Publicada em 12 de novembro de 2010 - 10:15
Embora nova e projetada, Brasília tem carência gritante de acesso público em geral para idosos e pessoas com deficiência, mas o mais grave é não ter sido uma cidade pensada para pedestres. A ponderação é da pesquisadora Trinidad Dominguez, professora da Universidade de Vigo (Galícia, Espanha) que, convidada do CET/UnB (Centro de Excelência em Turismo da Universidade de Brasília), vai dar aulas sobre Turismo para Idosos e Deficientes e atuar em um projeto visando a melhoria da cidade para 2014.
“É um trabalho importante e necessário para o momento olímpico”, afirma a pesquisadora, que ao longo de um ano pretende investigar as carências da cidade e sugerir as adequações e mudanças necessárias aos dirigentes de empresas e órgãos públicos. Segundo ela, é preciso ver como Brasília poderá se adaptar para permitir o acesso desses dois públicos a transportes, sinalização, banheiros, portas e outras necessidades que, em apenas uma semana de vivência, ela flagrou no Plano Piloto.
Doutora em Turismo Acessível, Trinidad Dominguez conta que decidiu vir para o Brasil quando tomou conhecimento da temática de atuação do CET/UnB, de acentuado cunho social e pouco econômico. É o contrário do que ocorre na Espanha, onde o turismo é de suma importância para a economia, segundo enfatiza, por ser o terceiro país do mundo a receber o maior contingente de turistas (França e Itália ocupam respectivamente o 1º e o 2º lugar nessa estatística).
“Fiz meu doutorado na Espanha, mas gostaria de estudar o tema aqui, porque o Brasil é uma potência mundial econômica em expansão e o turismo é um aspecto importante nesse âmbito”, explica-se a pesquisadora de 28 anos. Ela conta que, na Espanha, os dois segmentos são significativos para o contexto econômico, porque os aposentados de hoje adoram viajar, como também os deficientes, que além do salário recebem uma pensão complementar do governo.
Trinidad Dominguez explica que, lá, após o levantamento das informações, os pesquisadores da área elaboram relatórios e apresentam sugestões de melhoria dos acessos pra os dois públicos. “E os ministérios aplicam no que é possível”, afirma. Esse trabalho tem interface com História e Antropologia, Arquitetura e Urbanismo, Informática e Cultura, e ela afirma apostar na equipe do CET, que qualifica de bom nível multidisciplinar, assim como na capacidade de influência da Universidade, para desenvolvê-lo em Brasília.
“Estou gostando da cidade, tão diferente e com arquitetura tão espetacular, e ‘curti’ muito o CET. O espaço é lindo, as pessoas são amáveis, é perfeito”, elogia, ao anunciar que sua pesquisa vai favorecer o intercâmbio entre os colegas do campus de Ourense da Universidade de Vigo e os da UnB.
Fonte: http://turismoadaptado.wordpress.com/
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