Dez meses depois, programa que prometia facilitar a vida de quem usa cadeira de rodas patina; só Bertioga oferece serviço todos os dias.
O Estado de São Paulo só tem uma praia completamente acessível diariamente a pessoas que precisam de cadeiras de rodas - a da Enseada, em Bertioga, no litoral sul. Nas demais, chegar ao mar ainda é um desafio para pessoas com deficiência. E, dez meses depois de lançado pelo governo do Estado, o Programa Praia Acessível ainda patina em pelo menos seis das sete cidades.
Apresentado como alternativa para promover a acessibilidade no litoral paulista, o projeto distribuiu cerca de 30 cadeiras anfíbias - equipamentos com grandes rodas, que permitem ao usuário cruzar a faixa de areia e flutuar na água. Boa parte delas, no entanto, hoje está parada ou funciona parcialmente.
Algumas prefeituras e conselhos municipais de pessoas com deficiência reclamam que o Estado "largou" as cadeiras com os municípios e esqueceu de disponibilizar as outras estruturas. Faltam tendas, monitores e banheiros químicos adaptados. Já o Estado diz que o programa previa uma parceria.
Em São Sebastião, no litoral norte, as cadeiras ficam disponíveis nos fins de semana e feriados nas praias centrais da cidade. Em Guarujá, Praia Grande e Ilha Comprida, no litoral sul, as cadeiras hoje estão guardadas. Já em Ilhabela, é preciso agendar horário. E o voluntário Alexandre Marques, de 41 anos, é o responsável pelo programa funcionar aos domingos em Santos. "É tudo na base da boa vontade. Não temos ajuda. Fica difícil assim", afirma.
Ao lançar o programa, a Secretaria Estadual da Pessoa com Deficiência afirmou que as cadeiras estariam disponíveis de terça-feira a domingo. "Por que só posso ir à praia no domingo?", pergunta Luciano Marques, representante na Baixada Santista do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência.
Segundo ele, as prefeituras da região aprovaram uma verba de R$ 1 milhão para comprar nove esteiras - uma para cada cidade da Baixada Santista -, que deverão facilitar o trânsito das cadeiras de rodas na areia.
Santos tem até iniciativas próprias. Instalou nas praias do Boqueirão e Gonzaga plataformas de madeira que levam os cadeirantes até perto do mar. No entanto, com frequência o equipamento fica coberto de areia. A prefeitura diz fazer manutenção após ressacas do mar.
Aos 30 anos, a jornalista Laís Serrão usa cadeira de rodas e faz fisioterapia no Boqueirão. Ela diz que também gostaria de poder usar a cadeira anfíbia todos os dias. "É uma sensação maravilhosa. Gostaria de entrar diariamente. Pena que não posso."
Bom exemplo. E o que fez de Bertioga um bom exemplo? Lá, a prefeitura fez uma parceria com o Sesc local. Uma tenda com monitores e cinco cadeiras especiais fica aberta diariamente das 8h às 15h. O Sesc, que fica na beira da praia, tem outros itens de acessibilidade, como rampas e piso tátil. Para as entidades que atuam no setor, a iniciativa de Bertioga é pouco para um Estado com 15 cidades com praias.
Fonte: www.estadao.com.br
O Estado de São Paulo só tem uma praia completamente acessível diariamente a pessoas que precisam de cadeiras de rodas - a da Enseada, em Bertioga, no litoral sul. Nas demais, chegar ao mar ainda é um desafio para pessoas com deficiência. E, dez meses depois de lançado pelo governo do Estado, o Programa Praia Acessível ainda patina em pelo menos seis das sete cidades.
Apresentado como alternativa para promover a acessibilidade no litoral paulista, o projeto distribuiu cerca de 30 cadeiras anfíbias - equipamentos com grandes rodas, que permitem ao usuário cruzar a faixa de areia e flutuar na água. Boa parte delas, no entanto, hoje está parada ou funciona parcialmente.
Algumas prefeituras e conselhos municipais de pessoas com deficiência reclamam que o Estado "largou" as cadeiras com os municípios e esqueceu de disponibilizar as outras estruturas. Faltam tendas, monitores e banheiros químicos adaptados. Já o Estado diz que o programa previa uma parceria.
Em São Sebastião, no litoral norte, as cadeiras ficam disponíveis nos fins de semana e feriados nas praias centrais da cidade. Em Guarujá, Praia Grande e Ilha Comprida, no litoral sul, as cadeiras hoje estão guardadas. Já em Ilhabela, é preciso agendar horário. E o voluntário Alexandre Marques, de 41 anos, é o responsável pelo programa funcionar aos domingos em Santos. "É tudo na base da boa vontade. Não temos ajuda. Fica difícil assim", afirma.
Ao lançar o programa, a Secretaria Estadual da Pessoa com Deficiência afirmou que as cadeiras estariam disponíveis de terça-feira a domingo. "Por que só posso ir à praia no domingo?", pergunta Luciano Marques, representante na Baixada Santista do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência.
Segundo ele, as prefeituras da região aprovaram uma verba de R$ 1 milhão para comprar nove esteiras - uma para cada cidade da Baixada Santista -, que deverão facilitar o trânsito das cadeiras de rodas na areia.
Santos tem até iniciativas próprias. Instalou nas praias do Boqueirão e Gonzaga plataformas de madeira que levam os cadeirantes até perto do mar. No entanto, com frequência o equipamento fica coberto de areia. A prefeitura diz fazer manutenção após ressacas do mar.
Aos 30 anos, a jornalista Laís Serrão usa cadeira de rodas e faz fisioterapia no Boqueirão. Ela diz que também gostaria de poder usar a cadeira anfíbia todos os dias. "É uma sensação maravilhosa. Gostaria de entrar diariamente. Pena que não posso."
Bom exemplo. E o que fez de Bertioga um bom exemplo? Lá, a prefeitura fez uma parceria com o Sesc local. Uma tenda com monitores e cinco cadeiras especiais fica aberta diariamente das 8h às 15h. O Sesc, que fica na beira da praia, tem outros itens de acessibilidade, como rampas e piso tátil. Para as entidades que atuam no setor, a iniciativa de Bertioga é pouco para um Estado com 15 cidades com praias.
Fonte: www.estadao.com.br
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