Ally e Ryan

Ally e Ryan

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Acessibilidade, quantas faces?

Descrição da imagem: figura retangular que juntando uma palavra em ingês (I) com o desenho de um coração e a palavra acessibilidade forma a frase: eu amo acessibilidade
 
 Pessoal, li o texto abaixo no site do meu amigo MAQ, http://www.bengalalegal.com/ , fiquei emocionado e decide compartilhar com todos:
 
04/10/2012 - Ethel Rosenfeld.
Para Gem, que viveu com dignidade sua vida, meu respeito, meu amor e minha eterna saudade.
Este texto não trata só de acessibilidade arquitetônica. O foco deste trabalho está na sociedade e nas suas diferenças. E, para acessibilizar diversos tipos de mentes, levando-as à união entre as diferenças, uso a FORÇA da palavra SOL.
SOL é luz, calor e força.
LUZ é claridade, transparência e visibilidade.
CALOR é amizade e amor.
FORÇA é vontade, determinação e ousadia.
Acessibilidade?
O conceito mais comum de acessibilidade está intimamente ligado às rampas, aos degraus, às escadas, às cadeiras de rodas, às bengalas brancas e às muletas. Lembre-se que a cadeira de rodas, a bengala branca, a muleta, o cão-guia e outros são equipamentos auxiliares e que não são mais importantes do que as pessoas que os utilizam. Enxergue a pessoa, o ser humano e não seu equipamento auxiliar.
Desde sempre, desde que o mundo é mundo, sempre existiram pessoas com deficiência. Por que só agora, nas últimas três ou quatro décadas, é que se começa a ouvir falar e discutir acessibilidade? E o que é acessibilidade?
Vamos esquecer por alguns minutos o conceito de acessibilidade ligado às barreiras arquitetônicas e às pessoas com deficiência, pois essa é fácil de resolver: basta bom senso, bons profissionais na área da arquitetura e engenharia. Basta ter percepção e entender que as cidades, países, o mundo em geral têm arquitetura diferente, cultura, pessoas, animais, vegetais, todos e todas com as características de seus habitats e que devemos aceitar e respeitar essas diferenças.
Todos nós, naturalmente, circulamos pelas ruas e, para que as pessoas com algum tipo de deficiência, limitação, também tenham o direito de ir e vir, garantindo sua vida em sociedade, é indispensável que as cidades sejam bem planejadas, de forma acolhedora, que não se tenha apenas uma arquitetura de fachada, bonitinha e fria.
Vamos procurar as diversas faces dessa misteriosa e assustadora palavra, vamos enfrentar de frente e tirar a máscara que esconde a verdadeira cara, o verdadeiro sentido dessa palavra tão falada: acessibilidade!
Crianças descalças, dormindo pelas ruas, homens e mulheres sujos, famintos implorando por uma moeda, jovens se drogando e se prostituindo. Que mundo é esse? Que mundo é esse onde apenas uns têm casa, cama, roupa limpa, água quente para o banho, comida à mesa, abraços, carinhos, amor? Que mundo é esse onde apenas uns têm escolas, hospitais, clínicas, médicos, remédios, conforto e proteção? Que mundo é esse tão desigual, tão injusto, tão desumano? Que mundo é esse que, com toda essa miséria nos rodeando, nós ainda nos preocupamos com rampas? Rampas? Rampas?
Vamos gritar e acordar a justiça, vamos mostrar a todos que todos somos iguais em direitos e deveres, precisamos acreditar nisso profundamente e lutar para que isso se torne realidade. Vamos construir uma rampa que garanta a todos, todos os direitos básicos e fundamentais a uma vida com dignidade. Vamos construir uma rampa que leve todas as crianças às escolas, que permita que todos tenham educação, saúde e cama quente para dormir. Vamos construir a rampa da igualdade, do amor e da justiça. Vamos nos comprometer com a vida.
O Poder do Comprometimento.
Enquanto não estivermos compromissados haverá hesitação, possibilidade de recuar e, sempre, a ineficácia. Em relação a todos os atos de iniciativa (e de criação), existe uma verdade elementar, cuja ignorância mata inúmeros planos e ideias esplêndidas: no momento em que, definitivamente, nos compromissarmos, a providência divina também se põe em movimento. E aí, todos os tipos de coisas ocorrem para nos ajudar, coisas que, em outras circunstâncias, nunca teriam ocorrido; todo um fluir de acontecimentos surge a nosso favor, como resultado da decisão, todas as formas imprevistas de coincidências, encontros e ajuda material, que nenhum homem jamais poderia ter sonhado encontrar em seu caminho.
Qualquer coisa que você possa fazer ou sonhar, você pode começar. A coragem contém em si mesma o poder, o gênio e a magia. (Goethe).
Coragem!
Quando, aos 13 anos, fiquei cega, meus pais precisaram encontrar coragem para enfrentar, junto comigo, uma nova forma de viver. Minha mãe, com sua limitação de saúde, não podia acompanhar-me pelas ruas, mas, dentro de nossa casa, ela me apoiava com muito amor, carinho e me transmitia força, encorajando-me para a vida.
Meu pai, um herói anônimo, encorajou-se e foi conhecer o mundo das pessoas cegas. Por vários longos meses, frequentou o Instituto Benjamim Constant, escola especializada na educação e reabilitação de pessoas cegas e de baixa visão. Papai passava horas no Instituto, acompanhando, vivenciando as diferentes atividades lá oferecidas; estava aprendendo a viver entre pessoas cegas, aprendendo a acreditar no potencial e nas capacidades dessas pessoas; queria acreditar que eu poderia continuar meus estudos, minha vida e alcançar independência.
Com meus pais, irmãos, familiares em geral e amigos, comecei a superar meus medos e fui à luta. Sim, tive que ter muita coragem para enfrentar esse novo mundo, sem luz, sem cores e tão vazio. Ou melhor, aparentemente tão vazio.
E por que essa sensação de vazio? Porque a visão é o órgão dos sentidos responsável por 80% das informações que chegam ao cérebro, os 20% restantes são percebidos pela audição, olfato, paladar e tato. Assim, para que eu percebesse as coisas, o mundo, eu precisava tocá-las, senti-las, ouvi-las, sentir seu cheiro e gosto, quando antes, bastava olhar e ver.
Aos 17 anos, descobri que eu era diferente dos meus novos amigos cegos do Instituto. Eu, apesar de cega como eles, tinha tudo que eles não tinham, eu tinha meu lar, minha família, amigos, vida social e eles eram pessoas sem chances de uma vida comum, eles estudavam e moravam no Instituto, muitos não tinham família, muitos tinham sido colocados e abandonados por suas famílias carentes que tiveram que se separar de seus filhos queridos, pelas precárias condições de suas vidas e de suas cidades. Com essa percepção, fiz o juramento de dedicar minha vida às pessoas cegas. E assim comecei meu movimento pela igualdade, pelo direito à vida.
No início de minha caminhada, as pessoas com deficiência, com qualquer tipo de deficiência, eram chamadas de excepcionais. Antes de ficar cega, a palavra excepcional significava algo muito bom, excelente! E comecei a me perguntar: por que excepcional? Será que ser cega é tão bom assim? Com os anos, essa palavra foi mudando até que chegou à seguinte expressão: pessoa portadora de deficiência. Continuei a me perguntar: por que portadora?
O que eu estava portando? Lembrei de Jesus Cristo na cruz e senti um grande peso nessa expressão. Continuei questionando o termo e um dia, junto com outras pessoas com deficiência, concluímos que a melhor forma seria simplesmente dizer: pessoa com deficiência. Nossa preocupação com a palavra, com o termo ou expressão, era apenas para enfatizar que somos pessoas, não importando nossas características individuais, o que importa é que somos pessoas.
Quando pensávamos ter atingido nossa maioridade, que estávamos finalmente sendo vistos como pessoas, aparecem nossos protetores e começam a nos chamar de pessoas especiais. Novamente, o peso da cruz de Jesus Cristo caiu na minha cabeça e, para não ser injusta, comecei a tentar entender o significado de 'pessoas especiais'. E entendi: especiais na medida em que somos pessoas que precisamos ser mais corajosas, mais ousadas, mais determinadas e mais perseverantes. A necessidade de termos que provar a cada dia, a cada momento, que somos pessoas capazes, com direitos e deveres como qualquer outra pessoa, é realmente uma tarefa árdua que exige muita paciência e muita ousadia.
Durante 27 anos, trabalhei diretamente com crianças, jovens e adultos com deficiência visual. Ajudei na educação, na reabilitação e, ao final desses longos 27 anos, percebi que não bastava só educar, tentar incluir a pessoa com deficiência, percebi que havia um vazio que precisava ser preenchido para que a pessoa com deficiência alcançasse seu objetivo, que é o mesmo de todas as pessoas: o direito ao trabalho, ao lazer, à vida.
Resolvi, então, que não mais trabalharia só com as pessoas com deficiência e passei a trabalhar com a sociedade, essa sociedade que separa as pessoas em ilhas, formando guetos, promovendo a exclusão e não entendendo que só existe uma sociedade, onde todos devemos ser respeitados como seres humanos, como iguais, apesar de sermos todos muito diferentes!
Uma sociedade justa deve entender que todos somos responsáveis e todos podemos fazer alguma coisa que torne mais fácil o caminho de alguém, lembrando sempre que o convívio humano é mais importante que o próprio viver! Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir, em relação uns aos outros, com espírito de fraternidade. (Artigo I da Declaração Universal dos Direitos Humanos - ONU, 1948).
Será que somos todos iguais?
Todos são iguais perante a lei. Todos têm os mesmos deveres e direitos, porém nem todos são reconhecidos e respeitados por suas diferenças. As pessoas não são necessariamente iguais assim como as pessoas com a mesma deficiência também não são iguais. Cada pessoa é única no seu modo de pensar, sentir e querer. Devemos entender e respeitar as diferenças, aceitando as pessoas como elas são, sem querer modificá-las.
E quem é a pessoa com deficiência?
Antes de responder e talvez complementando a pergunta, acho importante refletir: por que deficiente? O que é ser deficiente? É ser menos eficiente? É não ser suficiente?
Talvez não sejam perguntas fáceis de serem respondidas, dificilmente as respostas serão iguais e, seja qual for o caminho que escolhermos para construir nossas respostas, o importante é lembrar que deficiência não é doença, pode ser e, muitas vezes, é sequela de uma doença.
A deficiência não modifica o ser na sua essência, apenas o limita em alguns aspectos. A pessoa com deficiência deve ser vista e respeitada como qualquer pessoa, com direitos e deveres, com vontades e sonhos, desejos de participar da vida, de alcançar sua autonomia, de prover seu sustento e de sua família e, como qualquer outra pessoa, alcançar uma vida plena, digna, convivendo em sociedade.
Quem me conhece, sabe que gosto muito de contar histórias, as histórias que tive que criar para garantir meus direitos, como pessoa cega que não aceita a exclusão, que não aceita o não e que precisa brigar para ter o simples direito de viver. Lembrando de um episódio ocorrido no Teatro Municipal, resolvi ilustrar esse trabalho com partes de um texto que escrevi para ser discutido num evento sobre acessibilidade, que aconteceu em Brasília, no ano de 2006. Esse e outros episódios mostram como nossa atuação na sociedade, como nossas experiências cotidianas sejam, talvez, a forma mais objetiva de se acessibilizar pessoas, atitudes e comportamentos.
O texto abaixo propõe uma reflexão sobre o que chamamos de barreiras atitudinais. Todos os obstáculos encontrados por Gem, meu cão-guia por quase treze anos, se observarmos bem, apesar de aparentemente serem chamados de barreiras arquitetônicas não passam de barreiras culturais, de barreiras atitudinais.
Gem, um jeito novo de viver!
Meu nome é Gem.
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Ethel chegou à Fundação, onde nasci e fui treinado, no dia 13 de outubro de 1997. Nos dois primeiros dias, ela só caminhava com o Mike, nosso instrutor. Ele estava avaliando seu jeito de ser, a maneira de caminhar, seus hábitos e preferências. Afinal de contas, ele precisava encontrar o par perfeito para mim. Foi legal! Mike acertou! Foi amor ao primeiro toque!
...
Posso dizer que no Rio, meu trabalho é dobrado. Nunca vi tantos obstáculos nas calçadas e ruas como aqui. Quando não são os buracos, são os tais fradinhos, uns postes pequenos que não iluminam nada e ficam no meio da calçada. Ainda não entendi direito, mas parece que esses fradinhos servem para impedir que as pessoas estacionem os carros nas calçadas. Engraçado, achava que bastava proibir e multar quem fizesse isso, e não ficar enchendo meu caminho de obstáculos.
Ficar desviando de tudo isso não é brincadeira. Sem contar com os tais orelhões que são fininhos embaixo e enormes lá em cima. Dizem que é um telefone, mas onde já se viu falar ao telefone no meio de tanto barulho? Desviar de um postezinho é moleza, agora desviar de um poste disfarçado, são outros 500...
Confesso que, durante o meu treinamento, não passei por tantas dificuldades. Sem querer falar mal da cidade de vocês, só digo que, na minha terra natal, os E.U.A, pessoas com deficiência visual são tratadas com mais respeito, e meus colegas não têm tanto trabalho para guiar seus donos.
O pior é que todos esses buracos e fradinhos não são os únicos problemas que eu enfrento. De vez em quando aparece alguém e nos impede de entrar em algum lugar. Não sei não, mas acho que, quando acontece isso, tem alguma coisa a ver comigo. A cena é sempre a mesma: a Ethel fica lá, falando, falando e mostrando uns papéis para a pessoa que não quer deixá-la entrar, enquanto eu fico sentado, esperando o que vai acontecer.
Antigamente, a gente quase nunca entrava nos lugares onde acontecia essa cena. De uns tempos pra cá, parece que a situação mudou um pouco. Acho que os papéis da Ethel passaram a servir para alguma coisa. Tanto passaram a servir que até a um concerto de música eu já assisti, e no tal Teatro Municipal, considerado o mais importante da cidade. A primeira vez que fomos lá foi aquela cena de sempre, tivemos que voltar prá casa sem ouvir uma nota sequer da Orquestra Sinfônica Brasileira.
Não sei muito bem o que aconteceu depois e quais papéis novos que ela conseguiu, só sei que na segunda vez em que fomos ao teatro, foi uma festa. Tinha câmera de televisão e máquina fotográfica para tudo quanto é lado. Um monte de pessoas querendo falar com a Ethel e tirar nosso retrato. Virei uma estrela!
Imagine só os meus colegas vendo isso, hein? Na minha terra, não tem disso não. Ninguém fica perdendo tempo em tirar foto ou filmar cachorros que guiam cegos, uma coisa tão comum por lá. Pelo menos, pude assistir ao concerto sossegado, se bem que muita gente não parava de olhar pra mim. Sei lá, mas me deu a impressão que estavam esperando eu latir. Onde já se viu? Latir no meio de um concerto, ouvindo a Nona de Beethoven? O que essa gente estava pensando?
Bom, já falei demais e vou ficando por aqui. Apesar de tudo, não tenho muito do que reclamar da minha vida com a Ethel. Ela é uma pessoa legal, que gosta muito de mim. Gosto muito dela também. Só espero que os obstáculos, que hoje dificultam meu trabalho, diminuam nos próximos anos. Depois disso, quando já estiver velhinho e cansado, lá pelos meus onze, doze anos, vou pedir minha aposentadoria porque, como já disse, ninguém é de ferro.
O que me deixa feliz é perceber que tenho ajudado a Ethel a ser mais independente. Sempre que ela precisa sair, estou pronto para ir com ela. O melhor da história é que ela deu aquele jeitinho novamente e conseguiu uma autorização para eu me aposentar aqui, no Rio, bem juntinho dela. Não sei como seria se ela não tivesse conseguido essa autorização, mas eu já a ouvi dizendo: na companhia de Gem, um belo labrador amarelo, enfrento com mais tranquilidade e segurança, não só meus medos, mas a própria cegueira, vencendo barreiras físicas e emocionais antes intransponíveis. Mais do que um guia, tenho em Gem um companheiro, um grande amigo, quase um filho. Entre nós existe uma sintonia perfeita. Ele e eu somos um todo e, como um todo, indivisível."
Gem morreu em 30 de dezembro de 2008, com doze anos e oito meses, deixando uma saudade doce, meio amarga que alimenta meu coração. Deixou um grande legado à nação brasileira; com Gem, o Brasil começa a conhecer o relevante trabalho do cão-guia e, definitivamente, é implantada em nosso país a cultura sobre esses maravilhosos, iluminados seres de quatro patas, que emprestam seus olhos e doam seus corações com humildade e carinho.
Quem é o responsável?
Fala-se muito da falta de acessibilidade, mas, afinal, de quem é essa culpa, responsabilidade? Nossa? Do governo? Da sociedade? De quem? Do preconceito?
Para entendermos melhor, analisemos uma definição de preconceito: preconceito é o juízo antecipado sem fundamento razoável, opinião formada sem reflexão. (Dicionário da Língua Portuguesa. SOUZA, S.E.).
Essa é a definição que mais me agrada sobre preconceito. O desconhecimento leva ao preconceito que, por sua vez, cria barreiras aparentemente intransponíveis. Por isso, nós, pessoas com deficiência, também temos papel relevante na construção dessa nova consciência coletiva. Nós podemos e devemos colaborar, com nosso conhecimento e nossas experiências para, juntos com toda a sociedade, eliminarmos as barreiras que nos afastam de uma vida plena.
Agora, você já sabe o que é acessibilidade? Qual é o verdadeiro conceito de acessibilidade? Quantas faces têm a acessibilidade?
O conceito de acessibilidade varia de acordo com o ângulo que se enfoca. Mas isso não é o mais importante! O importante é que continuemos a construir rampas, rampas que levem todas as pessoas, sem distinção, sem se preocuparem com a cor da pele de cada um, a religião, as características físicas, o nível sóciocultural; rampas que ajudem a construir uma sociedade justa, rampas que tenham como lema a SOLIDARIEDADE, a FRATERNIDADE e a COMPREENSÃO.
Do livro: Celebrando a Diversidade. Pessoas com Deficiência e Direito à Inclusão. Edição 2010.
Organização: Flavia Boni Licht e Nubia Silveira.
Apoio: Planeta Educação - em especial, Elisete Oliveira Santos Baruel e Érika de Souza Bueno.
Capítulo III, Acessibilidade – Quantas Faces?
Ethel Rosenfeld.
Site: ethelrosenfeld.com.br
Educadora, especialista em educação de pessoas com deficiência visual; Coordenadora técnica do programa Atenção, Professor!/TV Educativa, Consultora do Núcleo de Deficiência Visual da telenovela América/Rede Globo de Comunicações.

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