Ally e Ryan

Ally e Ryan

domingo, 27 de março de 2011

A CAA no AEE

OBJETIVOS DA CAA NO AEE


No AEE a comunicação alternativa é implementada tendo em vista o desenvolvimento de uma competência operacional do aluno e outra competência funcional do recurso. A competência operacional diz respeito ao entendimento e apropriação que o aluno faz de seu recurso de comunicação e a forma como gradualmente passa a interagir com outros, saindo de uma situação de passividade e recepção de informações para outra de agente de transformação, que influencia ações e comportamentos de interesse. Para que isso aconteça, o professor especializado apresentará ao aluno novas formas e recursos de comunicação e evoluirá com ele as atualizações necessárias, sempre em busca do rompimento das barreiras de comunicação e participação nos desafios da aprendizagem. A competência funcional diz respeito ao efeito que os recursos de comunicação no contexto real da escola e fora dela. Não basta o aluno saber utilizar-se da comunicação alternativa no espaço do AEE. Na escola, na família e demais lugares de interesse ele necessitará de parceiros disponíveis a aprender e a interagir. O AEE acompanha este processo e também orienta os parceiros de comunicação, identifica e desenvolve novas estratégias para o rompimento das barreiras de comunicação.


AVALIAÇÃO DA CAA NO AEE


No AEE o professor especializado procederá à avaliação de sua atuação em CAA, verificando a evolução de sua intervenção junto ao aluno e no contexto escolar.


AVALIAÇÃO DA COMPETÊNCIA OPERACIONAL

O professor do AEE observa e registra os avanços do aluno na utilização de seu recurso de CAA, questionando:

O aluno consegue responder a perguntas objetivas sinalizando o SIM e o NÃO?

O aluno consegue utilizar expressões e sinalizações para se comunicar?

Ele consegue responder a perguntas objetivas, apontando para objetos que estão no ambiente?

Ele consegue responder perguntas objetivas, apontando a resposta em símbolos gráficos?

Ele faz a associação de mais de um símbolo em suas respostas?

Ele toma iniciativa na comunicação, ou espera sempre por perguntas?

Ele usa criatividade e tenta responder às perguntas cuja resposta não está na prancha, fazendo uso de analogias entre símbolos ou dos símbolos com outras formas de comunicação (gestos, expressões, objetos do ambiente etc.)?

Ele faz uso da escrita sempre que o que deseja comunicar não está na prancha?

Ele questiona e argumenta?

Ele manifesta a ausência de vocabulário e consegue solicitar a atualização do recurso?

Ele participa do planejamento de suas pranchas de comunicação?

Outras questões


AVALIAÇÃO DA COMPETÊNCIA FUNCIONAL


O professor de AEE observa e registra os efeitos da utilização do recurso no contexto de vida real de seu aluno, verificando como os parceiros de comunicação estão se apropriando e usufruindo da tecnologia. É o professor do AEE quem verifica se as barreiras de comunicação estão se rompendo e se a participação do aluno nos desafios da aprendizagem efetivamente acontece.


Para realizar esta avaliação o professor de AEE questiona:

O professor da classe comum compreende e usufrui do recurso de comunicação, conseguindo envolver o aluno nas várias atividades escolares?

O professor colabora com a atualização do recurso, encaminhando seus objetivos educacionais, e planos de atividades ao professor de AEE?

O professor da classe comum consegue avaliar seu aluno no percurso da aprendizagem e explora as formas de comunicação que esse aluno utiliza?

Na sala de aula, o aluno manifesta seu interesse em participar das atividades?

O aluno ampliou sua relação de comunicação com os colegas de turma e com a comunidade escolar?

Os colegas compreenderam e também usufruem do recurso de comunicação com o aluno na escola e fora dela?

A família compreendeu e está usufruindo da comunicação alternativa com seu filho?

Outras questões.


PARCERIA ENTRE OS PROFESSORES DA SALA COMUM E O AEE NA UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS PLANO DE AULA


Há uma diferença entre a atuação do professor da sala comum e a do professor do AEE. Enquanto o primeiro ocupa-se do ensino dos conhecimentos acadêmicos, o segundo identifica as possíveis barreiras impostas pela deficiência e pelo meio e disponibiliza recursos e estratégias para que este aluno consiga participar, por meio da ampliação de sua comunicação e intervenção no meio, dos vários desafios à aprendizagem na escola. Os trabalhos desses professores são complementares e exigem deles uma estreita parceria. Apresentamos, como exemplo, o caso de Joana e sua turma. Joana é aluna da segunda série, possui paralisia cerebral, emite sons, sinaliza o SIM com um sorriso e o NÃO baixando a cabeça. Apresenta dificuldades motoras que limitam a sua produção gráfica. Consegue apontar e segurar objetos grandes e leves com sua mão direita. Joana é muito interessada por tudo o que se passa ao seu redor: segue com o olhar atento e se manifesta com expressões faciais e corporais, criadas por ela mesma, para dizer que está feliz, insatisfeita com algo, quando deseja alguma coisa que está enxergando, quando precisa ir ao banheiro ou quando deseja beber, comer, brincar ou sair. Usa cadeira de rodas com apoios especiais e necessita ajuda para se mover. O plano de aula apresentado pela professora da classe comum orientou a professora do AEE a construir e propor estratégias e recursos de tecnologia assistiva que tiveram por objetivo ampliar a participação de Joana em todas as atividades pensadas para a turma e consequentemente oportunizar vivências ricas para construção de conhecimentos, junto com seus colegas de classe. O plano de aula da professora da classe comum para seus alunos de 2ª. ano do ensino elementar era o seguinte: Conteúdo: Leitura e interpretação Redação de pequenos textos Objetivos: Ler pequenos textos. Oportunizar a interpretação dos textos lido, por meio de diferentes linguagens: fala, desenho, dramatizações, recorte e colagem. Redigir uma pequena história a partir de cantigas de roda. Atividades: Dramatização em grupo de historias lidas pelos colegas. Montagem de um painel com recorte e colagem dos personagens das histórias ouvidas. Criação e redação de pequenas histórias, em grupo, após a participação nas cantigas de roda. Montagem de um livro com as histórias criadas pelos grupos. Exposição dos livros por seus autores. Recursos: Papéis diversos, livros de histórias e revistas Cola, tesoura CDs com cantigas de roda e aparelho de som Cadernos, lápis, canetas coloridas Mesas e painéis para a exposição Computador e impressora


Avaliação: Cooperativa realizada pelos alunos através da análise da produção dos grupos

Autoavaliação


Fonte de estudo - Revista - A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar Recursos Pedagógicos Acessíveis e Comunicação Aumentativa e Alternativa

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