Ally e Ryan

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sábado, 4 de junho de 2011

Avaliação funcional da visão e do desenvolvimento integral



A avaliação funcional da visão e do desenvolvimento integral é um procedimento de avaliação qualitativa e contínua por meio da observação informal e natural da criança em todas as situações de vida e atividade cotidiana. Ela tem por objetivo obter informações sobre o ambiente, o funcionamento visual, compreender todas as possibilidades globais e verificar as necessidades específicas e dificuldades que intervêm no processo de desenvolvimento e aprendizagem. Chama-se funcional porque não avalia apenas a criança, mas busca entender o que pode ser útil e funcional para melhorar seu desempenho global e seu acesso ao conhecimento, garantindo, assim, a melhoria da qualidade de vida do aluno e seus familiares.

Essa avaliação compreende um diagnóstico pedagógico com fim formativo que, de acordo com Sacristán (1998), serve à tomada de consciência e ajuda a refletir sobre o processo de intervenção no planejamento de atividades e a compreender como a criança está progredindo. Permite, ainda, introduzir alternativas, correções ou reforçar certos aspectos. Esse procedimento reflete e expressa a avaliação em múltiplas dimensões: na interação e comunicação, nos aspectos visuais, sensório-motores e perceptivos, cognitivos, função simbólica e formação de conceitos, hábitos sociais, de independência e higiene, interesses, mobilidade, brinquedos e necessidades específicas para adaptação escolar.

Nessa perspectiva, não é dada ênfase à deficiência, perda ou limitação, mas à modificação do meio, à utilização dos recursos específicos, às atividades e estratégias metodológicas, à adaptação dos brinquedos, jogos, materiais escolares e à estruturação e organização do ambiente, favorecendo ao máximo a aprendizagem do educando.

A avaliação funcional pode ser realizada por meio de entrevistas, protocolos de observações, testes e fichas de registros. O foco de atenção não é apenas a criança, mas toda a família. Essa abordagem ecológica, fundamentada nos estudos de Tikunoff & Bronfenbrener (1979) e Gómes (1983), utiliza para análise e interpretação da avaliação variáveis comunicativas de nível intrapessoal, interpessoal e grupal, variáveis situacionais, nas quais os materiais, o espaço e tempo serão rearranjados.

Assim, a avaliação funcional se torna ponto de partida para a compreensão das possibilidades e necessidades educativas especiais que deverão ser contempladas quando necessário no plano de atendimento individual e nas adaptações curriculares, que deverão ser parte integrante do projeto político pedagógico e do plano de desenvolvimento educacional.

A participação ativa da família na avaliação é fundamental, porque contribui com informações sobre as necessidades da criança, seus interesses, como percebe, o que lhe é difícil, como interage, comunica-se e brinca com outras crianças. Nesse processo, a família tem a oportunidade de explicitar suas dúvidas, ansiedades e frustrações, como também de participar como mediador no processo educacional do aluno.

Por esse caminho, a avaliação funcional realizada pelo professor especializado não deve ver apenas o olho ou o tato, mas busca conhecer integralmente o aluno, compreender todas as possibilidades, o desenvolvimento global, os interesses, as relações interpessoais, as dificuldades, as necessidades do educando, bem como seus desejos e expectativas, e os de sua família.

Além dessas informações, é fundamental a observação do desempenho do aluno em sala de aula na interação com os colegas, nas atividades de vida diária, no brinquedo, no recreio e ambientes externos.

Orientações obtidas com os demais profissionais que porventura atendam o aluno, permitem uma ação transdisciplinar, em conjunto com a família, para elaboração das adaptações e complementações curriculares para satisfatória inclusão do aluno na classe comum.

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