A população oficial do Brasil é de 190.732.694 habitantes, segundo o primeiro balanço oficial do Censo 2010, divulgado anteontem pelo IBGE. O número, que expressa o total de pessoas em 1º de agosto deste ano, confirma a queda do ritmo de crescimento demográfico. Entre 1990 e 2000, o total de habitantes aumentou 15,6%. Na última década, a taxa de incremento caiu para 12,3%.
A expansão demográfica arrefece em razão da queda na taxa de fecundidade, hoje estimada em 1,9 filhos por mulher. Embora inferior à média de "reposição" -duas crianças por casal- , a população continuará a crescer nas próximas décadas porque a taxa de mortalidade dos pais, ainda relativamente jovens, é baixa.
O Censo 2010 também reflete mudanças econômicas no país. As regiões cujas populações mais cresceram nos últimos dez anos foram o Norte (23%) e o Centro-Oeste (21%), com avanço em ritmo bastante superior aos do Sudeste (11%), Sul (9%) e Nordeste (11%). Contribuíram para essa disparidade fluxos migratórios em direção às fronteiras do agronegócio.
O Brasil de 2010 é ainda mais urbano do que o de dez anos atrás. As cidades abrigam 84,3% da população, hoje, contra 81,2%, em 2000. Em 1940, apenas 30% habitavam aglomerados urbanos.
A rápida transformação por que passou o país desde então encontra-se consolidada, com os problemas e benefícios conhecidos -deficiências de transporte, favelização, falta de saneamento básico e deterioração ambiental contrastam com avanços importantes na expectativa de vida, na renda e no acesso à educação e à saúde.
Não obstante a ineficácia e a incúria de governantes, é preciso reconhecer as dificuldades, tanto de planejamento quanto de coordenação de políticas públicas, geradas pelo processo de urbanização e de crescimento demográfico explosivo registrado no século 20.
Mas os gestores públicos, daqui em diante, não poderão mais contar com essa desculpa.
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