Ally e Ryan

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terça-feira, 11 de maio de 2010

Sexualidade das pessoas com deficiência


Discutir e encarar a sexualidade das pessoas com deficiência é discutir o preconceito e a falta de informação sobre as limitações de alguém. Fácil não é, afirmam os especialistas. Aliás, não poderia ser mesmo: se há dois assuntos que rendem muito, esses são sexualidade e deficiência. Juntos, já era de se esperar que provocariam muitas dúvidas e polêmicas.

Antes de qualquer tipo de discussão, vale a regra: as pessoas com deficiência se diferem das que não possuem deficiência pela limitações físicas, psíquicas, motoras. Somente. Não perdem a "humanidade" de qualquer jovem ou adulto.

Pessoas que andam em cadeira de rodas, que têm síndrome de down ou qualquer outra limitação, sentem desejos, vontades e constroem reações de afeto como qualquer outra. E apesar de claro, não é bem isso que a grande maioria da população pensa ou até mesmo os pais aceitam.
"Pode ser que seja mais difícil sim. E não deixo de entender os pais que têm medo do que pode vir a acontecer. Mas não podemos privar ninguém do direito à sua sexualidade. Sempre há formas de se evitar desconfortos", comenta a psicóloga Sandra Vieira, especialista na matéria.

Para a psicóloga, o medo dos pais e o grande pudor que a sociedade ainda impõe sobre o assunto sexo, faz com que eles, na grande maioria das vezes, tendam a encarar seus filhos como eternas crianças, imaginando que os estão protegendo da sua própria libido.

A ingenuidade também é muito presente nas pessoas surdas, de acordo com explicações da psicóloga. Esse tipo de deficiência acaba trocando menos informação com o mundo, o que faz com que as pessoas, muitas vezes, não façam uso de conotações simbólicas das palavras e acabem interpretando de maneira inocente um convite sexual.

"Uma mulher que escuta, certamente não vai gostar de ser chamada de gostosa na rua, ou se gostar, sabe que tipo de situação essa palavra representa. Ela escuta isso sempre, e também escuta histórias relacionadas ao assunto. Uma surda não, ela tende a achar bonito. E vai se sentir elogiada com a classificação positiva. Aí que entra a educação sexual, como solução para tudo", afirma a psicóloga.

Sandra conta que conhece histórias de pais que já deram até remédios para acabar com a libido dos filhos, afirmando que eles, sem entendimento, se masturbavam em qualquer lugar. "Mas não é assim que se resolve, né? Sexo também é saúde, é vida, a gente precisa do orgasmo", enfatiza a psicóloga.

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