A inclusão escolar, enquanto paradigma educacional tem como objetivo a cons¬trução de uma escola acolhedora, onde não existam critérios ou exigências de natureza alguma, nem mecanismos de seleção ou discriminação para o acesso e a permanência com sucesso de todos os alunos.
Este paradigma requer um processo de ressignificação de concepções e práticas, no qual os educadores passem a compreender a diferença humana em sua comple¬xidade, não mais com um caráter fixo e um lugar: preponderantemente no outro, mas entendendo que as diferenças estão sendo constantemente feitas e refeitas e estão em todos e em cada um. Ao mesmo tempo, contribui para transformar a realidade histórica de segregação escolar e social das pessoas com deficiência, tornando efetivo o direito de todos à educação.
As três últimas décadas registraram, no mundo inteiro, significativos avanços técni¬co-científicos e sócio-políticos que provocaram impacto na forma de ver e pensar a edu¬cação. Estudos internacionais revelam que os sistemas educacionais, tanto nos paises do norte como nos paises do sul, têm se caracterizado, predominantemente, pela exclusão de grupos em situação de desvantagem social e econômica. Em 1990, segundo Torres (2001) as estatísticas indicavam a existência de mais de 100 milhões de meninos e meni¬nas sem acesso à escola e mais de 900 milhões de adultos analfabetos no mundo.
Como consequência e em contraposição a esta realidade, os governos têm investi¬do na implementação de políticas públicas na área da educação, visando combater a ex¬clusão. Assim, a inclusão social e educacional é hoje, um movimento mundial que vem se intensificando particularmente a partir da década de 90. No Brasil, a educação inclusiva se materializa na transformação do sistema educacional em sistema educacional inclusivo.
Paralelamente ao avanço da política e legislação educacional, diferentes tipos de reformas estão ocorrendo, acumulando-se um arcabouço de perspectivas, conhecimen¬tos e práticas educacionais inclusivas.
Tratando-se especificamente do grupo social constituído por pessoas com deficiên¬cia, somos levados a problematizar a existência ainda de sistemas paralelos de ensino especial e regular, organizando os espaços educacionais a partir de outra lógica, ou seja, de uma escola aberta para todos, com práticas colaborativas e formação de redes de apoio, uma escola onde gestores e educadores pratiquem uma pedagogia centrada na criança e pro¬movam a participação da comunidade como um todo.
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