Ally e Ryan

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sábado, 19 de fevereiro de 2011

Sentidos possibilitam contato entre pessoas com deficiência visual e o mundo

deficiente visual Victor Augstroze usa seus sentidos para tocar piano

por Rodrigo Almeida

O ser humano possui cinco sentidos: a visão, a audição, o tato, o olfato e o paladar. Na falta de um deles, os outros acabam sendo imprescindíveis no cotidiano de uma pessoa. É o caso das pessoas com deficiência visual, que, com a falta da visão, acabam buscando outras formas de interagir com o mundo.

O massoterapeuta Victor Augstroze, de 20 anos, perdeu totalmente a visão aos dez anos de idade. Ele ressalta a importância dos sentidos na vida dos deficientes visuais. “Os sentidos para nós cegos, são de extrema importância, já que é nossa forma de reconhecer nosso ambiente e, também, de nos locomovermos”, ressalta.

Entre os sentidos mais utilizados no cotidiano de Victor, está o tato (percepção por meio da pele), pois este é um importante instrumento para o seu trabalho, que é o de massoterapeuta. Ele afirma que o barulho existente nas ruas atrapalha o uso dos sentidos no cotidiano, mas que “são barulhos inevitáveis, e se aprendermos a lidar com eles, tudo ficará a mil maravilhas”.

Questionado sobre a vivência de uma situação diferente envolvendo o uso dos sentidos, Victor respondeu que isso aconteceu na primeira vez em que recebeu e também aplicou o reiki, um tipo de terapia feita através da imposição das mãos e que se baseia na canalização de energia.

Estímulos desde cedo

A pedagoga Luciane Molina, que possui deficiência visual, ressalta que a pessoa que não enxerga deve ser estimulada a utilizar os outros sentidos desde cedo, ou a partir do momento em que perde a visão. “Ela precisa aprender a desenvolver esses sentidos, criando esquemas ou mapas mentais que ajudem, por exemplo, a localizar uma padaria. São pistas que o indivíduo vai captando, tais como aroma, deslocamento do ar, barulhos e ruídos”. Luciane também destaca que outros fatores, como o calor do sol, podem auxiliar na localização de uma pessoa que não pode enxergar.

Luciane explica que algumas atividades podem ser realizadas para estimular o uso dos sentidos, como atividades psicomotoras – que valorizam o esquema corporal de movimentação e orientação – lúdicas, de memória sonora, jogos exploratórios de texturas, para trabalhar a iniciação ao sistema Braille e jogos de desafio, tais como dominós, dama, xadrez, entre outros.

Fonte: www.guiainclusivo.com.br
http://www.braillu.com/

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