A oportunidade de pertencer à escola e, portanto, de usufruir do compartilhamento de vivências próprias da infância e da adolescência para aqueles que apresentam Transtornos Globais do Desenvolvimento é muito recente. Até há pouco tempo, essas crianças tinham destino bem diferente de seus pares e vivenciavam apenas os atendimentos clínicos e, quando muito, instituições de ensino exclusivamente para pessoas com tais transtornos.
Por se tratar de algo tão recente e por termos sido privados da oportunidade de atuar com estes alunos em nossas escolas, as estratégias até então construídas para garantir o direito dessas crianças à educação se encontram ainda em gestação. A maioria dos subsídios teóricos possui pouca ou nenhuma interface com a lógica da escola inclusiva, e as metodologias sugeridas em muitos deles dizem respeito a uma intervenção especializada e distante dos propósitos a que se presta a escolarização básica.
Entretanto, se associarmos os aspectos teóricos abordados neste texto às observações da atuação das escolas com tais alunos, seus acertos e dificuldades, é possível estabelecermos algumas estratégias que poderão orientar os professores, tanto aqueles que atuam no turno em que o aluno cursa sua etapa de educação básica, quanto aqueles que, eventualmente, venham a receber alunos com tal transtorno para o Atendimento Educacional Especializado.
Antes de iniciarmos tal exposição, é fundamental ressaltar que, mesmo entre os alunos que apresentam TGD, as diferenças individuais estão presentes. As estratégias aqui sugeridas devem ser aplicadas levando-se em consideração aquilo que é peculiar em cada um destes alunos, suas preferências, seus interesses, seu potencial, suas experiências e suas competências.
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