Ally e Ryan

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quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Eleições de 1996 – uma tragédia para São Paulo

Até a eleição de 1996, a cidade de São Paulo tinha visto somente políticos brancos na condição de reais postulantes à prefeitura. Na história política da cidade de São Paulo a cadeira de prefeito, e mesmo a de vereador, têm sido, tradicionalmente, ocupadas por homens brancos, ricos e filiados a partidos conservadores. Dessa forma, a emergência do economista Celso Pitta como o primeiro negro com reais chances de vencer na maior cidade do país representava um marco na história política brasileira. No entanto, isso não foi uma garantia de uma gestão que marcaria a cidade pelo lado positivo.

Nas eleições de 1996, doze candidatos apresentaram-se para disputar a prefeitura de São Paulo, sendo duas mulheres e 10 homens. Entre estes, pelo menos três poderiam ser classificados como afro-descendentes.

Surpreendentemente, o prefeito Paulo Maluf lançou como representante do seu
partido, o PPB, na corrida eleitoral, o inexperiente economista negro Celso Pitta, exsecretário de finanças do seu gabinete, para enfrentar políticos consagrados nas urnas paulistas. A ex-prefeita de São Paulo Luiza Erundina, antecessora de Maluf na gestão 1989-91, conquistou o direito de representar o PT; o incansável senador José Serra colocou-se uma vez mais como o nome do PSDB; o ex-prefeito de Osasco Francisco Rossi, empolgado pela votação que o levou a segunda colocação na eleição ao governo de São Paulo em 1994, era o candidato do PDT, enquanto o médico José Pinotti empunhava a bandeira do PMDB.
Sob a benção do prefeito Paulo Maluf, Pitta ficou à frente da coligação “Não deixe São Paulo parar”, dos partidos de direita PPB e PFL, cujo nome não deixava dúvidas que seu propósito era o apelo à continuidade política e administrativa. Luiza Erundina liderava a aliança “SIM para São Paulo”, formada por partidos de esquerda (PT, PCB, PMN, PSB, PC do B). Seu grande desafio era neutralizar a rejeição que envolvia seu nome e o do PT, tendo em vista que logo no início da campanha, Erundina percebeu que 42% dos eleitores repudiavam a idéia de votar nela por considerar, entre outras coisas, que o PT seria um partido de radicais que sempre se posicionavam contra qualquer proposta dos seus adversários políticos. Para tanto, a estratégia da campanha foi usar a palavra “SIM” como marca em todo material de propaganda para representar uma nova postura pró-ativa e de negociação da candidata e do seu partido na cena político-eleitoral. Serra, por sua vez, comandava a coligação de centro-esquerda “SP São Paulo” (PSDB, PV, PPS, PSL), mobilizando o sentimento de orgulho paulistano, como sugere o nome da sua frente de partidos. Representando grandes partidos, mas encabeçando frágeis alianças, José A. Pinotti com a coligação “Viver São Paulo” (PMDB-PSDC) e Campos Machado com a coligação “São Paulo Esperança” (PTB PAN- PSD). À frente do PDT, PST, PL, o ex-prefeito da cidade de Osasco, Francisco Rossi, deixava registrado o caráter personalista da sua campanha no próprio nome da sua coligação “Rossi para São Paulo”.

A maioria dos funcionários do CETET não queria a volta da Erundina, embora sob a gestão dela a educação tenha encontrado alguns rumos;

Pitta conquistou 48,2% dos votos no primeiro turno, ostentando um desempenho que quase lhe permiti vencer o pleito já no primeiro turno. No segundo turno, Pitta derrotou a ex-prefeita Luiza Erundina (PT) com 62,3% contra 37,7%.

A eleição de Celso Pitta se mostraria posteriormente um verdadeiro desastre, não apenas para a cidade, mas também para a CET.

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