Ally e Ryan

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domingo, 11 de outubro de 2009

Folha de São Paulo, 11.10.09

Número de atropelados mortos em SP cresce 4,6%

Variação é do 1º semestre deste ano comparado ao mesmo período em 2008Mortes por atropelamento se aproximam de duas por dia e representam metade do total de vítimas de acidentes viários na cidade

DA REPORTAGEM LOCAL

A quantidade de pedestres mortos na cidade de São Paulo aumentou 4,6% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2008.
As mortes em atropelamentos já beiram duas por dia e representam metade do total de vítimas de acidentes viários.O crescimento de casos em 2009 ocorre após a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) ter prometido prioridade nas ações de educação e de fiscalização dos motoristas que desrespeitam os pedestres.
Ele também chama a atenção porque, no mesmo período, caiu a quantidade de mortes de todos os demais tipos de vítimas de acidentes de trânsito. No total, a diminuição foi de 6,9%, passando de 741 para 690. Entre motociclistas, ela atingiu 9,3%. Entre motoristas e passageiros, chegou a 25,8%.
A CET não divulgou suas análises sobre os resultados. Especialistas ouvidos pela Folha afirmam ser necessário mais tempo para identificar explicações, mas consideram não haver nenhum sinal de que os pedestres tenham se tornado uma prioridade da prefeitura.
Ao lançar uma campanha para reduzir atropelamentos no final do ano passado, a CET divulgou que passaria a multar motoristas que não param para que os pedestres atravessem na faixa (mesmo sem semáforo), que não permitem ao pedestre concluir a travessia (após a abertura do semáforo) e que não dão preferência ao pedestre ao virar uma esquina.
Questionada sobre um balanço da promessa, a CET informou que só pretende divulgá-lo no começo de 2010.
Relação desfavorável
Brasília é um dos poucos lugares do país onde os motoristas costumam parar na faixa de pedestres, independentemente de haver semáforo, para dar prioridade a quem está a pé, conforme exige a legislação.
Esse hábito foi consolidado após intensa campanha e fiscalização dos infratores nos anos 90 -levando à queda de 40% dos atropelamentos na época.
David Duarte Lima, da UnB, admite que os pedestres também são infratores e muitas vezes se arriscam desnecessariamente ao evitar uma passarela ou mesmo a faixa de travessia. Mas lembra que "a relação é sempre desfavorável" a ele, por ser mais frágil que os veículos.
Além disso, especialistas citam que a infraestrutura para quem anda a pé (calçadas, passarelas) é quase sempre mais precária do que a dos carros.
O presidente da Associação Brasileira de Pedestres, Eduardo José Daros, avalia que uma das medidas que precisariam ser estudadas para frear os atropelamentos é algum tipo de controle da embriaguez de quem caminha a pé na rua.
"Assim como motoristas provocam acidentes por efeito do álcool, os pedestres também", diz, ressaltando dificuldades jurídicas para esse controle.Ele também exalta a necessidade de utilizar roupas com materiais reflexivos à noite -para que a pessoa seja vista.(ALENCAR IZIDORO)

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