Ally e Ryan

Ally e Ryan

terça-feira, 9 de março de 2010

Luciana e a realidade

Tenho recebido alguns e-mails de amigos me perguntando se concordo como a personagem Luciana da novela Viver a vida está focando a questão da deficiência na tela. Considerando a implicação e o impacto das cenas exibidas decidi colocar minha opinião aqui:
Não acompanho a novela diariamente, entretanto, acompanho no You Tube as cenas envolvendo a personagem citada e vou ser bem sincero, a visão demonstrada ali fica mil anos luz da nossa realidade. Cama que obedece comando de voz, motorista particular, sala de fisioterapia na casa, sessões de hidroterapia na piscina local, enfim, eles retratam um outro mundo diferente daquele em que vivemos.
Ontem a Luciana entrevistava a Vanessa Romanelli, portadora de amiotrofia, e a conversa delas era tão superficial e ridícula que mudei de canal e continuei vendo o jogo do meu Palmeiras. Elas falavam que não havia ônibus adaptado em grande quantidade, o que demora muito a aparecer e outras bobagens. Elas pensam que passando essas informações vão conscientizar alguém, descobrir a roda não surpreende mais!
O autor da novela deveria ter explorado uma personagem pobre que após ficar tetraplégica deveria enfrentar as diversas barreiras urbanas que encontramos nas cidades. A barreira que a Luciana encontrar, o dinheiro vai transpor.
No entanto, nem tudo é negativo na personagem. Se ela colocar em debate a sexualidade das pessoas com deficiência, como começou ontem, vai fazer com que a temática seja tratada de formal natural. Agora, precisamos aguardar e observar como isso vai ser colocado.
Outro lado que não estou gostando é a situação amorosa que deve existir sempre entre pessoas com deficiência e pessoas sem deficiência. Conheço vários casais com deficiência que vivem muito bem, ou seja, não necessariamente a pessoa que tem deficiência deve procurar naquela sem deficiência o par perfeito.
Para finalizar, outro dia a turma da Luciana foi jantar num restaurante 10 estrelas e tudo era bonitinho, com acessibilidade e etc. Costumo ir num bar com meus amigos tomar cerveja e o local é tão apertado que o Bigode quando me vê pega uma mesa passa por cima de todos e a coloca num lugar ótimo para mim, o ideal não é isso, porém, é a realidade das pessoas mortais, como eu.
É isso que penso.

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