falamos com ela, usamos palavras para identificar e nomear objetos, acontecimentos, sentimentos.
Da mesma forma que uma criança aprende a se comunicar de forma natural e contextualizada com sua realidade, quando pretendemos introduzir e aprimorar formas alternativas de comunicação, aproveitamos as situações naturais de comunicação, dentro de seus contextos reais de vida.
Todos nós nos comunicamos por meio de expressões faciais e corporais, sinais manuais, tonalidades de voz, pela escrita, pela fala, pela arte. Quando falta a fala, valorizamos as demais formas de a pessoa expressar seus sentimentos, necessidades, conhecimentos e promovemos o acesso às relações sociais. Isto não significa que deixamos de lado o estímulo ao desenvolvimento da fala. Ao contrário, ela é apoiada e provocada o tempo todo, por meio da ampliação de oportunidades e desafios ao desenvolvimento da linguagem, oportunizados
pela CAA.
Para iniciar o trabalho de CAA, precisamos nos colocar à disposição para conversar com o aluno que não fala e prestar atenção em suas reações, falar para ele o que estamos compreendendo sobre suas reações. Uma boa dica para iniciar a conversação por meio da CAA é aproveitar dos objetos concretos que temos na nossa volta ou de situações que proporcionam a iniciação e continuidade de um diálogo.
Para exemplificar, contaremos a história do primeiro contato de Mariana com sua professora de AEE.
Mariana entra na sala com sua mãe que, depois de se apresentar e apresentar sua filha, pede licença para sair. Mariana e a professora Lúcia ficam sozinhas. Lúcia observa Mariana e começa a dizer para ela que está muito feliz em conhecê-la, que tem muitas curiosidades e gostaria de saber das coisas que a Mariana gosta de fazer, de brincar, com quem gosta de estar e outras coisas mais. Lúcia também fala de si e das coisas de que gosta. Enquanto fala e mostra a Mariana os brinquedos, os livros de histórias e demais materiais que estão na sala, a professora Lúcia percebe que a menina está atenta e sinaliza isto com o sorriso. Quando Mariana realmente gosta de algo que vê expressa, não só um sorriso, mas usa todo o seu corpo e emite um som parecido com um grito. A professora Lúcia ao perceber as reações da menina, diz a ela o que "lê" do comportamento da aluna:
- Nossa Mariana! Você gostou muito deste livro de história! Você está me falando que gosta de histórias?
Mariana volta a sorrir e emitir um som afirmativo.
A professora pergunta se a Mariana gostaria de escutar uma história.
Mariana solta um grito forte de alegria, sua cabeça volta-se para cima e seu corpo reage.
A Professora Lúcia pega um símbolo gráfico que representa o SIM e outro que representa o NÃO. Cola-os em uma folha de papel diante de Mariana. Em seguida, toma dois fantoches e a história começa:
Um menino e uma menina se encontram e devem decidir juntos sobre o que vão brincar.
Os fantoches conversam e falam coisas engraçadas. Mariana ri muito e segue atentamente a história e o movimento dos fantoches. Sempre que as crianças precisam tomar uma decisão utilizam os símbolos SIM e NÃO. O menino pergunta para a menina:
- De que vamos brincar?
Amenina responde que quer brincar de fazer compras. O menino imediatamente diz que NÃO, apontando para o símbolo gráfico. Ele convida a menina para jogarem bola e desta vez é a menina que corre até o símbolo, para dizer NÃO.
As personagens brincam e conversam muito, utilizando sempre os cartões durante todo o decorrer da história.
No final, depois de muitas gargalhadas e gritos da Mariana, a professora Lúcia pergunta para a menina se ela gostou da história. Imediatamente a Mariana leva o olhar e a mão em direção ao símbolo do SIM.
A professora pergunta para ela se em casa sua mãe lhe conta histórias. Mariana fica com a expressão séria, levanta a cabeça e olha para o NÃO.
Lúcia pergunta a Mariana se gostaria de conversar com a mãe e pedir a ela que lhe contasse histórias. Mariana grita e aponta para o SIM.
A professora começa então a perguntar tudo aquilo que no início de seu encontro com a aluna manifestou interesse de conhecer. Perguntou-lhe se tinha irmãos e Mariana disse que SIM. Se era menino ou menina, se era grande, pequeno, se a Mariana gostava de brincar com sua irmã, se morava longe, se gostava da escola. Fazendo perguntas cujas respostas poderiam
ser SIM ou NÃO, a professora Lúcia pode conhecer muito sobre a vida de Mariana.
Quando a mãe retornou para buscar sua filha, a professora Lúcia contou-lhe da alegria de conhecer a Mariana. Disse que ela havia lhe falado sobre a irmãzinha menor e de como gostava de olhar, quando a mamãe trocava a fralda dela. Mariana referiu que gostaria de ajudar sua mãe nessa tarefa. Disse também que morava longe, pegava dois ônibus para chegar à escola que gostava da escola, porque tinha muitos amigos e a sua professora.
A mãe se surpreendeu e perguntou à Professora Lúcia como a Mariana havia falado tudo aquilo.
A professora mostrou os cartões, a mãe admirou-se e neste momento tornou-se sua grande aliada na CAA.
No final do encontro, Mariana estava inquieta, demonstrando querer dizer alguma coisa.
A mãe lhe perguntou o que estava acontecendo. Mariana olhava para a mãe e para a professora e mantinha-se agitada, incomodada.
A professora perguntou:
- Você quer que eu fale alguma coisa a mais para sua mãe?
Mariana olhou para o SIM.
- Está nesta sala o que você deseja mostrar à sua mãe?
Mariana sorriu, emitiu um grito e olhou para os fantoches.
Lúcia lembrou-se de que Mariana havia referido que ela queria que a mãe lhe contasse histórias, em casa. Quando a professora Lúcia disse isto, Mariana deu um grito muito alto, expressando grande alegria - seu corpo movimentou-se por inteiro e não restava dúvida de que a comunicação entre elas havia alcançado grande sucesso.
A partir deste relato percebemos que o trabalho da CAA inicia-se no momento em que estamos dispostos a nos relacionarmos com o aluno, prestando muita atenção nas suas reações, aproveitando as situações naturais e do cotidiano; utilizando os objetos concretos do ambiente, introduzindo gradualmente cartões de comunicação e posteriormente pranchas temáticas. O trabalho evoluirá à medida que o aluno, seus familiares, professores e colegas também se aproximarem e aproveitarem positivamente da oportunidade de utilizar as estratégias e recursos de comunicação.
A vivência da comunicação por meio de temas motivadores, como a escolha de brinquedos, do que gostaria de comer, onde quer ir passear, qual amigo deseja visitar ou outros, poderá ser um bom começo para o aluno que não fala iniciar a compreensão de que o símbolo pode expressar aquilo que, no momento, ele não consegue dizer de outra forma.
É muito importante considerarmos que a comunicação não depende de treinamento e não é algo que se condiciona, mas que se vivencia.
Como selecionar recursos de CAA necessários a cada aluno e a quem cabe esta tarefa? Assim como nos recursos pedagógicos de acessibilidade, os recursos de CAA devem ser selecionados a partir da avaliação do contexto real do aluno e do registro das possíveis barreiras a serem eliminadas. Um profundo conhecimento do aluno, do seu contexto familiar e social e das tarefas a serem realizadas na escola e fora dela possibilitarão a tomada de decisões sobre qual recurso de comunicação será necessário para aquele aluno, naquele momento.
O professor do AEE, que deve estar em contato direto com o aluno, pode coordenar este processo, solicitando à família, aos professores da escola comum e aos outros profissionais que atendem a esse aluno todas as informações que entender necessárias.
Ao professor de AEE caberá investigar no aluno:
Quais as formas de comunicação que ele já utiliza?
Quais são seus temas de interesse?
Com quem ele se comunica?
Quando ele se comunica?
Quando ele não se comunica?
Quais são suas habilidades sensoriais visuais e auditivas?
Quais são as suas habilidades motoras e que serão utilizadas para acessar os recursos de comunicação?
Como é sua condição cognitiva e seu envolvimento com o aprendizado?
Ele está desejoso de se comunicar com os outros?
Sobre o contexto do aluno, o professor do AEE fará uma observação relativa aos parceiros de comunicação do aluno e aos recursos que ele já utiliza. São parceiros de comunicação do aluno os familiares, amigos, professores, colegas e toda a equipe da escola.
Quem são os parceiros de comunicação?
Que temas os parceiros de comunicação consideram importantes para estabelecer em comunicações com o aluno?
Qual é o vocabulário usual entre os colegas e amigos?
O que já está sendo utilizado de CAA e quais são os resultados obtidos?
Quais os recursos e conhecimentos necessários aos parceiros de comunicação para que se relacionem com o aluno?
Como será a comunicação entre o professor da sala comum e o professor do AEE para que um trabalho integrado seja possível, tendo-se em vista o vocabulário e outros recursos para facilitar o entendimento dos conteúdos escolares?
Sobre as tarefas e desafios de comunicação que o aluno enfrenta no ambiente escolar:
O que consta no plano de ensino do professor para a turma toda?
Quais são os objetivos de aprendizagem?
Quais os conteúdos a serem desenvolvidos e de que forma serão explorados pelo professor para toda a turma?
Quais são as barreiras de comunicação que impedem ou limitam a participação do aluno nas atividades escolares?
Como é feita a avaliação da aprendizagem dos alunos? Quais as dificuldades do professor em avaliar o aluno?
Com base nessa avaliação, o professor do AEE continua seu trabalho, envolvendo todos os seus parceiros. Em alguns casos, ele buscará ajudas e conhecimentos necessários com outros profissionais, para que possa definir o melhor recurso de CAA e como poderá ser mais facilmente utilizado pelo aluno.
Ao iniciar o AEE, o professor deve estar atento às respostas dos alunos, à leitura de suas expressões e comportamentos, ao que o aluno pode estar querendo dizer e que a simbologia disponível não contempla. Neste caso, a intervenção do professor será no sentido de buscar outros símbolos ou passar a fazer perguntas objetivas para que o aluno sinalize de forma afirmativa ou diga não. Em tais situações é de muita utilidade dispor de símbolos com
dizeres do tipo: "Não tem aqui o que quero falar.", "Vamos mudar de assunto.", "Faça perguntas com resposta SIM e NÃO."
É muito importante que não limitemos os assuntos a serem tratados com o aluno àqueles que estão disponíveis em sua prancha de comunicação. É muito comum que os parceiros de comunicação perguntem sempre as mesmas coisas, somente porque sabem que o aluno poderá responder sem erro.
Por exemplo: Qual é seu time? Qual é seu brinquedo favorito? Quem é seu melhor amigo? O que você vai ser quando crescer?
Se o aluno pudesse falar diria: Você já sabe isso, porque me pergunta sempre a mesma coisa? Minha prancha não é um brinquedo e eu não sou "uma gracinha". Tenho vontade de falar outras coisas que não estão na minha prancha.
É preciso valorizar os recursos de comunicação e não os tornar uma ferramenta sem sentido para o aluno, pois ele pode se desinteressar e abandonar a ferramenta. Um recurso de CAAé sempre inacabado e somente quando nosso aluno estiver escrevendo ele poderá compensar totalmente a falta da fala, mesmo que sua escrita seja realizada de forma alternativa, através da varredura manual em prancha impressa, do computador ou de vocalizadores.
Ao elaborarmos um recurso de CAA sem a participação do aluno, corremos um sério risco de criarmos artefatos que em nada o auxiliarão a comunicar-se de maneira efetiva, na escola e fora dela.
Quando afirmamos que o recurso deve ser selecionado com o aluno, estamos nos colocando ao lado dele, prestando atenção às suas necessidades, identificando as suas possibilidades, reconhecendo suas limitações, e, junto com ele, selecionando e oferecendo o recurso de CAA, que, naquele momento e para aquela situação é o mais indicado.
Isto significa que, assim como o aluno muda constantemente, os recursos também devem acompanhar esta mudança, adequando-se constantemente às necessidades provenientes do desenvolvimento ou dos problemas que persistirem e exigirem novos recursos.
Fonte de estudo - Revista - A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar Recursos Pedagógicos Acessíveis e Comunicação Aumentativa e Alternativa
quinta-feira, 24 de março de 2011
CARTÕES COM DESENHOS, BRAILLE E DESENHO DE LIBRAS
Descrição da foto - Cartões com desenhos, Braille e desenho de LIBRAS de uma escola e uma menina desenhando.
Descrição da foto - Professora ensina a seu aluno com surdocegueira de 7 anos a comunicação em
língua de sinais.
FORMAS DE COMUNICAÇÃO PARA ALUNOS CEGOS E SURDOCEGOS
FORMAS DE COMUNICAÇÃO DINÂMICAS
As formas de comunicação dinâmicas favorecem a espontaneidade, a comunicação é imediata, temos informação e assistência. Um exemplo de comunicação dinâmica é a Língua de Sinais.
FORMAS DE COMUNICAÇÃO ESTÁTICAS
Nas formas de comunicação estáticas, o vocabulário fica disposto para ser acessado pelo aluno e pode ser:
Tridimensional (objetos, um símbolo tátil)
Duas dimensões (desenho, fotografia, uma palavra impressa)
Descrição da foto - Cartão com uma miniatura de ônibus exemplifica uma forma tridimensional de símbolo de comunicação.
Descrição da foto - Desenhos de contorno representam formas bidimensionais de símbolos de comunicação.
FONTE DAS FOTOS - Revista - A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar Recursos Pedagógicos Acessíveis e Comunicação Aumentativa e Alternativa
quarta-feira, 23 de março de 2011
SISTEMAS DE CALENDÁRIOS
COMUNICAÇÃO E TIPO DE SÍMBOLOS
OBJETO DE REFERÊNCIA
Um objeto referência é um objeto concreto que será utilizado para antecipar as ações do dia. No exemplo da fotografia que segue temos: uma caneca, representando o café da manhã; o creme hidratante, antecipa a atividade que trabalha o esquema corporal; a bolsa significará a ação de ir até a padaria para comprar o suco; o prato de plástico indicará o almoço e a escova de cabelo, pasta de dente e escova de dente antecipará a higiene bucal e pessoal.
Descrição da foto - Objetos concretos são dispostos em sequência, numa caixa com diversos compartimentos, onde cada objeto antecipa as atividades que serão realizadas nesta ordem durante o dia. Visualiza-se uma caixa vermelha com vários compartimentos em seqüência. Objetos de referência são colocados nos compartimentos, na ordem seqüencial
das atividades que serão desenvolvidas: caneca (café da manhã), creme (atividade de esquema corporal), sacola de compras (ir à padaria), prato plástico lanche ou almoço) e material de higiene (fazer higiene pessoal).
OBJETO DE REFERÊNCIA DESNATURALIZADO
O objeto de referência pode ser colado em cartão de papelão ou madeira e permite o pareamento com o objeto real que será utilizado na hora da atividade, favorecendo o reconhecimento e a identificação.
Na ilustração abaixo, vemos alguns exemplos como: o cartão com rolo do papel higiênico, utilizado para a solicitação para ir ao banheiro, numa atividade que visa o controle de esfíncter; o cartão com o saco de suco utilizado na hora do preparo do suco para almoço; o cartão com o garfo para indicar a hora do almoço; o cartão com a escova de dente para indicar a higiene após o almoço; o cartão com as colas coloridas antecipa a aula de artes e o cartão com miniatura do banco sueco indica a hora da Educação Física.
Descrição da foto - Cartões de papelão, revestidos em papel azul marinho ou amarelo forte, sobre os quais estão colados pequenos objetos de referência: garfo, escova de dentes, cola.
FONTE DAS FOTOS - Revista - A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar Recursos Pedagógicos Acessíveis e Comunicação Aumentativa e Alternativa
terça-feira, 22 de março de 2011
A CAA PARA ALUNOS COM SURDOCEGUEIRA E DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS
Cada pessoa surdocega dispõe de um sistema de comunicação diferente, que pode ir desde o mais concreto (uso de objetos de referência) até o mais simbólico (libras tátil, escrita na palma da mão). O importante é que o profissional possa conhecer o sistema usado por seu aluno para que possa interagir diretamente com ele ou possa contar com a ajuda de um guia-intérprete.
Alguns exemplos de recursos de comunicação mais específicos dos alunos surdocegos e com deficiências sensoriais múltiplas serão apresentados a seguir com ilustrações e textos que mostram sua funcionalidade.
CADERNOS DE COMUNICAÇÃO
O caderno de comunicação é utilizado para registro das atividades realizadas pelo aluno e seu objetivo é desenvolver memória, a noção de tempo, a interação e a comunicação entre o aluno com surdocegueira ou com deficiência múltipla e seus familiares. O caderno é confeccionado com o aluno e na capa há referências do aluno com seu nome, desenho, foto ou objetos de referência.
Descrição das fotos: Foto a esquerda - Caderno de comunicação. A capa mostra um desenho que representa o aluno e seu nome em letras grandes e contrastantes com o fundo da capa.
Foto a direita - Caderno com registro de atividades vivenciadas pelo aluno. Este registro foi feito em hidrocor (favorecendo a visualização).
CADERNO DE RECEITAS
Atividades podem ser registradas no seu caderno, passo a passo como, por exemplo, uma receita a ser desenvolvida pelo aluno com os colegas. Abaixo uma foto ilustrando um sistema simbólico.
FONTE DAS FOTOS - Revista - A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar Recursos Pedagógicos Acessíveis e Comunicação Aumentativa e Alternativa
segunda-feira, 21 de março de 2011
OS SÍMBOLOS
Para determinar o tamanho do símbolo a ser utilizado por um usuário da CAA é preciso considerar, principalmente, aspectos relativos à visão do usuário, às suas condições motoras, e à quantidade de vocabulário necessário.
Sempre que percebermos a dificuldade do aluno em reconhecer as imagens gráficas ou letras de sua prancha, deve-se encaminhar o aluno a um oftalmologista para fazer um diagnóstico adequado, auxiliando na escolha da lente dos óculos (se for o caso) ou na identificação do tamanho e da cor ideal dos símbolos. Em alguns casos, a opção será trabalhar com relevos, miniaturas ou objetos.
No caso de dificuldades motoras, pode acontecer que símbolos muito pequenos sejam difíceis de serem apontados diretamente pelo usuário, em função de falta de coordenação ou presença de movimentos involuntários. Nesses casos, podemos aumentar o tamanho dos símbolos ou aumentar a distância entre eles. Há que se considerar, porém, que essa estratégia diminui o número de símbolos em cada prancha de comunicação e que o usuário deve sempre ser consultado sobre o projeto de seu recurso, pois a facilitação de acesso pode acabar restringindo a amplitude do vocabulário.
Caso a opção seja manter um maior número de símbolos, pode-se recorrer a
uma estratégia de seleção indireta. Nela, o apontamento dos símbolos será feito por uma outra pessoa, chamada parceiro de comunicação, que passa sua mão sobre a prancha, símbolo a símbolo, e no momento em que a mensagem a ser dita for apontada, o usuário emite um sinal que pode ser um gesto ou um som. Esta estratégia é chamada varredura manual.
ORGANIZAÇÃO DOS SÍMBOLOS NA PRANCHA
O planejamento da prancha é algo muito pessoal no que diz respeito ao vocabulário, ao sistema simbólico escolhido, ao tamanho e à disposição dos símbolos.
Algumas dicas podem ser úteis, mas devem ser entendidas como sugestões, pois deve-se priorizar o que for mais conveniente e funcional para o aluno.
Ao planejar a disposição dos símbolos na prancha, podemos considerar uma ordem definida, da esquerda para a direita, em colunas de símbolos organizadas por categorias, representando expressões de sociabilidade (cumprimentos), pessoas (sujeitos), verbos, substantivos, descritivos (adjetivos) e miscelânea (diversos símbolos que incluem letras, números, artigos, interrogativos etc). Esse padrão assemelha-se à ordem da fala e escrita da língua portuguesa e poderá ser repetido em todas as pranchas que tiverem mais de uma categoria de símbolos.
Para facilitar a localização dos símbolos na prancha, utiliza-se também a codificação por cores onde os símbolos que se referem às "expressões sociais" possuem a borda ou fundo cor de rosa; os símbolos referentes a "pessoas" são amarelos; os "verbos" são verdes; os "substantivos" são alaranjados e os "adjetivos ou descritivos" são azuis. Todos os outros símbolos que estão fora dessas categorias terão o fundo branco e um contorno preto.
Descrição da imagem: Prancha de comunicação temática para interpretação de um livro de história onde aparecem símbolos coloridos nas bordas, e dispostos na prancha em colunas, de acordo com a categoria a que pertencem (pessoas, verbos, substantivos e descritivos).
Outra dica para a confecção de pranchas é a localização consistente de símbolos que se repetem. Isto significa que alguns símbolos serão encontrados nas várias pranchas de um mesmo usuário como, por exemplo, o "SIM" e o "NÃO" ou ainda a indicação "MUDE A PRANCHA PARA MIM" ou "NÃO TEM AQUI O QUE QUERO FALAR". Para estes símbolos deve-se ter o cuidado de escolher uma posição na prancha e repetir esta posição em todas as outras pranchas em que eles são utilizados. Esta estratégia facilita ao usuário a localização rápida de símbolos mais frequentemente utilizados.
FONTE DA FOTO - Revista - A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar Recursos Pedagógicos Acessíveis e Comunicação Aumentativa e Alternativa
sábado, 19 de março de 2011
COMPUTADOR
O usuário acessa a mensagem que deseja comunicar e esta é falada por voz sintetizada ou gravada. O sistema garante acesso rápido a um número indeterminado de mensagens e apresenta opções variadas de acessibilidade.
Para exemplificar, imaginemos que o aluno selecione símbolo "brincar". No mesmo momento, ouve-se a mensagem: "quero brincar". Imediatamente após a escolha e fala da mensagem, ocorre uma mudança automática dos símbolos na tela do computador e outra prancha, agora com as opções de brinquedos e expressões utilizadas durante as brincadeiras, aparece na tela, para que a conversação tenha continuidade dentro do assunto selecionado.
A escolha da mensagem pode ser feita de forma direta, levando-se o cursor sobre o símbolo e realizando a seleção pelo clique, no botão esquerdo do mouse. Outra forma de escolha direta é o toque sobre o símbolo, em monitor com tela de toque.
Quando o aluno apresenta alterações motoras que dificultam a utilização do mouse convencional, podemos optar por modelos alternativos como joystick, mouse de membrana ou de esfera. Existem também dispositivos apontadores que direcionam o cursor do mouse seguindo o movimento da cabeça ou dos olhos; nesse caso, a seleção da área desejada e o clique acontecem pela manutenção do cursor em um ponto fixo do monitor, durante um tempo pré-determinado.
Quando as alternativas de acesso direto ao símbolo não forem bem sucedidas, a escolha da mensagem a ser falada pode ser feita de forma indireta, ou seja, por varredura.
No modo de acesso por varredura, um sinal visual ou auditivo seleciona automaticamente os símbolos e o usuário realiza a escolha ativando uma chave acionadora que é colocada em qualquer parte do corpo, sobre a qual ele tenha controle.
Existem vários modelos de acionadores. Eles valorizam diferentes habilidades do usuário, como a ativação pelo piscar, pelo soprar, pelo sugar, pela contração muscular, pela tração, pela pressão, entre outros.
Normalmente, as várias pranchas dinâmicas, utilizadas no computador para a comunicação, são lincadas a um teclado virtual.
No teclado virtual, as teclas de letras, de números e demais sinais ficam visíveis no monitor e são selecionadas, uma a uma, produzindo a escrita e a voz. Dependendo do tipo de teclado virtual, o acesso às teclas pode acontecer de forma direta ou indireta (utilizando-se também a varredura e acionadores).
Com a utilização de um teclado virtual associado a uma prancha dinâmica de comunicação, a possibilidade de expressão autônoma de um aluno com limitações na fala desaparece e seu vocabulário passa a ser ilimitado. As mensagens que não encontram símbolos correspondentes na prancha de comunicação podem ser expressas através da escrita.
Descrição da ilustração - Tela do computador onde está um teclado virtual. Teclas de letras e de funções são visíveis, bem como uma área de texto, onde está escrita a produção do aluno. Na parte superior direita, chamada área de predição, aparece uma lista de palavras. Digitando-se as letras BIOL a lista de predição antecipa 5 palavras que começam com essas letras. Apalavra BIOLOGIA está selecionada e será digitada de forma mais rápida pelo aluno.
FONTE DAS FOTOS - Revista - A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar Recursos Pedagógicos Acessíveis e Comunicação Aumentativa e Alternativa
sexta-feira, 18 de março de 2011
VOCALIZADORES
Com o vocalizador, o aluno pode conversar com seus colegas, fazer perguntas, cumprimentar, fazer interpretações em teatro, responder perguntas em uma avaliação, fazer suas escolhas, etc.
Descrição das fotos: Foto 56 (esquerda) - Vocalizador de voz gravada com capacidade de 5 pranchas de comunicação pré programadas. O vocalizador tem 12 teclas com símbolos; quando a tecla é pressionada, ouve-se uma voz falando a mensagem correspondente ao símbolo.
Foto 57 (direita) - Quatro pranchas de comunicação que ficam armazenadas no próprio vocalizador e que podem ser facilmente trocadas para alteração do vocabulário de comunicação.
Descrição das fotos: Foto 58 (esquerda) - Vocalizador que é um computador específico para esta função. Ele possui com um software onde as pranchas de comunicação mudam automaticamente e sua tela é ativada pelo toque direto no símbolo.
Foto 59 (direita) - Vocalizador portátil, que possui um teclado e um pequeno visor, onde a mensagem digitada é lida, ao mesmo tempo em que é falada.
Descrição da foto: Foto 60 - Vocalizador de duas mensagens gravadas que são facilmente modificadas. Um tampo de plástico transparente em cada um dos botões abriga o símbolo gráfico que representa a mensagem gravada. Nesse caso, o vocalizador está preparado para as mensagens SIM (botão amarelo) e NÃO (botão vermelho).
FONTE DAS FOTOS - Revista - A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar Recursos Pedagógicos Acessíveis e Comunicação Aumentativa e Alternativa