O sistema de trânsito em São Paulo estava começando a ser organizado, porém, ainda era inseguro. Os carros estacionavam livremente pelas calçadas e as multas eram baratas. A CET era muito jovem na época e sua relação com a cidade era timida.
O CETET não ficou alheio a isso e era responsável pela formação dos cobradores de ônibus e ministrava curso para os motoristas também. Houve uma ocasião em que o prefeito Mário Covas interviu nas empresas de ônibus e os funcionários da CET se juntaram com os da CMTC e ocuparam as empresas. Foi um movimento que ficou guardado no coração do nosso CETET. Lembro-me que alguns empregados retornavam no fim do dia, orgulhosos do dever cumprido.
O CETET era imensamente politizado. Participamos da campanha das Diretas-Já; num dos comícios na Praça da Sé, fomos em grupo após o expediente participar do comício, creio que a maioria ainda era idealista, muitos universitários. Nessa ocasião, eu estava no primeiro ano de Direito na PUC, vindo da faculdade de Sociologia da PUC também. A juventude e os ideais de liberdade e igualdade fizeram do CETET ser um centro de ideias progressistas dentro da CET. No dia seguinte ao da votação na Câmara, onde a emenda não foi aprovada, vi o CETET triste, macambúzio, mas também vi o sorriso sarcástico e covarde de algumas pessoas que ainda queriam a manutenção da ditadura.
O gerente, Fernando Pirillo, era sociólogo e isso alimentava as discussões. O interessante é que nesse ano especifico os primeiros núcleos do PT começavam a despontar no CETET, embora tivesse uma camada da direita oculta.
Desmerecer o CETET é desconhecer a história do nosso centro no contexto geral da cidade.
Muito bom Ari resgatar a história.
ResponderExcluirValéria
Ari, eu participei dessa ocupação. Nossa que saudades.
ResponderExcluirNeide