Quadro clínico
Distrofia muscular progressiva do tipo Duchenne (DMD)
A DMD é a forma mais comum de distrofia, com uma incidência aproximada de um em 3 mil a 4000 nascimentos masculinos. Os primeiros sinais clínicos manifestam-se antes dos 5 anos, com quedas freqüentes, dificuldade para subir escadas, correr, levantar do chão e hipertrofia das panturrilhas. O comprometimento muscular é simétrico com início pelos músculos da cintura pélvica (quadril e pernas), atingindo mais tarde os membros superiores. Os meninos afetados têm uma acentuação da lordose lombar e uma marcha anserina (andar de pato). Contraturas e retrações dos tendões levam alguns pacientes a andar na ponta dos pés. A fraqueza muscular piora progressivamente, levando à incapacidade de andar dentro de dez anos a partir do início dos sintomas. A sobrevida depois dos 20 anos de idade depende de cuidados muito especiais. Cerca de 30% dos casos têm um deficit cognitivo e dificuldade de aprendizado.
Distrofia muscular progressiva do tipo Becker (BMD)
Sua incidência é cerca de 10 vezes menor que a da distrofia muscular do tipo Duchenne, ocorrendo um caso a cada 30 mil nascimentos masculinos. Os sintomas e sinais da distrofia muscular do tipo Becker são semelhantes aos da distrofia de Duchenne, mas consideravelmente mais leves. O início de manifestação é mais tardio e a evolução clínica da doença, mais lenta. O quadro clínico deste tipo de distrofia apresenta uma variabilidade muito grande, podendo haver, em uma mesma família, indivíduos com diferentes graus de comprometimento muscular.
Genética da doença
A DMD e BMD são doenças genéticas causadas por mutações no mesmo gene, o gene DMD , localizado no cromossomo Xp21. Deleções (perda de DNA) e duplicações (ganho de DNA) no gene da DMD são responsáveis pela doença em aproximadamente 70% dos casos. Os casos restantes são causados por mutações de ponto ou microrearranjos. O gene DMD codifica uma proteína chamada distrofina que, em conjunto com outras proteínas, forma um complexo localizado na membrana da célula muscular que participa da regulação da permeabilidade desta membrana.
As distrofias musculares do tipo Duchenne e Becker apresentam um padrão de herança recessivo ligado ao cromossomo X. Os afetados são sempre do sexo masculino e a mutação pode ser transmitida por mulheres assintomáticas, além de homens afetados no caso da distrofia de Becker.
As distrofias musculares do tipo Duchenne e Becker apresentam um padrão de herança recessivo ligado ao cromossomo X. Os afetados são sempre do sexo masculino e a mutação pode ser transmitida por mulheres assintomáticas, além de homens afetados no caso da distrofia de Becker.
Aconselhamento Genético
Em cerca de 2/3 dos casos de DMD, a mutação responsável pela doença foi herdada da mãe do paciente ( assintomática). A mulher portadora da mutação tem, em cada gestação, um risco de 50% de ter um filho do sexo masculino afetado. O risco é de 25% se o sexo da criança não for conhecido (50% de chance de ser um menino, vezes 50% de risco de transmitir o cromossomo X com a mutação). Metade das filhas de uma portadora de mutação serão portadoras assintomáticas. Além da mãe e irmãs do paciente, outras mulheres da família podem ser portadoras assintomáticas da mutação no gene DMD e podem realizar o exame molecular se assim o desejarem. O diagnóstico pré-natal permite confirmar , em casos de fetos masculinos, se eles herdaram a mutação.
Teste genético
O diagnóstico das DMD e BMD é baseado no quadro clínico do paciente, na história familiar e nos seguintes exames complementares:
– dosagem dos níveis séricos da enzima Creatinofosfoquinase (CK), que se encontram sempre muito elevados;
– exame de DNA para pesquisa de deleção no gene da distrofina;
– biópsia muscular para o estudo qualitativo e quantitativo da proteína distrofina no músculo do paciente, especialmente nos casos em que o exame de DNA não identifica a deleção no gene da distrofina.
– dosagem dos níveis séricos da enzima Creatinofosfoquinase (CK), que se encontram sempre muito elevados;
– exame de DNA para pesquisa de deleção no gene da distrofina;
– biópsia muscular para o estudo qualitativo e quantitativo da proteína distrofina no músculo do paciente, especialmente nos casos em que o exame de DNA não identifica a deleção no gene da distrofina.
Para a identificação de deleções e duplicações no gene da distrofina atualmente é realizado um teste quantitativo, o MLPA (Multiplex Ligation-dependent Probe Amplification) que também permite identificar mulheres portadoras do gene. A triagem de mutações de ponto neste gene muito grande ainda não é realizada como rotina.
Fonte: http://genoma.ib.usp.br/
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