O Treinamento estava completamente modificado. Aparecida Tugnolo era a supervisora e a equipe estava assim constituída: Boléia, minha querida Susana, Vilmo, Mauro, Maria Helena, Sônia Carbone, Ilana, Rosana Gomes e Dalva. O suporte administrativo era dado pela Bê,Luana, Fernandinho e o sr. Reinaldo. O curso de táxi funcionava a todo vapor.
Mas, antes de ser apresentado oficialmente para a equipe era necessário passar pela sala do lendário coronel Horus Azambuja. O CETET parecia um quartel do Exército. A fama desse coronel corria os quatro cantos da CET, falavam coisas boas e outras nem tanto, aliás, as informações eram mais para os aspectos negativos. Na verdade era uma contradição a situação da CET, enquanto no Brasil discutia-se abertura e diálogo nos vários setores políticos e econômicos, a CET se fechava numa ilha e adotava o critério da obediência cega e da disciplina rígida, como se isso fosse um divisor do bom ou do mau trabalho.
Uma sirene soou num som contínuo, não sabia o que aquilo significava, fui informado pela secretária do coronel que aquilo era o anúncio da chegada dele. Pensei que seria atendido tão logo ele chegasse, que nada, esperei mais de uma hora quando finalmente fui chamado.
A recepção não foi nada agradável, ele esbravejou comigo dizendo que a transferência havia acontecido sem a autorização dele e que a partir daquele momento “eu iria ficar a disposição da empresa”, mandou-me de volta para o RH. Sai sem entender nada, fui falar com a Cida, que disse que nada podia fazer. Voltei então para RH.
Fui falar com o gerente (não lembro o nome), mais uma hora de espera. Ele apenas me disse que era para voltar para o CETET, mas somente no dia seguinte, deu folga o resto do dia e ainda afirmou, que “aquela situação na cabia ao coronel decidir qualquer coisa”.
Fui para a PUC preocupado com o dia seguinte.
Bem, o dia seguinte chegou. Cheguei no CETET e fui direto falar com a Vilma, secretária do coronel e quando lá cheguei já havia uma determinação para me apresentar ao Treinamento.
O engraçado é que fiquei quase uma semana sem ver o coronel. Um dia esperando o carro que ia me levar para a casa, vi o carro do coronel chegando, ele desceu e veio em minha direção, na hora pensei que ele ia gritar, xingar e etc, mas ao contrário, ele se aproximou e disse:
- “Tudo bem? Qualquer coisa que você precisar vá até minha sala...!” Falou outras coisas que não me lembro, foi embora e eu fiquei pasmo.
O CETET tinha o som de 4 toques diferentes na sirene:
1 toque – horário de entrada e saída;
2 toques – chegada ou saída do coronel;
3 toques – reunião com os supervisores;
4 toques – reunião geral.
Esse foi apenas o primeiro dia, ainda há muito para falar.