Ally e Ryan

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terça-feira, 30 de março de 2010

Cidades para todos




As fotos acima, feitas por Milton Roberto de Almeida (http://complexdecision.blogspot.com/), demonstram alguns flagrantes e situações em que dificulta a livre locomoção de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.

Quando observamos uma cidade cujas calçadas sejam esburacadas, os prédios não tenham elevadores, só escadas muito íngremes, onde os telefones públicos sejam altos, barracas de ambulantes espalhadas de qualquer forma, carros estacionados sobre a calçada e outros obstáculos, ficamos imaginando que dificuldades algumas pessoas vão ter para exercer sua cidadania. Nessa cidade também não circulam ônibus acessíveis, nem nenhum outro tipo de transporte público capaz de transportar um cadeirante. Além disso, nem nas ruas e nem em nenhum estabelecimento público ou particular estão disponíveis vagas para carros adaptados. Como será a vida de uma pessoa que usa cadeira de rodas ou muletas em uma cidade como essa? Com certeza a autonomia e a independência dessa pessoa ficarão completamente afetada, ou seja, a cidade que deveria ter seu espaço democratizado, acaba restringindo o direito de alguns, isso atingi diretamente o princípio da igualdade que deve ser a busca maior do Poder Público.

No entanto, quando nos transportamos virtualmente para um outro modelo de cidade, uma cidade plana, onde as calçadas sejam acetinadas, existam rampas adequadas e elevadores em todas as edificações, os ônibus, metrôs e táxis sejam inteiramente acessíveis. Será que esse mesmo cadeirante ou muletante teria tanta dificuldade? Será que essa pessoa dependeria tanto das demais como acontece naquela outra cidade?

A resposta para esses questionamentos encontra-se na definição de deficiência da Organização das Nações Unidas (ONU): a deficiência em si não limita a pessoa, não é algo a ser curado, mas sim parte da diversidade humana. O que incapacita o indivíduo é o meio em que vive: as cidades com suas edificações inadequadas e seus costumes segregadores e ultrapassados.

Saímos portanto, da limitação individual da pessoa, que até então era a ideia geral de quase todos e partimos para o meio onde nós vivemos. Nesse sentido, quanto maior forem os obstáculos impostos pela sociedade, menos produtivo será a pessoa com deficiência. O espaço urbano exerce importante papel na inclusão, quanto mais democrático for o seu uso, mais equânime serão as relações sociais.

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